Resenha Crítica - Tempos Modernos

                                   

Resenha Crítica do filme “Tempos Modernos”

O filme tem como tema principal a Revolução Industrial, expondo de forma clara e objetiva como tudo aconteceu; a grande evolução que ocorreu na sociedade, as inovações tecnológicas e a substituição do homem pela máquina, levando à criminalidade e a escravização. Também é exposto claramente o poder do Estado, onde a polícia atua no combate às greves dos movimentos operários e manifestação de desempregados, reprimindo de forma esmagadora os trabalhadores.

Esta visão nos mostra a vida proporcionada pelo modelo de produção industrial-capitalista, onde os operários trabalham nas linhas de montagem de forma sistemática e limitada, pressionados em função do tempo, no ideal capitalista, onde “tempo é dinheiro”, descansando pouco, trabalhando muito, sem segurança, e tornando-se alienados. Hoje a situação continua a mesma, somos rodeados por máquinas, computadores e ferramentas para o melhor desenvolvimento do trabalho, mas em consequência somos cada vez mais cobrados, já que disponhamos de mais recursos e tecnologias, e o resultado disso é produzir cada vez mais para alimentar nosso sistema capitalista, traduzindo a realidade, vivemos em função do tempo. O Estado não mudou seu comportamento em relação à classe trabalhadora, continuamos sendo reprimidos, da mesma forma antiga, através de ‘‘aparelhos ideológicos”, como a polícia , que trabalham incessantemente para defender os interesses do capital contra a revolta da classe explorada e a mídia na manipulação de informações de interesses daqueles que governam. Mas também houve mudanças, principalmente no modelo de produção atual, onde antigamente, o funcionário exercia somente sua atividade, não tomando conhecimento do funcionamento de produção, e hoje, devido a competitividade do mercado e estagnação  do mesmo, temos por necessidade de desenvolver a multifuncionalidade e polivalência, sabendo não apenas suas competências técnicas, mas ter uma visão ampla de toda a parte do processo onde se exerce a profissão.

O que chamou bastante atenção é a cena em que o personagem entrou em uma Loja de Departamentos com sua namorada pela primeira vez, e desfrutou de tudo aquilo que sempre sonhou em ter, desde a confeitaria para saciar a fome até a loja de brinquedos, mesmo sabendo que essa realidade estava bem longe do seu alcance. Foi bastante triste, pois é difícil viver da mesma maneira que se sonha, ainda mais em uma sociedade oprimida e marginalizada como a da época, que dita no momento de “pleno consumo”, exclui a maioria das pessoas do processo. Ainda assim, o filme termina de maneira esperançosa onde Charlie incentiva sua namorada a não desistir de lutar pelos seus direitos, e acredito que devem ter ido para outra cidade em busca de uma qualidade de vida digna , sustentado pela ideia de  que o homem não pode ter seu trabalho substituído totalmente pela máquina  e que seu  trabalho individual e artístico pode também gerar lucro.

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