A Fusão das Fábricas do Cedro e da Cachoeira
Por: bisbisbisbsisb • 21/6/2022 • Trabalho acadêmico • 1.058 Palavras (5 Páginas) • 58 Visualizações
A fusão das fábricas do Cedro e da Cachoeira
- As motivações para a fusão das fábricas do Cedro e da Cachoeira.
Após constatar que o movimento de concentração de capital que estava formando grandes empresas, trustes e monopólios na Europa e nos Estados Unidos era inevitável e irreversível, Bernardo Mascarenhas propôs aos irmãos sócios a fusão das duas unidades numa única companhia.
Desafios provenientes da intensificação da concorrência devido ao surgimento novas fabricas, criaram as condições objetivas para que o projeto de fusão se impusesse como necessário. Quando a Cedro entrou em funcionamento, em 1872, era a única a operar em Minas. Em 1877, quando a Cachoeira iniciou sua produção, a situação havia se alterado pouco e a concorrência entre as mesmas não era ainda um problema porque disputavam mercados regionais diferentes. Em 1879, a competição agravou-se e a comparação entre a qualidade de seus produtos tornou-se inevitável. A entrada em operação de novas fábricas vai aguçar a competição delas entre si e com as demais.
A ideia da unificação ganhou corpo e impôs-se como solução natural: colocadas as duas forças sob uma única orientação, a crescente concorrência poderia ser enfrentada com mais facilidade, e maior desenvolvimento ser conseguido e em menos tempo.
- A Companhia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira (CCC )
Eliminadas as resistências e estabelecido o formato jurídico, foram aprovados os estatutos de uma nova empresa - a Companhia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira (CCC) Uma das primeiras providências adotadas pelos diretores foi entrar em negociação com os proprietários das fabricas do Cedro e da Cachoeira para que as mesmas, com suas propriedades e matérias-primas, passassem para o controle da nova companhia. 'conservando-se o mesmo pessoal, bem como os seus dignos gerentes", permanecendo seu controle nas mãos da família Mascarenhas.
A única inovação mais significativa, para assegurar o crescimento da empresa e sua renovação tecnológica, foi a introdução de um dispositivo estatutário (capitulo V) que previa a limitação da distribuição anual dos lucros, sob a forma de dividendos, a criação de um fundo de reserva e uma taxa anual para depreciação do equipamento. Eram mecanismos importantes para garantir seu crescimento futuro.
- Os primeiros resultados da nova empresa formada pela fusão
No primeiro Relatório apresentado o diretor-presidente mencionava dois problemas fundamentais. O primeiro era a "falta de maquinismos apropriados e suficientes para a especialidade de cada fabrica. O segundo problema dizia respeito à falta de mão-de-obra qualificada. Na Assembléia-Geral de 1884, foram aprovados novos investimentos e novas medidas foram implementadas fazendo a produção continuar a crescer, atingindo o ápice em 1888, com o dobro do montante de 1884.
- A compra da Fábrica de São Vicente e seus reflexos
Em 1891, a Companhia Cedro e Cachoeira, temendo mais uma concorrente na região, comprou à vista, por 180 contos, a fábrica de São Vicente. Esse era um empreendimento pequeno. Novos investimentos foram necessários para colocá-la em operação. Desde sua aquisição até 1899, inúmeras dificuldades tiveram de ser superadas para que atingisse a mesma rentabilidade das demais.
Um dos problemas sérios foi a falta constante de água, que obrigava à paralisação da fábrica ou ao funcionamento intermitente das máquinas. A substituição da energia hidráulica pela máquina a vapor não foi uma boa solução, porque passou a elevar os custos da produção. O péssimo estado das estradas dificultava a comercialização dos produtos. O local era insalubre provocando endemias constantes que acometiam os operários, quando não lhes causavam a morte. Os surtos epidêmicos afugentavam os trabalhadores. A falta de uma administração 'enérgica' era outro problema apontado. A troca de gerência no final da década de 1890 produziu resultados imediatos, segundo avaliação feita pelos acionistas: rapidamente implantou boa disciplina no trabalho e, imprimindo novos rumos à administração, conseguiu elevar a produção ao parâmetro normal, tudo fazendo crer que logo a fábrica entraria em rentabilidade compensatória, o que efetivamente aconteceu, elevando-se a produção e o lucro da São Vicente à altura das outras fabricas
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