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Controle Orçamentário: Orçamento Empresarial

Por:   •  16/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.881 Palavras (12 Páginas)  •  221 Visualizações

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Matriz de atividade individual*

Módulo: 3 - Controle Orçamentário

Atividade: Individual do módulo 3

Título: Análise orçamentária - Companhia Comercial de Macapá

Aluno:

Disciplina: Orçamento Empresarial

Turma:

Introdução

   Na economia empresarial, a área de finanças analisa os recursos financeiros, elemento primordial para que as empresas desenvolvam suas atividades. Um dos objetivos de estudo desse departamento é a importante disciplina do orçamento empresarial que busca espelhar as expectativas financeiras e operacionais da administração e auxiliar no alcance dos objetivos, demonstrando as metas planejadas pela organização e as etapas a serem seguidas para suas realizações, podendo ser utilizado em certo tempo como um esboço dos processos operacionais.

   Esta atividade tem o sentido de validar a importância do orçamento dentro das organizações como um instrumento de planejamento e controle das atividades, para o suporte no alcance dos objetivos organizacionais e para uma maior confiabilidade na projeção de resultados de análise em um cenário empresarial econômico-financeiro. Será realizada uma síntese da projeção de resultados da companhia Macapá, demonstrando possibilidades de orientação especializada do negócio no sentido de direcionar as atividades e viabilizar o projeto orçamentário proposto.

   Nesta análise de projeção da Companhia Comercial de Macapá, iremos argumentar os fatores a seguir:

  •  As premissas de evolução de receitas, a redução dos custos de mercadorias e projeção das despesas operacionais.
  • A taxa mensal dos financiamentos contraídos planejada pelos especialistas em uma possível escassez de recursos próprios no giro das operações e a incidência das cargas tributárias sobre lucros e receitas conquistadas.
  • Os prazos médios das compras e de financiamentos dos clientes, os prazos de liquidação dos impostos e a política de estocagem ponderada na projeção pelos consultores.

  • A viabilidade do projeto, com base na obtenção do lucro almejado e de seu potencial em gerar caixa - destacando o investimento inicial de 3 mil disponibilizado pelos sócios-proprietários - e oferecendo recursos a fim de se maximizar o grau de potencial do projeto, diminuindo seus custos e despesas operacionais e alavancando seu ciclo financeiro.

Premissas de evolução de receitas/Redução de custo/Despesas operacionais

   A partir de um investimento de $ 3.000 feito pelos proprietários, foi constatado que a evolução das receitas do projeto estipuladas pelos profissionais/consultores foi de 20% com intervalos de 2 meses para cada aumento nos primeiros 6 meses, evidenciando o fato de que nos últimos 2 meses do estudo as vendas não foram consideradas, concluindo-se que a aceitação do produto no mercado será de um semestre ou que é desejo da empresa comercializar o produto apenas neste período. Os custos das mercadorias vendidas são pagos conforme vão ocorrendo e não permitem os gestores financeiros trabalhar com este capital que poderia gerar algum tipo de rendimento ou diminuição de um novo custo.

   Para a redução dos custos, com base nos 6 meses projetados, fatores como um período maior para treinamento e especialização de pessoal em todos os departamentos envolvidos, otimização do uso dos maquinários utilizados no projeto, implementação e compreensão de novas normas específicas para este processo de produção/comercialização, palestras organizacionais e motivacionais, contribuem positivamente para a diminuição dos custos, alguns destes como explanado, exigem um longo prazo para sua efetiva consolidação nos resultados, no entanto todos estes fatores devem ser considerados na busca do enriquecimento da organização e sucesso dos objetivos traçados. Nas projeções, os custos das mercadorias vendidas (CMV) são pagos integralmente a vista e estão estabilizados por trimestre, não demonstrando variação em seus valores proporcionais a receita de vendas, 2,5 e 2,86 (receita de vendas/custo de mercadorias vendidas) respectivamente, indicando que um possível aumento na quantidade vendida gerará um poder de negociação junto a fornecedores que poderão trabalhar com uma margem mais baixa de lucro devido à maior demanda de mercadorias para venda, além do fato de que a empresa deve estar em constante busca de melhorias, o que possibilita a diminuição destes custos. Já em caso de as vendas não alcançarem as expectativas este custo impactará diretamente no lucro obtido, pois, conforme podemos identificar no aumento do custo das mercadorias vendidas entre os meses 3 e 4, não existem políticas de controle e um sistema organizacional competente.

   Outro ponto a se destacar é a uniformidade projetada incorretamente das despesas operacionais em todo período estipulado de vendas, visto que com a elevação constante destas vendas, consequentemente à quantidade de mercadorias necessárias aumentou, o que impacta em crescimento na mesma proporção das despesas operacionais, como pessoal e matéria-prima, causando diminuição dos lucros previstos, estes deveriam ser revistos e calculados de acordo com a variação de necessidade dos produtos e receita de vendas.

Taxa mensal/Cargas tributárias

   Toda empresa ao abrir as portas ou optar por um novo investimento, necessita de um capital de giro saudável para o bom andamento dos negócios, principalmente nos meses iniciais do planejamento. Consultores especialistas da área financeira são essenciais para o gestor orçar e colocar em prática seus projetos.

   Conhecimentos nos campos financeiros e tributários, mesmo que terceirizados, são fundamentais para os gestores, contribuindo diretamente para tornar os processos de planejamento mais efetivos e das tomadas de decisões mais precisos.

   Tributo é toda prestação pecuniária compulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não se constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada (CTN, art. 3º).

   Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (CTN, art. 16).

    A taxa é tributo um que têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição (CTN, art. 77).

   No caso da Companhia Macapá, pode-se observar nas projeções mensais de resultado que ao fim de cada mês, com exceção do 7º mês, existe resultado líquido superavitário mesmo havendo dedução de dívidas com terceiros, no entanto os fluxos de caixa mensais indicam que o caixa final do mês 1 até o mês 7 são negativos e incorrem em necessidade de financiamento de capital de terceiros logo no início do projeto e em seu decorrer, os valores referentes a estes financiamentos são variáveis, dependem da necessidade a ser captada e da eficiência dos consultores ou profissionais da companhia que especulam estes valores e suas taxas no mercado, é evidente nas projeções que os juros sobre o saldo negativo são de 3% ao fim de cada mês, encarecendo ainda mais a dívida.  .  A previsão do recebimento das vendas para o 3º mês em diante atrapalha demais a saúde do caixa gerando déficit, com exceção do 8º mês, ao fim de todos os meses mesmo a empresa tendo boa capacidade de geração de caixa em alguns períodos, devido ao saldo de dívida que carrega do mês anterior, advindos dos financiamentos adquiridos para o capital de giro.

   Estas grandes necessidades de financiamento impactam nas taxas negativamente, pois quanto maior a urgência e valor destes empréstimos, mais caro eles custarão para serem adquiridos no mercado financeiro.

   O imposto de renda e a contribuição social prevista pelos gestores da companhia, conforme tabela de projeções, seguem um padrão de 30% sobre o LAIR, independente de sua variação contínua e ocorrem no mês seguinte ao de incidência, os tributos sobre vendas que totalizam $ 9.000 ao longo dos 6 meses em que ocorrem vendas também são abatidos do caixa apenas no mês subsequente, tendo um percentual de 25% fixos calculados sobre a receita de venda do período. A Comercial Macapá poderia através de bons profissionais da área tributária e até mesmo jurídica, minimizar os valores deduzidos nestes tributos através de elisões fiscais devidamente mapeadas e uma boa política de aproveitamento de tributos.

Prazos médios/Prazos referentes à liquidação de impostos/Política de estocagem

   Através dos dados disponibilizados no projeto, podemos analisar que os valores das vendas foram contabilizados ao decorrer de um período de 6 meses, gerando uma receita total de $ 72.800.

   

   O prazo médio de recebimento (PMR) é o tempo médio que uma empresa leva a cobrar aos seus clientes aquilo que lhes fatura. É um prazo bastante importante, na medida em que enquanto uma empresa vende e não recebe, está a providenciar um crédito ao cliente, e esse crédito é, na ótica da empresa, algo que tem que ser financiado.

   

   O prazo médio de pagamento (PMP) é o tempo médio que uma empresa leva para pagar aos seus fornecedores aquilo que já lhe foi vendido. É um prazo bastante importante, na medida em que enquanto uma empresa não paga aos fornecedores, estes estão-lhe a financiar a sua atividade.

 

   Verificando os dados concluímos que o prazo médio do financiamento das vendas (Prazo Médio de Recebimento - PMR) aos clientes é de 60 dias, pois os recebimentos começam a ocorrer apenas no 3º mês com um valor de $ 10.000, estendendo-se até o 8º mês do projeto chegando a $14.400.

   O prazo médio de financiamento das compras (Prazo Médio de Pagamento - PMP) foi de 15 dias, com o objetivo de manter os estoques do mês sempre positivos em relação às vendas do mês seguinte, o prazo médio das compras foi formulado seguindo o raciocínio de que as compras que foram feitas do mês 1, com valor de $ 10.000, ao mês 5, com valor de $ 2.520, seriam pagas 50% a vista e 50% no prazo de 30 dias. Para encontramos o valor correto que foi pago nas compras dos 2 primeiros meses e nos demais, efetuamos a  seguinte operação: 50% de $ 10.000,00 = $ 5.000 (valor pago nas compras do mês 1), já o saldo restante financiado de $ 5.000,00 juntamente de 50% do valor das compras do mês 2, $ 5.200 (compras mês 2) x 50% = $ 2.600, resultou no total de $ 7.600, valor este referente ao pagamento das compras do mês 2, ao seguirmos este padrão é possível entender o planejamento do processo de compra de todo o período do projeto.

   Conforme já comentado, o prazo referente à liquidação do imposto de renda e da contribuição social foi estabelecido em 30 dias; o valor calculado do mês 1 de $ 542 foi pago no mês 2, o valor calculado do mês 2 de $ 430 foi pago no mês 3, seguindo esta uniformidade até o pagamento final que ocorreu no mês 7, com valor de $ 1.164 calculados sobre o LAIR obtido no mês 6.

  Concluindo-se que o pagamento dos impostos, tributos e das compras são efetuados antes mesmo de qualquer recebimento levando a déficit de caixa, incorrendo a necessidade de empréstimos bancários e pagamento de juros sobre os mesmos, portanto uma abordagem equivocada.

   A política adotada para o controle de estoque é adequada, visto que ao fim do período projetado toda a mercadoria produzida foi vendida, de acordo com as projeções apresentadas os consultores tentaram controlar o estoque mantendo o estoque final de determinado mês conforme a previsão de vendas para o mês seguinte, com acréscimo de 50%. Tal fato pode ser representado ao calcularmos o saldo final de estoque do 2º mês, que foi de 7.200, chegamos a este valor através da previsão de custos de mercadorias (venda de estoque) a serem vendidas no mês 3, que foi de 4.800, acrescido de 50% desse valor, 2.600. Lembrando que esta política de estocagem somente não se aplica ao saldo final do mês 5, nesse caso o saldo final é o mesmo da previsão de custos de mercadorias para o 6º mês, que de acordo com as estimativas do projeto, o último a ter vendas realizadas.

Viabilidade do projeto/ Medidas para otimizar a geração de resultado

   As organizações estão sempre em busca de evolução, de forma que sua produção e vendas melhorem ao fim de cada período apurado, tais objetivos são estabelecidos sempre em busca de crescimento do lucro, para que estes objetivos sejam alcançados as empresas bem geridas e atentas ao mercado macroeconômico realizam novos investimentos sempre que possível. Estes investimentos são esforços feitos visando progresso e benefícios futuros e normalmente incorrem em certo risco.

   Para auxiliar na decisão da viabilidade de um projeto podemos utilizar algum modelo de análise de investimento, entre eles estão o valor presente líquido (VPL), a taxa interna de retorno (TIR), o payback simples, o payback descontado e o índice de lucratividade (ILL), dessa forma, é possível comparar os fluxos de caixa gerados com o investimento realizado.  

   O modelo mais seguro e comum para à análise da viabilidade de um projeto é o valor presente líquido (VPL), nele o valor presente líquido é obtido ao se subtrair o investimento inicial de um projeto do valor presente de seus fluxos de entrada e saída de caixa, chegando ao seu resultado em termos de valor monetário. O VPL é utilizado devido ao dinheiro desvalorizar-se com o tempo, gerando incerteza em seu recebimento e leva em consideração o custo de capital da empresa (TMA), podendo ser aplicado em qualquer fluxo de caixa. O VPL deve ser maior do que 0 para que o projeto seja considerado viável.

   

Vamos ao cálculo:

Investimento inicial: $ 3.000,00.

Taxa mínima de atratividade (TMA): 14.15% a.m. (utilizando a Taxa Selic atual, ago/16).

f FIN

3000 CHS g CFo

6695 CHS g CFj

19402 CHS g CFj

18933 CHS g CFj

19321 CHS g CFj

17131 CHS g CFj

12998 CHS g CFj

3463 CHS g CFj

10937 g CFj

14.15 i

f NPV = -60.155,08

Analisando conforme as regras do VPL:

VPL > 0 projeto aceito

VPL = 0 (neutro)

VPL < 0 projeto rejeitado

Portanto, respeitando o conceito da análise do VPL realizada, o projeto de investimento da Companhia Comercial Macapá deve ser rejeitado, pois o VPL calculado (-60.155,08) é inferior a 0.

Algumas medidas para otimizar a geração de resultado do projeto poderiam ser impostas. A política de recebimento das vendas está muito favorável ao consumidor, os prazos de 60 dias para pagamento disponibilizados impactam muito negativamente no capital de giro, gerando déficits e necessidades de financiamento junto a bancos e, conforme já comentado, quanto maior estas necessidades, maior o custo a se pagar por elas. A companhia deveria rever estes prazos e tentar antecipar estas entradas, mesmo que ofereça em suas vendas opções de parcelamento, porém exigindo parte do valor no ato, de forma que o fluxo de caixa não seja tão prejudicado. Partindo destas premissas as necessidades de financiamento se tornariam menores e a saúde financeira se estabilizaria em uma margem aceitável.

  Em relação ao pagamento de fornecedores, que também é desfavorável e prejudica o saldo de caixa, todo o custo das mercadorias vendidas e boa parte das compras (50%), estão sendo pagas à vista, desta forma os responsáveis deveriam buscar novas opções no mercado de fornecedores e brigar por um prazo maior de pagamento das compras efetuadas, renegociar datas de pagamento de despesas operacionais e tentar prorrogar o pagamento do valor dos custos das mercadorias vendidas, ou pelo menos parte deles, para após o recebimento das vendas destes produtos.

Conclusão

   Mensurar o desempenho empresarial é primordial diante a volatilidade das mudanças e está diretamente relacionado aos seus resultados. Diante disto, a análise da rentabilidade tem por finalidade proporcionar aos investidores uma comparação com outras alternativas de investimento e também aos gestores, em relação as suas metas, servir como ferramenta de comparação com seus concorrentes que almejam os mesmos objetivos.

    No investimento da Companhia Comercial Macapá, as projeções analisadas deixam várias dúvidas em relação ao sucesso de todo o planejamento, foram apontados alguns motivos que resultaram nesta insegurança, o baixo investimento dos sócios, que foi de apenas $ 3.000, em relação as necessidades do projeto e a consequente falta de capital de giro, além da forma nada favorável como foram estabelecidas as práticas de comercialização dos produtos e pagamento de custos e despesas; recebendo 100% das vendas a prazo, não obtendo entradas nos primeiros 60 dias e pagando quase que integralmente, com exceção dos impostos e tributos, seus custos e despesas a vista, sendo eles as despesas operacionais, custas de mercadorias e parte das compras. Estes agravantes evidentemente prejudicaram o fluxo de caixa, tornando-o negativo no decorrer do projeto e gerando escassez de capital de giro para cobertura, diante disto houve necessidade de captação de empréstimos ao longo dos meses e pagamento de juros de financiamento sobre estes empréstimos, aumentando ainda mais o déficit obtido ao fim de cada período contabilizado. Diante desta série de fatores o projeto é considerado inviável e não deve ser implantado.

Referências bibliográficas

Administração e Sucesso, Ciclo Operacional e Ciclo de Caixa, disponível em , acesso em 19/09/2016.

Carteira Rica, Taxa Selic Hoje. Guia Completo com tabela mensal dos juros, disponível em , acesso em 21/09/2016.

Fgv Online, site institucional, Projeção de resultados, disponível em  , acesso em 19/08/2016.

Material didático do curso de MBA da FGV Online, disciplina Orçamento Empresarial, visualizado em 18/09/2016.

Planalto, site institucional, Código Tributário Nacional, disponível em , acesso em 20/09/2016.

Wikipédia, Valor presente líquido, disponível em , acesso em 22/09/2016.

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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