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Pode o conhecimento em gestão e organização falar português?.

Por:   •  12/11/2015  •  Resenha  •  1.122 Palavras (5 Páginas)  •  536 Visualizações

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Disciplina: Metodologia Científica I                 Data: 05/11/2015

Discente(s): Larah Geovanna Valério Mendanha

Docente: Profa. Ms. Fabiana Itaci Corrêa de Araujo

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ROSA, Alexandre Reis; ALVES, Mario Aquino. Pode o conhecimento em gestão e organização falar português?. RAE- Revista de Administração de Empresas, v. 51, n. 3, maio/junho, 2011.

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        O presente artigo traz uma abordagem crítica sobre a hegemonia controladora do Norte, em relação ao campo científico do conhecimento em gestão e organização (CGO), no que tange aos critérios de publicação e circulação neste ramo de pesquisa. Usando a língua inglesa como idioma global, para colonizar os países do Sul e marginalizá-los quanto ao campo de pesquisa em gestão e organização, fazendo com que estes atuem em seus próprios territórios a partir de comandos externos.

        No colonialismo europeu (do Norte) às terras do Sul, o idioma era uma ferramenta de domínio, pois mantinham os povos nativos impedidos de construir suas próprias acepções fora das amarras do poder colonial, fadados a seguir um contexto externo determinado pelo sujeito europeu. Porém, passados muitos anos que a independência foi conquistada ainda há resquícios do colonialismo europeu, principalmente no que se diz respeito, ao fluxo assimétrico (do Norte para o Sul) de conhecimento e informações, e o contínuo empecilho criado no que tange a produção de significados fora da estrutura dos países do hemisfério norte – Europa e Estados Unidos da América.

A hegemonia nortista traz consigo vários problemas: Controle do centro da produção de conhecimento mundial, em relação ao Conhecimento em Gestão e Conhecimento (CGO) assumindo assim um caráter global, o fluxo de informações segue apenas em um sentido pelo fato de se usar apenas o inglês como idioma universal, consequentemente cria-se uma barreira quando do momento que uma pesquisa em outra língua não possa ter destaque nesse circuito, impossibilitando o hemisfério sul de se destacar neste campo científico.

        Com o predomínio do inglês tem diminuído a multiplicidade de idiomas no campo especifico da produção científica o que por sua vez tem causado uma hierarquização entre as línguas. Porém esse expansionismo do idioma do Norte não só é avaliado como uma oportunidade, mas uma ameaça. Entretanto com o domínio do idioma inglês concentra-se numa posição elevada e conseguem dominar toda a produção e o fluxo de informação científica voltada para o campo de determinados temas de pesquisa.

Já com a possibilidade de uma rica circulação de ideias através das fronteiras disciplinares, segundo Mach (2004) uma das relevantes aspirações da ciência social é a criação de uma associação de pesquisadores multidisciplinares. Com o aparecimento desses limites e probabilidades apresentadas por March destaca também a participação do Brasil no circuito internacional. Pressupõe-se e assumem a função do inglês como idioma predominante, o controle de produção e do conhecimento produzido no campo através da pesquisa e publicação como um pilar de sustentação hegemônica do inglês e também o principal enfoque que impede a participação do Sul no campo acadêmico transnacional.

Fazendo uma análise da produção científica na área da gestão e organização, constata-se que sempre o maior destaque nas publicações está nas mãos dos países anglófonos, e consequentemente a principal influência didática para a produção tupiniquim e as demais sulistas, fazendo com que estes façam parte da parcela periférica do circuito internacional, no que tange a representatividade e limitação da qualidade da produção brasileira em Administração, resultando no “silêncio” do nosso conhecimento dentro das nossas fronteiras.

Em visão da situação da América Latina no contexto internacional de produção e organização, coloca-se em presença de um conjunto que mantém um tipo de colonialidade epistémica que por sua vez, o conhecimento produzido na região se coloca no padrão subalterno. Considerando que no campo acadêmico é um espaço onde se é disputadas posições próximas as decisões definidoras da pesquisa e publicação do ensino da área a produção científica dos nativos de língua inglesa que estão mais habilitados a seguir uma lógica do campo e a ocupar o espaço do poder central, em suma, mais distante do centro estão os sujeitos que não foram formados no contexto anglófono.

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