A Crise Hidrica
Por: fbhc • 1/9/2021 • Projeto de pesquisa • 568 Palavras (3 Páginas) • 88 Visualizações
Há algumas semanas, o mundo do futebol foi surpreendido pela não renovação do melhor jogador de futebol em atividade, o argentino Messi, pelo Barcelona, time onde jogou toda a vida profissional e a sua contratação pelo rico time francês, o Paris Saint Germain, time onde já jogam jogadores estrelados como Neymar e Mbappe.
Mas, além dos números estratosféricos comuns ao mundo futebolístico, mas surreais para a realidade mundial, o que mais chamou a atenção é que uma parte dos salários de Messi, uma parte das luvas, foi paga em criptomoedas do time, chamadas de PSG fantokens. O clube não divulga o valor exato, mas afirma que uma “parcela considerável” das luvas foi paga em criptomoedas.
As fantokens não são uma exclusividade do time de Paris, emitido pela plataforma Socios.com, já conta com a adesão de mais de 32 times europeus, como o Milan da Itália e o Barcelona da Espanha. Mas como times de futebol, tão distantes do conceito de mercado financeiro, começaram a emitir moedas digitais?
A pandemia trouxe novos desafios para os times de futebol, a paralisação nos campeonatos e a posterior liberação dos jogos com os estádios vazios trouxeram sérios problemas de receitas com bilheteria e transmissão de jogos. Mesmo times como Paris Saint Germain, que contam com os recursos generosos do dinheiro do petróleo do Qatar, estão sujeitas as limitações impostas pelo Fair Play financeiro da Fifa. Em resumo, os gastos de um time precisam ser diretamente proporcionais as receitas.
E a emissão de moedas digitais trouxe um alívio para os times. As fantokens se diferem um pouco das criptomoedas tradicionais porque, além do seu valor econômico e as oscilações, trazem outros benefícios para o torcedor, como conteúdo e produtos exclusivos, participação nas decisões do time, ingressos gratuitos e outros benefícios que tendem a estreitar a relação time-torcedor.
Os times brasileiros, geralmente em situação financeira que beira à falência, estão enxergando essa convergência tecnológica e financeira como uma solução para a escassez de crédito.
O time carioca Vasco da Gama, encontra-se em situação financeira delicada, sem créditos em bancos ou renda da bilheteria, enxergou uma maneira criativa de gerar renda através da emissão de sua moeda digital.
Graças ao mecanismo de solidariedade da Fifa, o Vasco recebe uma porcentagem na venda de jogadores no exterior que tiveram passagem pela sua base. Em parceria com a plataforma Mercado Bitcoin, selecionou 12 jogadores com potencial de venda, como Philippe Coutinho e Paulinho, e avaliou em 50 milhões. Foram emitidos 500 mil tokens e colocados no mercado. Caso a venda dos jogadores gere um lucro acima dos 50 milhões, o investidor receberá a sua parte proporcional. Caso não alcance o valor, terá prejuízo. O valor é imprevisível, mas lança mão de grande apelo emocional junto ao torcedor e o time consegue os recursos financeiros tão imprescindíveis para o gerenciamento do time.
Essa convergência de mercados tão distintos, entre um time de futebol e o mercado de criptomoedas, vem sendo tão lucrativa (o token do PSG teve um aumento de 50% no valor com a vinda de Messi) que os times de futebol enxergam, cada um à sua maneira, como a única solução viável para a contratação de novos jogadores.
Com a trágica situação financeira dos times brasileiros, em breve essa convergência
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