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Introdução à Economia

Por:   •  20/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.611 Palavras (15 Páginas)  •  295 Visualizações

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Matriz de atividade individual*

Módulo: 2

Atividade: Individual

Título: Fórum Correntes do Pensamento Econômico

Aluno: 

Disciplina: Introdução a Economia

Turma: 

Introdução

Iniciada na década 1970 e presente até hoje a economia tem sido dominada fortemente pelo capitalismo utilizando como base a crença pela liberdade de mercado.

Desde Malthus e Marx (sec. XIX), até Keynes, Shumpeter e Kalecki (séc. XX), sabemos que o capitalismo é um modo de produção anárquico e instável pela própria natureza, essa característica se expressa por repetidas crises com diferentes graus de intensidade, flutuações cíclicas violentas ou não e também por períodos de estagnação, entre esses eventos podemos destacar alguns exemplos mais óbvios, a crise de 1929, tida como a maior do século XX, e as mais recentes, a de 1990, o ataque à libra – 1992 à 1993, as crises do México – 1994 à 1995, da Ásia - 1997, da Rússia - 1998, do Brasil - 1999, a crise de 2000, da Argentina - 2002 e por fim a atual crise imobiliária nos EUA - 2007. O que denomina essas crises mais recentes é a crescente desregulamentação e liberalização dos mercados financeiros em quase todo mundo.

Ainda na década de 1970, permitindo a livre movimentação e valorizações nos fluxos financeiros, acelerando sua velocidade vertiginosamente com a utilização de novas tecnologias de informação, integrando estreitamente esses mercados e radicalizando a autonomia do estimulo de capital financeiro. Criaram inúmeros agentes financeiros intermediários, entre os poupadores e os bancos com a adoção de uma série de inovações financeiras dando origem a dois novos mercados, o de opções e de futuros, permitindo assim uma alavancagem extraordinária nas operações financeiras, mobilizando a capacidade de recursos superiores aos até então existentes.

Essa globalização de finanças resulta em um superdimensionamento da esfera financeira e em progressiva valorização dos capitais não correspondentes com a riqueza existente, potencializando possibilidade de crises e inclusive de sua gravidade.

Por outro lado, estreita-se a conexão entre todos os mercados e também potencializa a “especulação positiva”, e também o reverso, a crise, tendo como principal consequência a desvalorização de capitais, apresentando um enorme potencial de difusão global, contagiando e desabilitando economias de países e até em regiões interias.

O objetivo é discutir criticamente as distintas visões da crise econômica atual do capitalismo tendo como referência os três principais fatores da teoria econômica, o Neoclássico, o Keynesiano e o Marxista.

Características principais da Escola Clássica

Foi Adam Smith que separou economia política e política econômica, ele é considerado o pai da economia política e criador da escola clássica.

O pensamento se desenvolve na segunda metade do século XVIII e no século XIX. Compreende o capitalismo como pertencendo dinamicamente do processo produtivo e trazido pela Revolução Industrial.

Adam Smith, afirma que não é a quantidade de bens valiosos como prata e ouro que determina a riqueza de uma nação, mas sim o trabalho, ele é que de fato origina a prosperidade. Através deste pensamento qualuqer mudança que possibilite maiores resultados nas produções enriquece a nação. A principal é a divisão social do trabalho, é opilar dos rendimentos crescentes.

A escola aborda também as causas das crises econômicas, acumulação de capital e crescimento populacional. Acredita-se no pleno emprego, previsões matemáticas, flexibilidade de salários e preços, liberalismo econômico e equação quantitativa da moeda. Ela elabora o conceito de racionalidade econômica, onde cada indivíduo deve satisfazer suas necessidades e não se preocupar com o bem-estar coletivo. Essa competitividade se originaria do bem político porque qualquer intervenção nas leis do comportamento humano bloquearia o desenvolvimento das forças produtivas. Smith tinha uma metáfora, os homens conduzidos por uma "mão invisível", acabam promovendo um fim que não era intencional.

Os mercados onde vigoram a concorrência funcionam espontaneamente, de modo a garantir a alocação mais eficiente dos recursos e da produção inibindo o excesso de lucros. Por essa razão, o único papel econômico do governo, além do básico que é garantir a lei e a ordem, é a intervenção na economia quando não há livre concorrência.

Segundo Adam Smith, na economia concorrencial a oferta de cada bem e de cada fator de produção tende sempre a igualar a procura. Em todos os mercados, o elemento que determina esse equilíbrio entre oferta e procura são os preços (o preço do trabalho, nesse caso, seria o salário).

Na escola clássica se destacaram os autores Jean-Baptiste Say (1767-1832) na frança, Thomas Malthus (1766-1834) e David Ricardo (1772-1823) na inglaterra.

Características principais da Escola Neoclássica

Essa escola surge no final do século XIX tendo como alguns de seus autores o

o austríaco Carl Menger, o inglês William Stanley Jevons e o francês Léon Walras.

Se destacaram posteriormente o inglês Alfred Marshall, o austríaco Knut Wicksell, o italiano Vilfredo Pareto e o norte-americano Irving Fisher.

Não se consegue estabelecer com muita simplicidade uma diferença entre a teoria clássica e a neoclássica. A Neoclássica compreende a maioria dos paradigmas clássicos aprimorando outros.

Nega de certa forma a teoria do valor dos clássicos, destaca que o erro dos clássicos acerca da teoria do valor que Marx utilizou para construir suas teorias da mais-valia e da exploração.

Tendo como estrutura a teoria do valor-trabalho, cai por terra toda a estrutura teórica erigida por Karl Marx em O Capital. Utilizam pressupostos que asseguram o equilíbrio, não acreditam na luta e diferença entre classes e negam o caráter progressivo do capitalismo.

Os neoclássicos negam a teoria clássica do valor-trabalho. Amparados pelas ideias do filósofo inglês Jeremy Bentham, criador do utilitarismo.

Marx afirma que o valor de um produto é uma grandeza subjetiva: relaciona-se com a utilidade que ele tem para cada individuo.

Essa utilidade depende da quantidade do bem que o indivíduo dispõe. Assim, o preço das mercadorias e dos serviços passa a ser definido pelo equilíbrio entre a oferta e a procura.

Essa lei do mercado, para os neoclássicos, conduz à estabilidade econômica. Esses teóricos acreditam que a quantidade de moeda afeta apenas o nível de preços de uma economia, há uma igualdade em relação aos níveis de investimento e poupança, sendo que a poupança é a determinante, onde a taxa de juros funciona como regulador.

Toda a teoria sofre mudanças no decorrer do tempo, aprimoram as já existentes e buscam tornar seus modelos cada vez mais aplicáveis a realidade.

A escola neoclássica ou marginalista caracterizou-se pelas contribuições que deu para o conhecimento da utilidade de um bem e da sua escassez. Caracterizou-se igualmente pela abordagem microeconómica e pelos fortes instrumentos matemáticos que utilizavam para revestir a exposição e fundamentação das suas teorias visando o equilíbrio da economia.

Aos marginalistas se devem conceitos tão importantes como os da elasticidade/preço e o dos rendimentos decrescentes. .

Semelhanças entre as Escolas Clássica e Neoclássica

As semelhanças entre essas duas escolas se direcionam ao equilíbrio econômico e o livre mercado, sem o controle do estado. Defendem a imparcialidade ou neutralidade da moeda na esfera financeira, ou seja, que ela não interfere no lado real da economia, no lado da produção.

Toda oferta cria a sua própria demanda, não havendo possibilidade de superprodução e desemprego involuntário.

Características da Teoria Keynesiana

Na teoria keynesiana, o emprego total depende da demanda agregada e o desemprego é resultado de uma falta de demanda total. A demanda efetiva se reflete nos gastos de sua renda e aumentando a renda aumenta também o consumo, portanto para que não haja demanda suficiente para manter o nível de emprego, deve-se verificar o nível de investimento no equilíbrio da diferença entre renda e consumo. Podemos dizer que o salário não é o único fator que desencadeia o desemprego, mesmo quando não há concorrência perfeita no mercado e todos os preços se ajustam instantaneamente e milagrosamente, as decisões do investidor influenciam na demanda efetiva e no nível do emprego.

Além disso, não só a inflação, mas também o desemprego dependem do volume de demanda efetiva, quando a demanda é fraca o desemprego ocorre quando a demanda é alta a inflação é excessiva.

  1. John Maynard Keynes, aceita a conclusão tradicional de que um aumento na quantidade de dinheiro vai aumentar o preço e é o impacto inicial do aumento da quantidade de dinheiro que reduz as taxas de juros, aumentando a demanda efetiva de investimento, associada a aumentos na renda, emprego e produção. É por causa do aumento do custo de trabalho que os preços começam a subir.


Segundo Keynes, o interesse como recompensa por não ter dinheiro em sua teoria, serve como unidade de mudança, considerando que a última função, aqueles com mais renda usam como alternativa o entesouramento do dinheiro, emprestá-lo a uma determinada taxa de juros ou investir em uma atividade que proporciona algum benefício ajudam construir riquezas. Deve haver uma razão para tomar essa decisão. Para Keynes, cada indivíduo tem uma preferência por liquidez combinada com a quantidade de dinheiro que determina a taxa real de juros a qualquer momento. Isto é, pessoas, dinheiro tesouro porque há incerteza sobre a evolução das variáveis ​​econômicas e, portanto, detentores de moeda tem um tipo de segurança não apreciado por proprietários de outras espécies de riqueza.

Diferença entre a Teoria Keynesiana e a Escola Liberal

Essas teorias explicam certas posições do Estado em relação a seus direitos e obrigações, principalmente nas questões econômicas, como sua melhor forma de organização e até onde deve interferir ou omitir determinas situações.

Oferecendo uma saída para a crise vivenciada, Keynes, em 1926, postulou uma teoria que rompia totalmente com a ideia liberalista do “deixai fazer”, afirmando que o Estado deveria sim, interferir na sociedade, na economia e em quais áreas achasse necessário. Esse modelo de Estado foi adotado por muitos países após o fim da Segunda Guerra Mundial, já que a interferência estatal parecia essencial para a recuperação do mundo no pós-guerra.

A partir dos anos 60, com a crise dos países centrais, ocasionada pela acumulação intensiva e por uma regulação monopolista, o keynesianismo também foi questionado, pois problemas como inflação e instabilidade econômica tornaram-se reais. Foi assim que nasceu um novo modelo de liberalismo, o Neoliberalismo, ele estabelecia certo limite ao Estado e afirmava que as garantias da liberdade econômica e política estavam ameaçadas pelo intervencionismo. Conforme o neoliberalismo, Estado e Mercado são formas de organizações antagônicas e irreconciliáveis.

Já o liberalismo baseou-se na ideia defendida por Adam Smith.

Segundo Smith, o próprio capitalismo continha mecanismos racionais e eficientes de regulação das condições socioeconômicas de uma sociedade. Dessa forma, o papel do Estado deveria se limitar a duas coisas, cumprir os contratos e garantir a propriedade privada.

Esta “mão invisível” do capitalismo começou a ser criticada no final do século XIX, pois, na verdade, a realidade vista era muito diferente do que os liberalistas pregavam. Os mecanismos do capitalismo não estavam sendo racionais e eficientes no sentido de uma regulação social.

A teoria da “mão invisível” foi amplamente questionada em um dos períodos mais difíceis da história do capitalismo (a crise de 29). Nessa época, o mundo inteiro se interrogou a respeito da eficiência do capitalismo. Após a crise, uma coisa ficou certa, a “mão invisível”, ou seja, os supostos mecanismos autorreguladores do capitalismo não eram suficientes para manter a economia nos trilhos.

Alternativas para a crise atual a partir da teoria Keynesiana e da Teoria Liberal

        

Podemos examinar mais de perto algumas análises recém efetuadas por autores que se apoiam na teoria marxista visando interpretar a crise em curso. Para tal finalidade podemos levantar uma tese preliminar a respeito dessa questão, após a consolidação do declínio da lucratividade na fase final do período expansivo do pós-Segunda Guerra entra em cena um processo recessivo. Busca-se uma iniciativa destrutiva necessária ao relançamento das bases de um novo ciclo expansivo com a retomada de uma trajetória em ascensão da taxa de lucro, o que tornou indispensável a introdução de uma onda de grandes e inéditas transformações.

Entre estas transformações, no plano produtivo, relacionado diretamente à produção e elevação da mais-valia, deve ser destacado o processo de universalização das relações capitalistas de produção para regiões do planeta até então não integradas diretamente ao mercado mundial. O capital redefine a economia mundial mediante a introdução de uma nova forma de organização produtiva no plano internacional. Aquilo que passou a ser conhecido como a globalização e vendido como uma etapa virtuosa a qual chegara o capitalismo.

A busca de novas regiões produtivas e a criação de um exército industrial de reserva em escala mundial. Essas medidas tornaram viável a introdução de novos métodos produtivos que permitiram a utilização intensiva dos mecanismos de elevação das formas da mais-valia absoluta e relativa.

Esse movimento associava-se à expansão e reestruturação da até então inédita esfera financeira, a qual se tornou possível exatamente devido a uma enorme massa de capital tornava-se ociosa pela falta de oportunidades de aplicações produtivas na década de 1970.

Uma verdadeira revolução, mediante uma onda de inovações financeiras alavancou para o primeiro plano a lógica do capital financeiro como critério de avaliação da rentabilidade para o capital em geral.

 

Simultaneamente às mudanças ocorridas nesse período articulavam os novos eixos do desenvolvimento capitalista, sobre uma divisão internacional do trabalho que passavam aos fornecedores da produção consumida nos Estados Unidos e demais países e também na nova formatação financeira, representando a condução dos capitais das novas regiões produtoras como financiamento do consumo. O resultado foi um processo de alavancagem que elevou extremamente o lucro e as finanças.

François Chesnais, um dos mais importantes pesquisadores da era marxista, avaliou a crise articulando a teoria geral de Marx, com as transformações contemporâneas, denominadas por ele como “financeirização”.

Dessa forma, observou o novo delineamento da produtividade sob a “mundialização  do capital”.

Chesnais, afirma que o processo de desregulamentação ocorrido após 1970 criaram o mercado mundial e a criação de um espaço livre de restrições às operações produtivas do capital, ou seja, um espaço de produção e de realização de “mais-valia” ancorado no processo de centralização do lucro em escala internacional.

Este novo espaço apresenta uma redução dos obstáculos e da mobilidade do capital, assim o capital adquire possibilidade em organizar a valorização em escala internacional que decorre da oportunidade de estabelecer relações concorrenciais entre trabalhadores de todos os países.

Associada a essas mudanças estruturais do plano produtivo, Chesnais aponta o que seria o segundo meio utilizado para superar os limites para o capital nas economias centrais, qual seja, o recurso a “formas totalmente artificiais de ampliação da demanda efetiva, as que, somando-se a outras formas de criação de capital fictício, geraram as condições para a crise financeira que está se desenvolvendo hoje”.

Atualmente há no capitalismo um grande número de países com sistemas de aposentadoria apoiados no capital fictício, possuidores do direito de participação nos resultados produtivos que podem não se materializar quando a crise se estabelece.

Esta é apenas uma das formas que se encontram no interior do processo de liberalização e globalização financeira baseada na acumulação de capital fictício (fundos de investimentos, de pensão e financeiros). Vemos aqui os principais pilares da espetacular alavancagem, entre os anos 1990 e 2000, nos EUA e Inglaterra, de capital fictício na forma de crédito.

Trata-se de créditos voltados para empresas e famílias, particularmente para transações imobiliárias. Esta enorme massa de capital fictício criado neste período foi acompanhada da fragilidade e vulnerabilidade explodindo a bolha imobiliária, grande parte dos empréstimos às famílias ocorreu sem garantias de reposição dos montantes de dinheiro tomados emprestados.

Dessa maneira, poderíamos concordar que a explicação de Chesnais para a crise atual está muito longe de caracterizá-la como de origem financeira. A vertente financeira tem grande relevância em sua análise, mas ela se coloca como componente de um processo de longo prazo, determinado pelo mecanismo da acumulação do capital orientado por uma fuga ao constrangimento da taxa de lucro quando da finalização do ciclo longo de crescimento após a Segunda Guerra.

Marx constrói seu objeto de estudo a partir da relação fundamental que constitui e estrutura a sociedade econômica capitalista e a relação capital do trabalho.

 

A partir dessa relação constrói o conceito de capital e a sua teoria do valor e da mais-valia, explicitando-a como lei de valorização do capital, a sua principal lei de movimento.

Da lei do valor derivam as demais leis de movimento do capital, que são leis de tendência objetivas de funcionamento do capitalismo, leis que independem da vontade dos sujeitos e que têm a competição entre os diversos capitais, na busca da expropriação do trabalho alheio. Portanto, nesse plano de análise o comportamento e as decisões dos agentes econômicos não têm relevância para compreensão do capitalismo.

 

A crise se inscreve no circuito da mercadoria e decorre da função do dinheiro como reserva de valor, se tornando no modo de produção capitalista uma necessidade objetiva do próprio movimento do capital, portanto, ela  aparece como um fenômeno endógeno ao capitalismo que explicita e sintetiza as suas contradições. Na essência, ela se define como uma crise de superacumulação de capital, na qual o crédito tem um papel central, e se expressa em superprodução generalizada, subconsumo das massas e desproporção setorial, que levam à desaceleração, e, no limite, ao estancamento do processo de acumulação.

Há excesso de capital nas suas mais diversas formas, capital-dinheiro, capital-mercadoria e capital-produtivo, que necessitam ser desvalorizados como condição fundamental para a retomada da acumulação.

Na visão de Marx o Estado Capitalista, exigiria um nível menor de abstração do seu objeto de estudo, o elemento é essencial da engrenagem da acumulação, tanto nos momentos de aceleração quanto nas crises, cumprindo o papel de criar e manter as condições necessárias que viabilizam o processo de expropriação do trabalho e a valorização dos capitais, garantido da propriedade privada dos meios de produção, regulação do mercado de trabalho, mercado de dinheiro e das relações internacionais e a ampliação das fronteiras da acumulação através da dívida pública.

Conclusão

Apesar das diferenças entre os paradigmas Liberalista e Keynesiano, as respostas dadas à crise pelos governos de todos os países evidenciam uma realidade curiosa, uma convergência estratégica e tácita entre essas duas correntes do pensamento econômico.

A explicação mais geral parece estar na inexistência de explicação para a crise e na crença da auto-regulação dos mercados, que, levada às suas ultimas consequências, provocaria uma total inércia com relação ao enfrentamento da crise, e, de outro lado, numa teoria subjetiva da crise em Keynes e nos keynesianos de hoje.

A importância da intervenção e regulação do Estado para preservação e reorganização do capitalismo, como nos diz David Harvey, particularmente a respeito dos neoclássicos não nos apresentaram uma orientação de como evitar o presente desastre e agora quando se deparam com a crise apenas afirmam que, como Marx pressagiou que as coisas não seriam assim se a economia se comportasse unicamente de acordo com seus livros. Talvez já se esteja em tempo de revisar e mudar.

No entanto, ainda parece muito cedo para se diagnosticar a recuperação do status do keynesianismo como a teoria econômica mais apropriada ao gerenciamento do capitalismo. As decisões tomadas e implementadas pelos governos representam uma intervenção direta e pragmática do Estado sobre a iniciativa privada, e indicam uma forte relutância em introduzir um mecanismo efetivamente regulatório compatível com a essência instável do capitalismo. Nesse sentido, parecem desenhar apenas um recuo estratégico do neoliberalismo, com o keynesianismo, por sua vez, se contentando em aplaudir aquilo que seria a aplicação do verdadeiro receituário formulado por Keynes para o controle do capitalismo em marcos civilizados.

Além disso, a razão mais concreta dessa convergência estaria no fato de ambas posições teóricas visualizarem, fundamentalmente, a identificação de atitudes moralmente inadequadas dos agentes econômicos pautadas em exagerada voracidade por lucros e abandono de procedimentos mais rigorosos dos riscos na concessão de empréstimos, a ausência de processos regulatórios apropriados e intervenção estatal anterior à crise em desacordo com a natureza dos mercados.

Desse modo, em termos efetivos, como afirma John Bellamy Foster, o keynesianismo vem sendo aplicado apenas como um caso especial de economia da depressão, o que supõe que a política monetária por algum período de tempo é ineficiente e a política fiscal precisa ser excepcionalmente encaminhada.

Não surpreende, portanto, que keynesianos aplaudam as iniciativas governamentais de recriação da liquidez e reposição das bases da oferta creditícia. A consequência mais visível dessas ações tem sido a tentativa de salvação do sistema bancário-financeiro, enquanto a política monetária de extração neoclássica sofisticada continua em execução pelos Bancos Centrais, mediante manutenção do regime de metas inflacionárias, ao tempo em que a política fiscal e uma orientação explícita de recuperação da economia por parte do Estado.

Em outra perspectiva, no campo teórico representado pela economia política crítica do capitalismo, particularmente no que tange à vertente marxista, a crítica ao capitalismo é ao seu modo intrínseco de funcionamento e está baseada na evidência da existência de leis objetivas que atuam subsumindo as vontades e as decisões dos agentes econômicos.

Por isso, os elementos causais da crise são materiais e decorrem dessas leis, o que impedem que a crise seja caracterizada como fundamentalmente financeira ou esteja restrita à esfera financeira.

Por fim, na visão marxista, o objetivo de entender a estrutura e a dinâmica do capitalismo, bem como a crise, tem sua razão de ser e é impulsionado pela necessidade e vontade de superação desse modo de produção. Por isso, proposições de política econômica derivadas da análise marxista não devem ser entendidas como medidas de preservação e remendo do capitalismo, políticas apoiadas em um diagnóstico marxista devem priorizar a amenização do sofrimento das grandes massas dos trabalhadores e dos excluídos em geral. Portanto, devem apresentar, inevitavelmente, um caráter minimamente reformista, no sentido da negação da continuidade de funcionamento desse sistema.

Referências bibliográficas

Site: http://www.academiaeconomica.com/2008/05/teorias-clssicas.html

Site: http://www.brasilescola.com/politica/liberalismo-x-keynesianismo.htm

KEYNES, J. M. Teoria Geral de Keynes. Editora Ibrasa, 2010. 144 p.

MARX, K. O capital. Edição Condensada, 3ª edição 2008, Editora Edipro, 224p.

CHESNAIS, F. O Livro Negro do Capitalismo, Editora Record, 1998, 546 p.

FOSTER, J. B. A Ecologia de Marx - Materialismo e Natureza, Editora Civilização Brasileira, 2005. 418 p.

HARVEY, D.. O Enigma do Capital. Editora Boitempo, 1ª edição, 2008. 240 p.

*Esta matriz serve para a apresentação de trabalhos a serem desenvolvidos segundo ambas as linhas de raciocínio: lógico-argumentativa ou lógico-matemática.

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