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A Relação entre Qualificação Profissional, Empregabilidade e Precarização do Trabalho

Por:   •  7/12/2019  •  Artigo  •  1.400 Palavras (6 Páginas)  •  394 Visualizações

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A relação entre qualificação

profissional, empregabilidade e precarização do trabalho

Sabrina Postai[1]

Sueli Maria Weiss Rank[2]

Liandra Pereira[3]

Lisandro José Fendrich[4]

Resumo: Este trabalho apresenta um estudo sobre a identificação e análise da relação entre qualificação profissional, empregabilidade e precarização do trabalho e seus desdobramentos sociais. Através de um processo investigatório junto a empresas de São Bento do Sul/SC, foi possível mapear as principais atividades que constituem a cadeia produtiva das empresas investigadas e sua relação com a qualificação profissional e competências solicitadas aos trabalhadores para desenvolverem tais atividades. A partir desta análise buscou-se compreender como o desenvolvimento tecnológico e as mudanças sociais impactam com a estrutura educacional e laboral dos trabalhadores, que necessitam, em decorrência disto, se atualizarem profissionalmente cada vez mais.

Palavras-chave: Qualificação, Empregabilidade, Precarização.

1. Introdução

O objeto deste trabalho é identificar as principais atividades desenvolvidas nas empresas do ramo têxtil, cerâmica, moveleira e metal-mecânica de São Bento do Sul/SC, e a partir destas atividades buscar compreender quais são os principais aspectos destacados na qualificação profissional do candidato ao mercado de trabalho, para desempenhar estas atividades, e a precarização das atividades e das condições de trabalho ao longo da cadeia produtiva. Busca-se desenvolver uma relação entre os conhecimentos, habilidades e atitudes do candidato, e a ocupação profissional desempenhada, bem como dos requisitos exigidos pelas empresas analisadas neste município.

2. Mapeamento das atividades desempenhadas nas empresas investigadas

Através de entrevistas efetuadas junto aos setores de Recursos Humanos das empresas investigadas neste município, foi possível destacar como principais aspectos exigidos no mercado de trabalho a qualificação acadêmica profissional e as questões atitudinais como as mais buscadas no momento da contratação do candidato a vaga de trabalho.

3. Precarização do trabalho

O complexo cenário global reflete-se na dinâmica social e impõe cada vez mais intensas inovações e ajustes ao mundo do trabalho, na vida social e no exercício da cidadania, no qual a formação restrita limita as oportunidades de empregabilidade das pessoas. Matoso (1995) afirma que há um movimento de desestruturação do trabalho no Brasil, no qual as empresas utilizam de mecanismos de corte de pessoal e uso de empregos precários (tempo

determinado, terceirizados). Desta maneira, percebemos que essas mesmas mudanças e inovações interferem nos níveis de emprego e na sustentabilidade social são controversos, pois promovem o desenvolvimento de um lado e fomentam a produção de ações que por vezes eximem as grandes empresas das suas responsabilidades trabalhistas e sociais por outro lado, pois as mesmas transferem a segmentos menores, muitas vezes,  a possibilidade de precarização.

4. Aspectos Metodológicos

Estabeleceu-se para a consecução dos objetivos da pesquisa o estudo de casos múltiplos, através da estratégia de comparação contextualizada e seleção de instrumentos e fontes de informação. Nessa direção, objetivou-se o diagnóstico dos elementos circunscritos à qualificação profissional, empregabilidade e precarização do trabalho das empresas pesquisadas, através de fontes primárias e secundárias, sua respectiva sistematização e desdobramentos apontando os elementos do processo de precarização.

Foi realizado um estudo de campo de cunho qualitativo junto às empresas de recrutamento de recursos humanos, bem como as principais empresas de São Bento do Sul/SC. Foi utilizada a metodologia de entrevista semi-estruturada buscando agregar elementos significativos para "combinar diferentes tipos de fontes e evidências, qualitativas e quantitativas, por meio de estratégias de triangulação, tentando superar as limitações de fontes unicamente quantitativas ou qualitativas" (VASCONCELOS, 2002, p.210).

Foi construído um questionário fechado que foi aplicado às pessoas vinculadas ao ensino de jovens e adultos. Foi utilizada a escala Likert, com quatro âncoras, indo da opção “Muito” à opção “Sem importância”, perpassando por “Médio” e “Pouco”. O questionário foi dividido em cinco eixos, solicitando respostas sob duas diferentes óticas: “O que sei”, e “O que considero importante”. Os eixos que foram utilizados são Informática, Comunicação e Expressão, Atitudinal, Relacional e Profissional, totalizando vinte e nove questionamentos.

5. Análise e Discussão dos Resultados

A busca da qualificação deve ser sistemática, contínua e ininterrupta. No entanto, é mister identificar quais elementos atuam para a precarização do trabalho sob a ótica das pessoas circunscritas neste cenário, no intuito de identificar padrões comuns que potencializem a ascensão profissional ou conduzam à exclusão profissional.

Ao todo foram entrevistadas 375 pessoas, todas vinculadas aos sistemas de educação de jovens e adultos, entre municipal e estadual. 61% correspondem a pessoas do sexo feminino e 39% ao sexo masculino, sendo que 36% dos entrevistados não possuem ocupação profissional formal.

Das pessoas empregadas, existe um equilíbrio entre homens em mulheres, pois se percebe que 33% dos homens possuem ocupação, assim como 32% das mulheres. No entanto, no que tange aos desempregados, de toda a população, as mulheres representam 29% do público pesquisa, frente a 6% dos homens.

[pic 1]

Gráfico 1 - Empregados e Desempregados por Sexo

Se estabelecida a relação com a idade dos entrevistados, analisando sob o ponto de vista da idade média dos mesmos que é de 31,79 anos foi procurado verificar se a idade dos desempregados exercia alguma influência sobre a condição laboral. Pudemos observar, pelos dados coletados, que a maioria situa-se na faixa de 30 a 40 anos e que, por estarem cursando o nível fundamental ou médio, a qualificação pode caracterizar sua condição de exclusão do mercado de trabalho, mesmo em postos que exijam menor qualificação.

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