A INVENÇÃO DA INFÂNCIA
Por: Sandro Hoyos • 16/9/2019 • Exam • 417 Palavras (2 Páginas) • 208 Visualizações
A INVENÇÃO DA INFÂNCIA
O curta metragem “A invenção da Infância”, seguindo a linha documentário, aborda diversos temas entrelinhas. De um lado, a falta de políticas públicas em saúde e educação, aliada a uma distribuição de renda completamente desigual, faz com que a taxa de natalidade e a de mortalidade sejam enormes. Do outro lado vemos a situação oposta. Famílias com mais instrução, sob todos os aspectos, que conseguem se planejar financeiramente e calcular o tamanho ideal que sua casa deve ter para que não haja nenhum tipo de problema mais a frente.
A partir de depoimentos, o filme mostra o desequilíbrio que existe, dentro de um mesmo país, que distorce totalmente o conceito de infância em contextos muito diferentes. O conceito de infância como o conhecemos é relativamente novo. Foi descrito para que houvesse uma separação do ser adulto, propondo proteção, carinho e atenção irrestrita a estes novos seres que “apareciam” na sociedade. Porém, o filme mostra que tal contexto não corresponde em nada com a realidade, mostrando as diferenças sociais gritantes sob as quais as crianças estão inseridas, cada uma em sua realidade.
Nas famílias em posição de extrema pobreza, a mortalidade infantil tem números altíssimos. Os sobreviventes são encorajados a trabalhar desde muito cedo para que não falte o mínimo para sua família sobreviver. As condições não são equalizadas para a idade e os riscos laborais são os mesmos para adultos e crianças. Já as famílias com condições financeiras melhores demandam que suas crianças sejam um espelho de uma sociedade ideal. As atividades propostas nada têm a ver com a vontade da criança que é justamente ser uma criança, poder brincar livremente, dentro das regras de segurança, obviamente.
A primeira realidade, que é a da família paupérrima, remete ao que era a criança antes de ser reconhecida como criança dotada de direitos e que merecia cuidados. Não existe adulto e criança nessa realidade. Todos são iguais e devem trabalhar para prover sustento para si e seus familiares. Brincar é algo que se deve fazer nos momentos de “folga”. A mortalidade infantil não causa mais espanto neste povo. A segunda realidade mostra que também não há diferenciação entre crianças e adultos. As crianças aqui precisam se comprometer com o que lhes é dito pelo adulto. Não há a opção de escolha. O curso, o esporte, o lazer, tudo é escolhido única e exclusivamente pelo adulto. Independentemente da realidade em que vivem, já há a necessidade imposta de se responsabilizarem por seus atos, igual como funciona com os adultos.
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