Estudo de Caso CVRD
Por: Ludmyla Barbosa • 7/11/2017 • Exam • 1.080 Palavras (5 Páginas) • 144 Visualizações
- A privatização da CVRD tem seus pontos negativos e positivos. Adentraremos primeiramente nos positivos, citando por exemplo como a compra de ações em empresas nacionais como a Samarco em julho de 2017, mineradora brasileira que antes pertencia a BHP empresa anglo-australiana, mesmos sendo uma medida um tanto assustadora devido ao desastre ambienta de 2015, essa aquisição contribui para que a empresa não fechasse as portas e que o mercado não sofresse tanto as consequências. Além de empresas nacionais, a Vale tem investido nas empresas internacionais, como a Inco em 2006, canadense líder no mercado de níquel, tornando assim a Vale a segunda maior companhia mineradora do mundo. Além disso, a empresa vem investindo em outros setores como energia elétrica e outros metais, aumentando o capital de outros setores e aquecendo o mercado interno, e também, quando privatizada foi argumentado de que com a escassez de recursos que o Estado detinha para capitalizar suas empresas nacionais isso travava, de certa forma, que a empresa expandisse no mercado.
Com os devidos pontos positivos adentraremos nos negativos, no ano de 1997 a lei Kandir entra em vigor e com isso dava a empresas privadas a isenção de impostos para a exportação de produtos semielaborados (minério de ferro entra nesta categoria), recentemente ocorreram alguns escândalos a respeito da venda da mesma, também em 1997, dentre as pautas podemos apontar propina no leilão, vícios no edital de venda, acusações de que empresa foi subavaliada no negócio; que a empresa americana Merrill Lynch teria repassado informações estratégicas aos compradores meses antes da venda; que parte do dinheiro utilizado pelas empresas para a compra da Vale foi obtida por meio de empréstimos ao BNDES, claramente um jogo de cartas marcadas. Outro ponto passível de argumentação, é de que mesmo com o constante crescimento da empresa, seu faturamento tem crescido, créditos à China, e mesmo assim seu recolhimento baixo, comparando o ano de 2011 em que seu faturamento foi de R$20bilhões com pagamento de 30milhões de ICMS, cerca de 0,15%. Em 2016 o FMI admitiu o fracasso das políticas neoliberais incentivadas no momento de privatização da Vale e também da privatização de outras empresas nacionais Telebrás, Eletropaulo e Embraer.
- Segundo Katz, as habilidades necessárias para que um gestor seja um bom administrador dentro da estrutura organizacional são: habilidade estratégica, tática e operacional. Roger Agnelli possuía, principalmente, as habilidades estratégicas e táticas. Para a estratégica podemos apresentar a habilidade de percepção de timing para suas decisões, como prova disso aumentou de maneira esplêndida o faturamento da Vale no seu perdido como CEO, aproveitando oportunidades e chegando a conclusão de mudanças impactantes para o futuro da empresa. No ponto tático, negociou com diversas empresas, conseguindo clientes mais rentáveis e parcerias enriquecedoras para a empresa.
- Dentro da Vale, quando assumiu a presidência da empresa os investimento da mesma passaram de 1,5bilhões para 19,4bilhões, isso mostra habilidade estratégica e tática para conseguir oportunidades de mercado, não somente de novos clientes, mas de novas empresas, ações, expansão mundial, reestruturou a operação gerencial e traçou planos de curto e longo prazo alcançando objetivos e estimulando alcançar futuros.
- Um dos principais desafios que Agnelli pode ter encontrado seria os vícios como estatal, a centralização na tomada de decisões, a falta de estimulo na produção, menor agilidade na realização dos processos, a lentidão nas tomadas de decisão e solução de problemas, respostas lenta as oportunidades, entre outros pontos considerados próximos a realidade das empresas pertencentes ao Estado e que atrapalham e muito no processo de produção e administração de uma empresa privada com a principal preocupação de aumento do seu kpt.
- Acreditamo que, toda sua carreira como administrador tinha como plano a longo prazo a conquista de um cargo que tivesse não apenas ganhos importante de kpt próprio mais também status. Agnelli não possui formação especializada em mineração, entretanto, possuía ideias como a segregação das prioridades entre siderúrgicas e mineradoras que seria extremamente vantajosa para a empresa. O administrador que já realizava acordos com o banco Bradesco, teve a oportunidade de cargo com o consorcio entre o banco e a CSN, que pretendiam aumentar a rentabilidade da empresa. Sendo assim, é provável que a ocupação do cargo tenha sido um aproveitamento de oportunidade.
- Para Mitzberg, os papeis do administrador são: interpessoal, de informação e decisão. Agnelli possuiu características que contemplam todos esses papeis, suas relações e contatos não apenas facilitaram seu cargo como CEO da Vale mas também aumentou o número de investimentos da empresa com novos clientes, fornecedores e parceiros, contribuindo para projetos cada vez mais vantajosos para a empresa, demostrando seu forte papel interpessoal. Quanto ao papel relacionado a informação, Agnelli criou uma dinâmica diferente da anterior na empresa, facilitando a comunicação entre os setores da empresa e também renovando a imagem da Vale não apenas entre os funcionários mas também a maneira como o mercado enxerga a empresa, com medidas pontuais e estratégicas como exemplo as midiáticas, reforçando a importância da Vale para o mercado brasileiro e externo, valorizando a empresa e contribuindo para que o funcionário tenha orgulho de trabalhar na mesma. O papel de decisão, Agnelli apresentou uma restruturação na tomada de decisão da empresa, tornando esse processo mais rápido e certeiro, facilitando com que suas próprias investidas na solução de obstáculos fossem também mais rápidas e pontuais. Como por exemplo, a quebra dos vícios estruturais na empresa vinculados a antes ser uma estatal, o qual atrapalhava o crescimento de kpt da empresa.
- Alguns traços característicos do administrador brasileiro podem ser percebidos na técnica que Agnelli utilizava, por exemplo a centralização na tomada de decisões da empresa, o personalismo, paternalismo, flexibilidade, lealdade pessoal e impunidade são alguns dos pontos que claramente podemos perceber, características essas que nem sempre são bem-vindas numa empresa brasileira, que em alguns momentos exige que se tenha esses adjetivos para melhor caminhar no mercado. Mesmo com toda essa proximidade da maneira brasileira de administrar, Agnelli é um ponto fora da curva, conseguindo galgar status como administrador que poucos brasileiros conseguiram, tendo um nome renomado mundialmente e até mesmo premiado.
- Com certeza após a passagem de Agnelli pela empresa, suas bases ficaram mais fortes e a empresa conseguiria enfrentar os obstáculos do mercado. Além da já extensa compilação de medidas citadas anteriormente neste trabalho, a empresa após sua passagem, tem tomado medidas de fortalecimento, crescimento e tem aprimorado seu nome no mercado, assim conseguindo perpetuando e aprimorando seu status quo, facilitando com que a CDRV consiga vencer e driblar seus desafios.
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