Administração da Produção e Logística
Por: JoanaSouza01 • 17/9/2017 • Trabalho acadêmico • 2.943 Palavras (12 Páginas) • 388 Visualizações
1. ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E LOGÍSTICA
As organizações, no decorrer do tempo, alteraram sua visão de mercado passando a ter uma visão mais sistêmica e integrada objetivando maior eficiência e eficácia dos processos, satisfação dos clientes e lucratividade.
Um dos embasamentos da Administração Contemporânea é o projeto de rede de operações produtivas conhecido como Supply Chain Management (SCM) – Gerenciamento Cadeia de Suprimentos – que se trata das relações estabelecidas no processo produtivo e distributivo da empresa. Para Ganeshan e Harrisson (1995), é uma rede de facilidades e definições visando a execução de atividades de compra de materiais (inputs), transformação das matérias-primas em produtos acabados e semiacabados (outputs) e a distribuição destes produtos aos consumidores.
Desta forma, o SCM abrange as decisões referentes à infraestrutura: localização das fábricas, centros de distribuição, armazéns; à produção: o que e onde produzir, ligação entre fornecedores - fábricas e fábricas – CDs; ao estoque: gerenciamento, armazéns, estratégia de estoque; ao transporte: modais, trade-off. Metz (1995) ressalta que a integração de todo esse processo (rede) só é possível mediante o uso da Tecnologia da Informação (TI).
Novaes (2007) defende, ainda, que o SCM por ser uma integração dos processos industriais e comerciais gera produtos, serviços e informações capazes de agregar valor ao cliente.
Para que o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos seja efetivo, é essencial a produção atenda às necessidades do mercado, ou seja, que o Production Planning and Control (PCP) - Planejamento e Controle da Capacidade de Produção - esteja devidamente implementado.
Segundo Chiavenato (1991), a função PCP contempla o planejamento, a programação da produção e das operações da empresa e as controla de forma adequada a fim de aumentar a eficiência e a eficácia a partir da administração da produção. Tubino (1997) complementa que o PCP é responsável por coordenar e aplicar os recursos produtivos objetivando o atingimento dos planos estratégico, tático e operacional.
O Planejamento da Produção refere-se à formalização dos planos/objetivos em um período específico de tempo. A programação é a administração do estoque a partir da sequenciação, emissão e liberação das ordens de compras, fabricação e montagem. O Controle trata-se do acompanhamento da execução do planejamento de forma que possa controlar as variáveis, reestruturar, ajustar e definir novas estratégias mediante as novas necessidades para o alcance dos objetivos do processo. Desta forma, o PCP pode ser sintetizado na definição do que produzir, quanto, onde, por quem e quando.
O PCP abrange a relação coerente dos inputs (entradas - matérias-primas) e outputs (saídas - produtos) atentando para a principal variável que o influencia: a demanda. A demanda pode ser dependente (maior previsibilidade); independente (menor previsibilidade); recursos contra o pedido (aquisição de insumos a partir do pedido do cliente); produzir contra o pedido (transformação dos insumos a partir do pedido do cliente); produzir para estoque (produção independente de pedido anterior); produzir para estoque e montar contra o pedido (produção semiacabada em estoque e final após o pedido).
Inserido em todo o contexto produtivo, está o processo logístico. Bowersox e Closs (2001) defendem que a logística envolve diversos setores da empresa referentes ao fluxo de produtos e serviços, integrando os processos (informações, transporte, estoque, armazenamento, manuseio de materiais e embalagem). Desta forma, é um fluxo amplo desde o ponto de origem ao de consumo, incluindo o planejamento, a implementação e o controle do fluxo e do armazenamento de produtos, com as respectivas informações relacionadas aos mesmos.
Nesse contexto, “todo o processo logístico, que vai da matéria-prima até o consumidor final, é considerado entidade única, sistêmica, em que cada parte do sistema depende das demais e deve ser ajustada visando o todo” (NOVAES, 2007, p. 13).
Vargas (2005) complementa que o processo de consolidação das informações entre os setores logísticos (transporte, estoque, armazenamento e movimentação) tem sido concebido como um fator estratégico importante para a organização, podendo ser um diferencial, agregando resultados positivos para a empresa a partir de um alto nível de gerenciamento.
Ballou (2001) destaca três áreas base para o processo de tomada de decisões logísticas conforme figura abaixo:
[pic 1][pic 2]
Estratégia de estoques
- Níveis de estoque[pic 3][pic 4]
- Disposição de estoques[pic 5]
- Métodos de controle
[pic 6]
[pic 7]
FIGURA 1 – Triângulo da tomada de decisões logísticas. (Ballou, 2001, p. 42).
Desta forma, as estratégias de estoques, transporte e localização formam a tríplice base de dados no processo decisório da logística objetivando disponibilizar o produto correto, na quantidade solicitada, no lugar e tempo pré-definidos, ao mínimo custo possível.
Algumas ferramentas logísticas são utilizadas pelas empresas conforme o porte e/ou objetivo:
- Cross Docking: é o redirecionamento da mercadoria sem armazenamento prévio (Neves, 2005) caracterizando-se pela necessidade de um sistema de Enterprise Resource Planning (ERP) – Planejamento de Recurso Corporativo – adequado e capaz de garantir trocas de informação confiáveis; tempo curto de permanência do produto no local; envio da carga diretamente ao veículo responsável pelo frete.
- Outsourcing: consiste na terceirização de atividades-meio ao transferi-las para outros objetivando a centralização dos esforços na atividade fim da empresa, a otimização dos recursos e competências centrais para alcançar o crescimento. Araújo (2006) destaca, ainda, como vantagens a redução em custos operacionais e tecnológicos, aumento da competitividade por aumento do foco nos objetivos estratégicos.
- Milk Run: é o estabelecimento de uma rota com aproveitamento máximo da capacidade de transporte e otimização do percurso a fim de reduzir estoques, custos de distribuição e quantidade de veículos em circulação (MOURA; BOTTER, 2002). Para os autores, as vantagens de seu uso se estabelecem: no aumento no giro de estoque e disciplina no fornecedor; na melhora na coordenação dos veículos na distribuição; na agilidade no carregamento e descarregamento de materiais, diminuindo os tempos ociosos; no nivelamento do fluxo diário de recebimento de materiais; na redução nas avarias dos produtos no transporte.
- Just in Time: refere-se à solicitação e à entrega de materiais conforme necessidade do processo - abastecimento com os recursos necessários, na quantidade e momento solicitados, sem geração de estoque (Shingo, 1996). Apresenta como vantagens: a redução ou eliminação de estoques, redução de custos com armazenamento e aquisição desnecessária, redução de desperdícios.
Nota-se, assim, ser a Logística inerente ao processo produtivo, sendo parte de todo o processo produtivo até o cliente final podendo ser utilizadas estratégias diversas para o alcance dos objetivos organizacionais, dentre os quais: satisfação dos clientes, redução de custos, aumento da competitividade e lucratividade.
2. EMPREENDEDORISMO E PLANO DE NEGÓCIOS - FRANQUIAS
A franquia, conforme Kotler e Armstrong (2003, p. 340), é “uma associação contratual entre franqueador (fabricante, atacadista ou organização de serviços) e franqueados (empresários independentes que compram o direito de possuir ou operar uma ou mais unidades no sistema de franquia).”. Esses, além de realizarem o pagamento de valor pré-determinado pela autorização do direito de uso da marca e transferência das estratégias de mercado/conhecimentos estabelecidos, comprometem-se a manter e cumprir o modelo concebido pelo franqueador (detentor da marca).
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