O Estudo de Caso Samarco
Por: Fabiano20 • 6/11/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 1.480 Palavras (6 Páginas) • 659 Visualizações
Universidade Estácio de Sá
MBA em Consultoria Empresarial
Fichamento de Estudo de Caso
Priscila Santos Leite
Trabalho da disciplina: Marketing Estratégico e Inteligência Competitiva
Tutor: Arnaldo Paulo Mendes
Rio de Janeiro
2017
Havard/ Business/ School: RosaMaria Fisher. Estudo de caso da Samarco: o papel da empresa no empoderamento das pessoas.
Introdução
A Samarco foi fundada em 1974 como um projeto industrial ligado a duas empresas: a Samitri, do grupo Belgo-Mineira, e a norte-americana Marcona iniciaram conversações para, juntas, explorarem o itabirito – mineral com baixo teor de ferro, que, até então, não era explorado no Brasil. A Samitri possuía grandes jazidas do minério e a Marcona detinha a tecnologia para transportá-lo através do mineroduto. Em 1998, no primeiro ano pós-expansão, as vendas aumentaram para 11,7 milhões de toneladas, com 81,5% de pelotas. Foi neste ano que a empresa fez sua primeira exportação para a China.
A Samarco contava, então, com 1.286 empregados nas unidades de Germano (MG) e Ponta de Ubu (ES). A primeira era composta pela planta de beneficiamento e pela mina de Alegria – uma reserva de 5,6 bilhões de toneladas de minério de ferro, localizada nos municípios de M|arina e Ouro Preto (MG). A segunda unidade era formada por duas usinas de pelotização e um terminal marítimo próprio, no município de Anchieta (ES). As duas unidades eram ligadas por um mineroduto com 396 quilômetros de extensão e capacidade para transportar até 15,5 milhões de toneladas/ ano. Além, disso, a empresa mantinha escritórios comerciais no Brasil e no exterior. Segundo especialistas, o tipo de atividade produtiva da Samarco acarretava expressivos problemas ambientais, como poluição da água, do ar, poluição visual e erosão por assoreamento
Em todo o mundo, o agravamento das questões sociais, ambientais e econômicas está frequentemente sendo exposto na mídia. A facilidade de acesso à informação, aos poucos, desperta a população mundial para o fato de que, no que diz respeito à finalidade das empresas, criar produtos ou serviços, gerar empregos e oferecer benefícios a curto prazo não são suficientes. Existe uma pressão manifestada por todas as partes: sociedade civil, governos nacionais e internacionais, meios de comunicação e consumidores cada vez mais exigentes e conscientes, para que empresas revejam sua atuação no mercado, para que melhorem seu desempenho social e ambiental, para que tenham, verdadeiramente, utilidade social, e que suas atividades econômicas possam contribuir para o bem do meio ambiente e do meio coletivo, de forma sistêmica e responsável.
Neste contexto, a tendência atual é que empresas adotem uma postura transparente, seja por razões éticas ou por posicionamento de mercado – empresas comprometidas com questões sociais e ambientais são vistas com bons olhos, tanto pelos consumidores quanto no próprio meio corporativo, conquistam vantagem competitiva e boa reputação. Utilizados como ferramentas de marketing, o desempenho social e ambiental das empresas é geralmente exposto ao público em sites e comerciais; no entanto, existem organizações que transmitem informações distorcidas, exacerbando feitos grandiosos, mas que muitas vezes não correspondem à realidade. Nesses casos, a rápida disseminação de informações e denúncias, principalmente através da Internet, contribui para que tais empresas se tornem mais vulneráveis e, consequentemente, imagem e reputação podem ser facilmente prejudicadas. Diante das argumentações expostas, o presente artigo aborda como a mineradora Samarco, responsável pela maior tragédia ambiental do Brasil, está utilizando a responsabilidade socioambiental como ferramenta de marketing. Conceitos de responsabilidade social e ambiental, bem como informações referentes ao rompimento da barragem de Fundão, e as consequências sociais e ambientais serão brevemente expostos de forma a complementar o estudo.
Samarco é uma empresa brasileira fornecedora de ferro de alta qualidade para a indústria siderúrgica mundial, criando valor para todas as partes interessadas.
Samarco
Sérgio Dias afirmou que “a responsabilidade social é um de nossos bens mais preciosos, atendendo aos interesses de todos os stakeholders”. Também disse que priorizavam a saúde e segurança das pessoas e a proteção ao meio ambiente na condução das atividades, as ações da Samarco deveriam pautar-se por procedimentos éticos e a empresa estava empenhada a consolidar uma cultura de responsabilidade social, que propiciasse padrões de desempenho elevado e de relacionamento focado na criação de valor para todas as partes. Por isso apresentou o “Programa de Educação Popular Ambiental de Bento Rodrigues” com o objetivo de “contribuir para o desenvolvimento da comunidade, por meio do engajamento efetivo dos moradores”.
Houve 3 fases do programa de educação popular ambiental de Bento Rodrigues, a primeira fase, entre 1997 e 1998, estudantes universitários realizaram um diagnóstico social das demandas da comunidade, a partir daí, foram desenvolvidas ações pontuais para reduzir os elevados índices de desnutrição e verminoses na população local, além de trabalhos na escola para reduzir os níveis de evasão escolar e repetência. Esses trabalhos buscaram melhorar o desempenho dos alunos de primeiro grau por meio da elevação da sua auto-estima, com atividades envolvendo os alunos, de levantamento de aspectos culturais, históricos e naturais de Bento Rodrigues. Para Sérgio Dias houve pouca participação da população nas soluções encontradas para os problemas da comunidade.
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