PROPOSTA DA UTILIZAÇÃO DE MULTICRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DE FORNECEDORES EM EMPRESA DE SEGURANÇA

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MÁRCIO LUIZ DE SOUZA        

PROPOSTA DA UTILIZAÇÃO DE MULTICRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DE FORNECEDORES EM EMPRESA DE SEGURANÇA

FLORIANÓPOLIS-SC

2015

PROPOSTA DA UTILIZAÇÃO DE MULTICRITÉRIOS PARA A SELEÇÃO DE FORNECEDORES EM EMPRESA DE SEGURANÇA^[1]

SOUZA,Márcio Luiz de^[2]

CABRAL, Evandro Vieira^[3] 

RESUMO

O elevado nível de competitividade entre as organizações, as forçam a buscar novas formas de gestão que auxiliem no processo de tomada de decisão para conseguirem se manter competitivas. O departamento de compras, vem se consolidando como uma função estratégica dentro das organizações, pois tem relacionamento direto com todos os setores, influenciando nas decisões estratégicas e alavancando vantagens. O objetivo geral deste artigo é propor uma metodologia multicritério de avaliação de fornecedores para a decisão de compra, trata-se de uma ferramenta que auxilia no processo decisório na gestão de compras, que visa definir através do uso de pesos e critérios, a escolha da melhor compra, com o intúito de reduzir custos através de aquisições que atendam a real necessidade da empresa.  A metodologia de pesquisa utilizada é de natureza aplicada, com abordagem quali-quantitativa, com objetivos exploratórios, utilizando procedimentos de estudo de caso. Esse método multicritério, mostrou-se superior à adotada atualmente, pois atende preferencialmente às necessidades impostas pela empresa estudada ao qual chegou-se a decisão do melhor processo de compra através do uso de tabelas de ponderações multicritério.

Palavras-chave: Processo de compras. Seleção de fornecedores. Aquisições. Multicritério 

1. INTRODUÇÃO

A função compras nem sempre foi tratada como prioridade nas empresas, tradicionalmente, sempre foi vista como uma atividade operacional e de complemento de pedido de outros departamentos organizacionais, mas com o passar dos anos, essa visão foi sendo alterada e começou-se a valorizar o setor, pois trata-se de uma atividade estratégica dentro das organizações, onde, através da gestão de compras, pode-se avaliar as escolhas dos melhores fornecedores, insumos, transportes, pagamentos, tudo isso visando reduzir custos e aumentando a vantagem competitiva.

Muitas empresas ainda se utilizam da prática de comprar pelo menor preço, porém isso não significa que esta pode ser a melhor compra, a vantagem de se utilizar multicritérios para a seleção de fornecedores é importante pois, utilizam-se de outros processos para determinar o resultado que mais se adequa às necessidade das organizações.

Nesse contexto, o problema desse artigo chegou-se ao devido questionamento: como avaliar por múltiplos critérios a tomada da decisão de fornecedores em uma empresa de segurança?

Para responder essa questão, este estudo está propondo a metologia multicritério de avaliação de fornecedores para a decisão de compra em uma empresa de segurança, através de objetivos específicos: a) definir o processo de compras; b) analisar a importância da gestão de compras para a organização; estudar as etapas do processo de compras; d) propor metodologia de avaliação de fornecedores no processo de compras.

É utilizado um estudo de natureza aplicada, com abordagem quali-quantitativa, com objetivos exploratórios, utilizando procedimentos de estudo de caso.

Na fundamentação teórica é abordado a importância estratégica do processo de compras, etapas do processo de compras, problemas decorrentes de uma gestão de compras deficiente, profissional de compras e a metodologia multicritério de auxílio à tomada de decisão.

Para a proposta de metodologia multicritério, é informado a empresa estudada, o processo de compra da empresa, a determinação dos critérios base de avaliação e aplicação da metodologia multicritérios de avaliação de fornecedores.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO PROCESSO DE COMPRAS

Segundo Martins et al. (2006) o setor de compras e suprimentos foi, durante muito tempo, visto como um setor estritamente mecânico, sendo utilizado somente quando houvesse necessidade dos bens ou serviços dentro das indústrias. A partir da década de 70, houve uma grande mudança na função de compras, devido a crise do petróleo, onde o setor começou a ganhar maior visibilidade dentro das organizações.

Para Peter Baily et al. (2000), a gestão de compras é vista como uma atividade de importância estratégica considerável, pois todas as empresas necessitam de entradas de bens e serviços procedentes de fornecedores externos.

Sobre o assunto Martins et al. (2006, p. 81) afirma que:

A gestão da aquisição – a conhecida função de compras – assume papel verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos, principalmente financeiros, envolvidos, deixando cada vez mais para trás a visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e não um centro de lucros.

De acordo com Dias (2008, p. 235), pode se entender que os objetivos básicos do setor de compras são:

1. Obter um fluxo contínuo de suprimentos a fim de atender aos programas de produção;
2. Coordenar esse fluxo de maneira que seja aplicado um mínimo de investimento que afete a operacionalidade da empresa;
3. Comprar materiais e insumos aos menores preços, obedecendo padrões de quantidade e qualidade definidos.
4. Procurar sempre dentro de uma negociação justa e honesta as melhores condições para a empresa, principalmente em condições de pagamento.

O autor destaca que é importante, para atingir esses objetivos, as informações das quantidades necessárias, além das qualidades e prazos para a fábrica operar. São essas informações que deixam o comprador apto para fazer o seu trabalho, dispondo o tempo necessário para negociar e entregar os produtos necessários. Pois “comprar bem é um dos meios que a empresa deve usar para reduzir custos’’(DIAS,2008, p. 260).

Enfatizando a importância estratégica do processo de compras Peter Baily et al. (pág. 20) destacam que a medida que o nível dedicado às compras e suprimentos aumenta, o trabalho tende a tornar-se mais estratégico, concentrando mais ênfase em atividades como negociação de relacionamentos a prazos mais longos, desenvolvimento de fornecedores e redução do custo total, em vez de fazê-lo em rotinas de pedido e de reposição de estoques.