A Meta e TOC
Por: mcatrinque • 18/10/2020 • Trabalho acadêmico • 2.038 Palavras (9 Páginas) • 156 Visualizações
INTRODUÇÃO
O trabalho proposto, tem como enfoque expositivo o conceito de Teoria das Restrições (TOC), dentro do contexto da obra literária intitulada A Meta, escrita por Eliyahu M. Goldratt, um físico que ganhou notoriedade no campo da administração, graças aos seus esforços no desenvolvimento desse paradigma de gestão.
Nesse romance, Goldratt apresenta sua metodologia com uma narrativa em que suas propostas de melhoria contínua são ambientadas junto a alguns elementos do cotidiano da época. Dessa forma, tornou-se palatável e popular as suas teorias, pois não exigiam amplo conhecimento técnico de arcabouços teóricos administrativos para compreender o que era explicitado em sua obra.
DESENVOLVIMENTO
A história se passa em uma pequena cidade fictícia, com características muito próximas as das cidades do interior dos Estados Unidos. Ao que explicita o livro, trata-se de um satélite fabril, uma cidade cujo a fábrica da UniCo, corporação fictícia do livro, é a responsável pelo sustento direto e indireto de muitos de seus habitantes.
A protagonista da narrativa é Alex Rogo, Gerente dessa fábrica que se mostrava um funcionário proeminente, que passa a ter sua competência questionada devido a falta de lucros que a organização sobre seu controle passou a apresentar.
Em seus esforços anteriores, Rogo buscou fomentar inovações tecnológicas dentro do setor de produção da fábrica, acreditando que com a eficiência dos equipamentos e a redução nos custos de produção, teria condições de maximizar os lucros da fábrica. No entanto, o vice-presidente da corporação, foi até ao seu encontro para pessoalmente lhe dar um ultimato, pois as reestruturações implantadas deixaram a fábrica muito aquém das expectativas.
Pressionado e sem compreender por que os eficientes números apresentados por seus modernos equipamentos não estavam alavancando as finanças, Alex se lembra do encontro que teve com seu antigo professor de física, Jonah, persona utilizada para introduzir o autor a narrativa. Ao se apresentar orgulhosamente ao seu professor, como um bem sucedido gerente e lhe contar sobre suas inovações, seu professor lhe questionou sobre os números apresentados, alegando se ele havia verificado o ganho, o inventário e as despesas operacionais da fábrica, para concluir se realmente essa eficiência estava sendo convertida em um forma da fábrica atingir sua meta
Ao se lembrar disso, a personagem passa a focar em descobrir qual é realmente o objetivo de uma organização. Ele verifica vários dos conceitos que permeiam uma boa gestão: eficiência, tecnologia, qualidade, produção, baixo custo e satisfação do cliente. Dentre esses, lhe vem a mente o motivo real de todos os esforços dentro de sua organização, que era simplório, porém fundamental, ganhar dinheiro. Ao chegar nesse conceito, Rogo entende que tem de mover seus esforços para esse objetivo em específico.
Junto a crise em seu trabalho, Alex também passa a lidar com uma grave crise conjugal, pois as preocupações o tornaram distante de sua família e já não era mais de administrar seu tempo para direcionar parte dele ao convívio de qualidade com sua esposa, Julie, e filhos. Esse drama introduzido ao livro pelo autor, que soa inicialmente sem propósito, vai permear a abstração do conceito fora do contexto da administração de organizações, pois de certo modo, a todo tempo Alex Rogo, aplica indiretamente essa metodologia as relações afetivas com seus entes queridos.
Perturbado por verificar que suas preocupações anteriores não atendiam a meta, ele parte a procura de alguns funcionários pontuais que lhe ajudariam a ter uma melhor visão sobre a real situação da fábrica. Bob Donovan, gerente de produção, Lou, chefe de contabilidade, Stacey Potanezick, responsável pelo inventário e Ralph Nakamura, responsável pelo processamento de dados, passam a Discutir com Alex sobre seus respectivos setores e como a crise instaurada era sistêmica. Lou apontou que o ganho estava baixo, Stacey que o inventário estava alto e Bob, que o setor operacional demandava de mais investimento.
Com o auxílio de Jonah, essa equipe busca responder as perguntas do arquétipo do autor, que os conduz em direção as deficiências apresentadas na fábrica. O passo inicial proposto pelo professor, era a identificação dos gargalos, o que estaria restringindo a produção de chegar ao seu ótimo ideal, primeiro passo do processo contínuo proposto na TOC.
Inicialmente, o professor introduziu mais dúvidas do que soluções a Rogo. Indo para casa, ele se depara com a insatisfação de sua esposa com o casamento, preterido por Rogo.
No dia seguinte, ele é surpreendido por seu filho, Dave, que lhe avisa sobre uma excursão a qual prometera participar. Decidido a evitar a frustração de mais um membro da família, Alex vai a caminhada com os garotos. Nessa caminhada, ele ficou responsável por conduzir as crianças ao longo de um determinado trajeto. Nesse trajeto, o mais veloz estava a comandar a tropa, enquanto Alex, passa a ir atrás para se certificar da segurança dos mais lentos. Foi nesse momento que ele começou a observar Herbie, um garoto obeso, que estava a ter dificuldade de seguir o mesmo passo de seus colegas. O garoto se esforçava, mas era acometido por seu passo lento e pelas demais paradas de outros garotos, que impediam o progresso da caminhada.
Alex Rogo, passou a relacionar o comportamento da fila com as estações de trabalho em sua linha de produção. Assim como em sua fábrica, essa excursão não estava a atingir seu ótimo global para chegar até o trajeto desejado. Dessa forma, ele decidiu que o posicionamento de Herbie na fila era um dos motivos que os atrasara, ao reposicioná-lo, notou que o espaçamento entre os garotos tinha se aproximado de uma igualdade, porém, seguiam lentos e por isso, decidiu redistribuir o peso da bagagem de Herbie, afim de aliviar a carga para ganhar velocidade.
Inspirado pelo estudo de caso que a excursão de seu filho lhe proporcionara, Rogo chega à fábrica e apresenta as ideias a equipe. Herbie, é associado ao gargalo e todos partem em busca do “Herbie” da fábrica. Para a surpresa de todos, um de seus mais modernos equipamentos se mostrou um gargalo, mas o pior cenário foi identificar que não havia apenas um, mas dois gargalos em linha de produção, pois um sistema de forno também estava obstruindo o fluxo de produção. Essas restrições físicas internas, segundo a TOC, podem apresentar ótimos locais, como de fato o novo equipamento apresentou, mas não são necessariamente resultantes em um ótimo global, que é o ponto de equilíbrio ideal na linha de produção.
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