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A CORRELAÇÃO ENTRE A TEORIA DO CAOS, O EFEITO BORBOLETA E A ANÁLISE DE CENÁRIOS NO CONTEXTO DAS ORGANIZAÇÕES

Por:   •  25/11/2017  •  Artigo  •  2.080 Palavras (9 Páginas)  •  1.911 Visualizações

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A CORRELAÇÃO ENTRE A TEORIA DO CAOS, O EFEITO BORBOLETA E A ANÁLISE DE CENÁRIOS NO CONTEXTO DAS ORGANIZAÇÕES

RESUMO

As ideias desenvolvidas sobre a correlação entre a Teoria do Caos, o Efeito Borboleta e a Análise de Cenários no contexto das Organizações geram a necessidade de revisão de alguns contextos e aspectos os quais alguns autores nos relatam. No Efeito Borboleta, segundo a teoria de Edward Lorenz, o simples bater de asas de uma borboleta poderia influenciar no ciclo natural das coisas e, como consequência, provocar um tufão no outro lado do globo terrestre. Esta teoria está intimamente relacionada com a Teoria do Caos e sua imprevisibilidade a longo prazo, podendo ser desencadeada por uma série de fatores. Já a Análise de Cenários reflete e explora as possibilidades, no sentido em que busca identificar as incertezas críticas de modo a possibilitar a preparação da organização para lidar com elas. Desse modo, os cenários exploram duas ou três alternativas para explicar o futuro através da lógica intrínseca das forças motrizes.

INTRODUÇÃO

Atualmente, as organizações administrativas estão sofrendo constantes mudanças devido as influências exercidas pelo ambiente geral, induzindo-as a realizarem constantes modificações em suas ações, metas, aperfeiçoamentos e planejamentos de modo permanente. Existem diversos fatores que são inexplicáveis e que podem ser denominados de efeito borboleta, às vezes sendo algo tão pequeno que se tem a ideia de que não irá afetar e alterar a organização, mas posteriormente, gera um grande problema que acarreta em um grande caos, que poderia ter sido evitado.

Quando se analisa os cenários e se reflete as ações, ocorre a preparação anterior para a tomada de decisões de modo a buscar alternativas e evitar maiores problemas, bem como contribuir para uma melhor formação estratégica de cada meta a ser alcançada. Assim, os conceitos se interligam fornecendo novas percepções e práticas dos diversos e distintos ambientes que se apresentam nos dias atuais.

ANÁLISE CRÍTICA

Sendo um assunto que se encontra nos limites da fronteira da Administração e com diversos autores que contemplam a temática com inúmeros conceitos, como Stacey (2001), Axelroad & Cohen (1999), Beinhocker (2000), Meireles & Paixão (2003), Santos & Pasquale (2004), Anselmo (2004), Maximiano (2005), Carlomagno & Bruhn (2005); nota-se a existência duas premissas estruturais que alicerçam o assunto: a ideia de que tudo evolui para o caos e que a entropia contribui para que o caos se instale nas organizações.

Novos postulados têm sido criados na teoria da administração e podem colaborar para a ampliação da sabedoria desse campo do conhecimento. Segundo Santos & Pasquale (2004), tais saberes vêm consolidando as experiências obtidas com novas práticas e técnicas gerenciais pelos gestores nas organizações, consequentemente abrangendo novas realidades sugeridas nessa área profissional. Ruelle (1991) aponta a Teoria do Caos como uma disciplina científica em desenvolvimento, focada no estudo dos sistemas não-lineares complexos, muito embora suas fronteiras não estão de certa forma bem definidas e claras. O real entendimento do caos está intrinsecamente relacionado com a compreensão de três termos básicos, como a complexidade, a não-linearidade e os sistemas.

Gleick (1999), denominou tecnicamente como “dependência sensível das condições iniciais” o Efeito Borboleta, conceito esse que foi desenvolvido pelo matemático norte-americano Edward Lorenz, em 1963, quando da criação de modelos computacionais dos padrões do tempo. Após ter baseado seu programa em uma dúzia de variáveis que poderiam fornecer um padrão de previsibilidade às condições climáticas, Lorenz descobriu que uma pequena variação em uma ou algumas variáveis de seu modelo causavam efeitos tremendamente maiores e desproporcionais em relação às alterações diminutas das variáveis. Neste efeito, as borboletas poderiam causar tufões do outro lado do globo com um simples bater de asas e, apesar de ser uma alegoria retórica, em que na realidade se pretendia apenas ilustrar, um esquema gráfico chamado de “atrator estranho”, atrelado a uma equação com pequenos eventos, originariam grandes consequências.

Segundo a Teoria do Caos, em qualquer sistema complexo, dinâmico e adaptativo ocorre uma consistente interligação entre eventos supostamente distintos. Nesse contexto, Lorenz (1963) verificou que pequenas alterações em determinados dados estão correlacionadas com grandes eventos meteorológicos. As organizações trazem à sociedade um impacto muito maior do que o movimento de uma borboleta, especialmente por sua expansão multinacional no contexto do século XXI. A empresa carrega para o mercado internacional as suas capacidades e recursos, utilizando-se deles para obter vantagens competitivas, sendo um importante elemento nesse contexto a responsabilidade social corporativa.

Assim, a Teoria do Caos almeja explicar como muitos fenômenos variam numa forma não linear imprevisível, ou seja, sua conduta no futuro não pode ser prevista pelo comportamento passados, partindo do suposto de que seus componentes não mudam de forma proporcional entre si e carregam um componente de aleatoriedade. Isso posto, esta teoria pretende demonstrar que em um sistema aparentemente caótico existe também uma ordem intrínseca, desse modo, um sistema considerado caótico não é desordenado muito menos aleatório, pois existe um padrão e uma ordem nesse sistema como um todo. Assim, o caos é um instrumento de observação de fenômenos previamente mal compreendidos ou incompreendidos a partir de uma perspectiva determinista.

Uma das principais contribuições da Teoria do Caos foi mostrar que o desenvolvimento de sistemas caóticos depende de suas condições iniciais e é exatamente nesse ponto que ocorre a correlação com o Efeito Borboleta, termo que se refere às condições iniciais dentro da Teoria do Caos, sendo que fatores aparentemente insignificantes podem se amplificarem temporalmente de forma a mudar radicalmente um estado, ou seja, qualquer ação, por menor que ela seja em qualquer lugar, sempre gera algum tipo de consequência em outro ponto ou lugar, mesmo que distante do inicial. Por meio desse pensamento de Lorenz, foi possível demonstrar que tudo é interdependente. Antes da Teoria do Caos, todos os sistemas que não podiam ser explicados pela relação de causalidade eram simplesmente descartados.

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