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Gestão de Material e Patrimônio

Por:   •  31/7/2016  •  Dissertação  •  1.260 Palavras (6 Páginas)  •  361 Visualizações

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 A LOGÍSTICA MILITAR

A logística militar é uma área da administração que, à semelhança do que ocorre nas organizações empresariais, atualmente absorve grande parte das atividades de diversas Unidades do Exército Brasileiro. Uma área que é essencial no atendimento aos clientes e se tornou decisiva para a estratégia organizacional. É pauta nos últimos tempos das principais discussões empresariais e acadêmicas, visto que é a peça-chave do sucesso organizacional. Não se trata apenas de uma fase do processo administrativo, mas de diferencial competitivo, relacionado diretamente à redução de custos e ao aumento do nível de serviço prestado aos clientes.

As intensas e rápidas mudanças que atuam no ambiente das organizações já são rotinas. A busca por novas informações, em tempo real, é o objetivo de todas as corporações, que não desejam ser surpreendidas por inovações de seus concorrentes. Algo parecido acontece nas organizações militares. A principal diferença seria o fato de que estas, em princípio, não possuem concorrentes e não estão sujeitas a fechar por falência administrativa, como ocorre com as organizações empresariais. Por outro lado, a conjuntura nacional de escassez de recursos sugere a necessidade de uma atualização ou de adaptação dos meios de administração de material com a finalidade de continuar cumprindo suas missões com cada vez menos recursos disponíveis.

Em 2014 surgiu o Novo Manual de Logística do Exército Brasileiro, encontrando amparo doutrinário nos manuais do Ministério da Defesa. Ele apresenta a função de combate logística no âmbito da força terrestre e serve de interface doutrinária entre a logística realizada nos níveis estratégico e operacional e a doutrina realizada no nível tático. A concepção de um Novo Manual de Logística levou em consideração os modernos preceitos da logística empresarial praticada no mundo corporativo e a experiência vivida por outros exércitos, empenhados em situações de emprego real.

Destaca-se a doutrina como orientadora de possíveis soluções para os problemas militares. No caso da doutrina de logística, o exemplo foi a Operação Serval, empreendida pela França, no Mali, África. Soluções customizadas, a chamada “Logística na Medida Certa”, possibilitou o sucesso daquela operação. Os princípios que nortearam o emprego dos meios logísticos naquela operação serviram de subsídio para a formulação doutrinária no Exército Brasileiro.

Não somente a experiência coletada em outros países servem de referência para a nossa formulação doutrinária, mas também os conhecimentos advindos de nossas próprias operações, como por exemplo o emprego de tropas no Complexo do Alemão, na Operação Arcanjo, uma operação de não guerra que exigiu o desdobramento de um destacamento logístico em apoio customizado às tropas, caracterizando a “Logística na Medida Certa”.

Experimentações doutrinárias são realizadas com o objetivo de testar e validar a doutrina de emprego que está sendo formulada, como exemplo a experimentação doutrinária realizada pelo Comando Militar do Oeste pelo 9º Grupamento Logístico e suas Organizações Militares subordinadas no contexto da Operação Hiléia Pátria, um exercício de defesa externa.

A estratégia nacional de defesa estabeleceu que as Forças Armadas devem se organizar em torno de capacidades e não em torno de inimigos específicos, mesmo porque o Brasil não tem inimigos no presente. O planejamento baseado em capacidades é uma metodologia que permite identificar capacidades com foco nas ameaças, avaliar capacidades existentes e atestar a eficácia face às missões. Os fatores que determinam e dimensionam essa capacidade são: a doutrina, a organização, o adestramento, o material, a educação, o pessoal e a infraestrutura (acrônimo doamep).

O Catálogo de Capacidades do Exército lista as capacidades militares terrestres, dentre elas as capacidades logísticas (sustentação logística) e as capacidades operativas (apoio logístico para as forças desdobradas). O Manual de Doutrina Militar Terrestre estabelece que, dentre as novas capacidades consideradas prioritárias para a força terrestre na era do conhecimento, está a prontidão logística, que constitui a capacidade da logística de prontamente atender às demandas da força apoiada, atuando no amplo espectro dos conflitos.

Para a força, a Logística Militar Terrestre é definida como o “conjunto de atividades relativas à previsão e à provisão de meios necessários ao funcionamento organizacional do Exército e às operações da Força Terrestre.” A função de combate logística deve contribuir para o cumprimento da missão da força terrestre. A logística deve assegurar o alcance operativo, a liberdade de ação e a capacidade de durar na nação em prol da ação decisiva. A logística militar está presente nos níveis estratégico e operacional, proporcionando logística nacional e mobilização.

Compõem a função de combate logística os grupos funcionais: material (suprimento, manutenção, transporte, engenharia e salvamento), pessoal (recursos humanos), saúde (dentro da área funcional saúde), as atividades transversais (gestão orçamentária e financeira) e o apoio jurídico. Todo esse conjunto caracteriza a máxima “Logística na Medida Certa”. As capacidades básicas da logística são: geração, desdobramento, sustentação e reversão.

A nova organização da logística está prevista num documento chamado “Plano Estratégico do Exército”, elaborado pelo Estado Maior do Exército. O objetivo estratégico do Exército é implantar um novo e efetivo sistema logístico militar terrestre. As estratégias são: a implantação de uma nova estrutura logística do Exército e a implantação de uma efetiva gestão logística.

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