O QUE É ISTO... A FILOSOFIA?

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O QUE É ISTO... A FILOSOFIA?

Simões Filho – BA

1. O QUE É ISTO... A FILOSOFIA?

Foto 1 - Morador de rua, passando a noite na frente do Edifício Mandarim

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Foto registrada mostra morador de rua sentado no gramado com seus pertences amontoados no Edifício Mandarim localizado no endereço R. Frederico Simões, 370 - Caminho das Árvores, Salvador – BA.

Ainda que seja da natureza humana buscar entender o “porquê” de tudo e não se satisfazer com o que já existe, a Filosofia nos instiga a olhar com mais atenção o que acontece ao nosso redor e por nos levar a pensar sobre, questionamos.

 A imagem acima, nos convida a refletir sobre diversos temas, o que é certo, o que é errado, ou seja, ética, valores, sobre liberdade, modernidade... e a subjetividade de tudo isto. Buscamos saber a causa de poucos ter e muitos não ter e o que leva alguém ser indiferente ao sofrimento do outro e o seguinte se dispor a ajudar a quem precisa.

Apesar da sociedade apresentar avanços positivos, a modernidade trouxe consigo, problemas antigos que se agravaram com o passar do tempo.

O conceito de modernização refere-se a um conjunto de processos cumulativos e de reforço mútuo; a formação de capital e mobilização de recursos; ao desenvolvimento das forças produtivas e ao aumento da produtividade do trabalho; ao estabelecimento de poder político centralizado e a formação de identidades nacionais”. (HABERMAS, 2002, p.4).

E quanto mais conhecemos a causa de tais problemas e à proporção que eles atingiram, mais desencantados com o mundo ficamos. Segundo Kierkegard (2016), o desencantamento com o mundo leva o ser humano moderno a condição de angústia. E não poderia ser diferente, de frente aos vários cenários de crises que nossa sociedade se encontra.

Diante de tantas regras ditadas, não poucas vezes, por pessoas descompromissadas com a verdade e em posições influentes, nos questionamos se somos realmente livres para fazermos nossas escolhas tendo em vista, a subjetividade ética, ou se estamos programados a viver numa liberdade limitada, uma vez que nos sentimos presos a uma realidade onde é determinado o nível social que devemos estar, o que precisamos fazer para mudar e as ferramentas que nos permitem utilizar para tal. Nos apresentam um conceito universal de felicidade e um caminho em busca da mesma, que pode ser um martírio para muitos.

Sendo o indivíduo um ser institivamente sociável, nos preocupamos com as condições que muitos se encontram, enquanto sobrevivemos como podemos, por consequência de ações corruptivas e modelos governamentais falidos. A ínfima importância de líderes políticos ao quadro de pobreza da população atravessa séculos e séculos, onde saliento novamente o motivo do desencantamento de mundo por boa parte das pessoas que de fato entendem a gravidade disto.

A modernidade nos trouxe um modelo de vida ao qual Karl Marx denominou de “mais-valor”, ou seja, não basta trabalharmos para ter um conforto, mas sim, ultrapassar os nossos limites, trabalhar ainda mais para consumir mais, acumular bens e não fazer parte do grupo de “perdedores”. Alias, como diz a letra da trilha sonora desta geração “no time for losers”.