Relatório sobre sus sistema único de saúde

Até o fim da Década de 80, somente pessoas com carteira assinada podiam utilizar a rede de saúde mantida pelo estado, por meio do antigo instituto nacional de assistência médica da previdência social o “INAMPS” e para os demais o serviço era pago.

Isso mudou com a criação na constituição federal de 1988 do sistema único de saúde o “SUS”, o modelo afirmou esse sistema como um direito de todos, com isso passou a ser dever do estado a assegurar atendimento integral aos cidadãos, uma concepção que nasceu de propostas elaboradas por autoridades e representantes da sociedade civil na 8ª conferência nacional de saúde realizada em 1986.

No SUS cada esfera de governo tem o seu papel, os municípios são os principais responsáveis pelo atendimento da população, se uma cidade não possui determinado serviço, ela pode encaminhar o paciente para outros locais, ou seja, outra cidade.

O Estado é responsável por organizar o fluxo de pacientes a serem transferidos de um município a outro e por complementar o atendimento onde for necessário, já a União é o principal fiador onde 10% das receitas das correntes brutas da União vão para o SUS e formula os programas.

Alem disso o sistema trouxe a inovação do controle social por meio de conferências, fórum e conselhos, a sociedade pode participar tanto para dizer qual é a política publica de saúde que deve ser executada quanto para fiscalizar os serviços e os investimentos, porem muitas secretarias ainda resistem ao abrir esse espaço.

O SUS é considerado os maiores sistemas públicos de transplante de órgão do mundo alem disso responde por 98% do mercado de vacinas do país e por 97% dos procedimentos de quimioterapia, mas para cumprir o que esta prevista na constituição o SUS ainda precisa ter muitas melhorias.

Diante do tamanho do sistema, para que ele funcione corretamente a porta de entrada desse sistema deve ser a “ atenção básica”, onde é formada pelos postos, e centros de saúde, além das unidades do Programa Saúde da Família. Estudos demonstram que esse estágio de atendimento é capaz de resolver 80% dos problemas de saúde, onde somente após passar por esse atendimento que o paciente deverá ser encaminhado caso necessário a outros serviços, conforme grau de urgência, por exemplo; Hospitais, clinicas especializadas, etc...

Um dos principais problemas do SUS é exatamente o sistema de entrada que não funciona como deveria e que acabam sobrecarregando os outros atendimentos como os hospitais...

Com 27 anos de duração o sistema SUS enfrenta problemas no financiamento e na qualidade de seus serviços, seus desafios envolvem mudanças nas necessidades de saúde em questão epidemiológicas e demográficas e nas tecnologias médicas, ou seja, custa muito caro para se implantar uma tecnologia de ponta e um sistema único de saúde.

A Gestão também é importante

Administrar um sistema de saúde que atende cerca de 200 milhões de pessoas não é tarefa fácil. “A situação dos nossos hospitais, do ponto de vista da administração, é uma tragédia”, afirma Paulo Feldmann, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA), que trabalhou em um projeto de reestruturação administrativa do Hospital das Clínicas, no momento sendo analisado pela Assembleia Legislativa de São Paulo. Ele aponta os problemas de gestão como as principais causas da ineficiência do sistema de saúde. “Há muito desperdício de recursos por má organização, as pessoas não estão preparadas e capacitadas para gerirem instituições de saúde”, critica.