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OS FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

Por:   •  13/7/2021  •  Relatório de pesquisa  •  923 Palavras (4 Páginas)  •  125 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE GESTÃO PÚBLICA

DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS

DOCENTE: VANDERSON GONÇALVES CARNEIRO

DISCENTES: SARAH MAYARA NASCIMENTO DOS SANTOS

Como causas apontadas no decorrer do século XX sobre a divisão do poder e forte presença de Oligarquias no Brasil, se perpetuam até o presente momento da história do país tendo forte influencia na miséria e fome de muitas famílias. Relacionando-se ao mapa brasileiro da fome, de Josué de Castro e as atuais políticas públicas.

Ainda no inicio do século XX Gilberto Freire (1933) e Sergio Buarque de Holanda (1936) denunciam aquele que é a organização fundadora das desigualdades no Brasil. Em Casa grande e Senzala (Gilberto Freire-1933) é trazida a discrepância social que se deu entre o Senhor da Casa grande o Negro da Senzala. E, em Raízes do Brasil (Sergio Buarque de Holanda- 1936) Sergio Buarque aponta a Escravidão como àquela que foi responsável pelo desenvolvimento do país e os donos da terra, em contra partida aqueles que não a possuía era obrigado a trabalhar para os detentores e se submeter a condições desumanas.

Pós Sufrágio Universal, Victor Nunes Leal (1948) e Raymundo Faoro(1958) atentaram-se a estudar sobre como estava a Política brasileira. Em Coronelismo, enxada e voto é denunciando um sistema vigente principalmente no Sertão nordestino, a população necessitada tendo como moeda de troca por suas necessidades o voto, abria mão de seus direitos por melhores condições, emprego, alimento. Já em Os donos do poder (Raymundo Faoro- 1958) é apontado a Estamento burocrático. O estamento como sendo a classe política dominante que faz do Estado tudo de acordo com seus próprios interesses e a Burocracia (Max Weber -1940) responsável por dificultar alguns direitos legais da população.

Em Geografia da Fome, Josué de Castro (1946) introduz os conceitos de áreas alimentares, áreas de fome endêmica, áreas de fome epidêmica, áreas de subnutrição, mosaico alimentar brasileiro e, por consequência, traça o primeiro mapa da fome no país. Trazendo a tona um assunto nunca discutido antes no país, Josué de Castro denuncia, delimita, aponta causas e soluções da fome no Brasil. Em seu estudo dividiu o Brasil em 5 regiões com seus próprios hábitos alimentares e culturais, mas que sofreu influencia do sistema político vigente como a Região do Nordeste Açucareiro com um grande número de superstições e restrições ao consumo de certos alimentos, sem nenhum fundamento biológico, decorrendo da sobrevivência cultural das interdições alimentares impostas por questões econômicas pelos senhores de engenho a seus escravos e moradores. Também apontou um mapa das carências nutricionais de cada região.

É possível perceber a complementação entre as ideias dos autores: seja por aqueles que se delimitaram em estudar a origem da sociedade brasileira e as disparidades entre as classes, aqueles que procuraram mostrar como necessidades privadas tinham poder sobre as necessidades publicas ou aquele que procurou trazer à tona a verdadeira situação de fome no país; chegamos ao mesmo resultado, a miséria causadora da fome no país tem muito mais raízes politicas que regionais. A exemplo de como a região do sertão nordestino conseguiu se desenvolver e tirar o Brasil do mapa da fome da ONU apesar da grande seca, entre 2012 e 2015. Com a renovação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) e um projeto denominado “Fome zero”, em 2003, que contou com mais de 60 programas coordenados para reduzir o número de pessoas com fome e a subdesnutrição, estimular a agricultura familiar, fomentando a produção e quebrar a dependência entre mais necessitados e os chamados “Coronéis” (Vitor Nunes Leal – 1948).

Hoje, 2020 o Brasil encontra-se ameaçado de voltar ao Mapa da Fome da ONU.O relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura indica grandes retrocessos. A curva de desnutrição, há muito descendente, passou a crescer. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS), do IBGE, entre 2016 e 2017, a pobreza da população passou de 25,7% para 26,5%.Esse crescimento é atribuído a crise econômica, mas também à uma ideologia de governo que se estabeleceu a redução de políticas sociais e programas de transferência de renda. Em 2017 o Consea (Conselho Nacional Segurança Alimentar) teve todas as atividades suspensas, o que contribuiu para o avanço de indicadores de fome no país. Desde o primeiro dia de mandato do atual Governo o Consea tem enfrentado uma indefinição, uma vez que partir da Medida Provisória (MP) 870 que visava a reorganizar as estruturas do governo federal e extinguia o conselho, em maio do mesmo ano o texto que extinguia o Consea foi suspendido e aprovado sua recriação, mas este vetado pelo Senhor presidente, que afirma “Passar fome no Brasil é uma grande mentira”.

Diante de alguns dilemas da atualidade, tais como aqueles que dizem respeito à sustentabilidade ecológica do planeta e à garantia do direito humano à alimentação, torna-se imperante reacender a luta defendida por Josué de

Castro pela adoção de um modelo de desenvolvimento econômico sustentável e uma sociedade sem miséria e sem fome. Encerro com uma celebre frase de Josué de Castro (1966) “Constitui, pois, a luta contra a fome, concebida em termos objetivos, o único caminho para a sobrevivência de nossa civilização, ameaçada em sua substância vital por seus próprios excessos, pelos abusos do poder econômico, por sua orgulhosa cegueira”.

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