Análise Filmica de Tempos Modernos

Aluno: Victor Gustavo de Sousa Basto, Instituição : FASB

INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem o objetivo de realizar uma análise crítica ao filme “Tempos modernos”, dirigido e atuado por Charles Chaplin, em que mostra o cenário vivido na época, proporcionando aos telespectadores um pensamento reflexivo da sociedade.

Os exageros em algumas cenas reproduzidos de forma irônica no filme servem para evidenciar os prejuízos que o ritmo moderno trouxe ao homem, manifestando uma crítica à “modernidade” e ao capitalismo representado pelo modelo de industrialização, em que o operário é devorado pelo poder do capital e perseguido por suas ideias revolucionárias.

Do mesmo modo, o trabalho visa associar o filme às Teorias da Administração Científica, Teoria Clássica e Teoria das Relações humanas, buscando mostrar o impacto de cada uma com o passar do tempo.

OS IMPACTOS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

O filme “Tempos Modernos” se passa no auge da Revolução Industrial, e o ator Charles Chaplin protagoniza um funcionário do modelo de produção da época. Ele é um operário de uma fábrica, que de tanto trabalhar da mesma forma, com os mesmos movimentos repetitivos, continuou fazendo a mesma função até fora da hora de trabalho.

Esse meio de produção foi aplicado pela Teoria da Administração Científica de Taylor, que criou essa racionalização de movimentos, eliminando os movimentos inúteis para aumentar a produtividade da fábrica, o que deixa de lado totalmente a condição do operário, a saúde e o bem estar, visando apenas a produção. Nota-se a Teoria Clássica de Fayol em que há também a divisão de trabalho, com cada operário desempenhando uma só função.

Atualmente, pontos importantes mudaram, pois com o passar do tempo, a abordagem humanística de Elton Mayo proporcionou o espírito de grupo e a preocupação com o homem e seus grupos sociais, proporcionando ao trabalhador uma nova forma de emprego, o que nos beneficiou nos dias atuais.

O USO DA TECNOLOGIA DE MANEIRA POSITIVA X NEGATIVA

A tecnologia chegou como inovação para o meio do trabalhador, agilizando a linha de produção, o ritmo, e os resultados. Porém, o ser humano teve de se adaptar ao tempo das máquinas, tornando o processo difícil e cansativo. Assim como Taylor desenvolveu em sua teoria, o operário Carlitos e os outros precisavam trabalhar constantemente, e o gerente insensível, caracterizado dessa teoria, só quer saber de produzir, advertindo o operário que passasse tempo descansando. A tecnologia transformou o homem, e o filme mostra isso com uma sátira, quando Carlitos fica preso dentro da máquina, como se tivesse sendo gerado pela mesma, para mostrar que o homem se torna uma ferramenta da própria tecnologia. Além disso, várias maquinas começam a “ocupar” o lugar do homem.

Muita coisa é mantida até os dias atuais, pois da mesma forma que a tecnologia proporcionou agilidade e eficiência para inúmeras profissões, ela também fez com que a maioria se tornasse dependente da mesma.

O PROCESSO DE MECANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO E DESUMANIZAÇÃO DO OPERÁRIO; APROVEITAMENTO DO TEMPO

O filme retrata a visão mecanicista do homem, em que quanto mais trabalhar em menos tempo, mais produzirá. Além disso, os salários eram baixíssimos, justificados pelo trabalho monótono do operário, que fazia apenas uma função. O anseio por ganhos na época era tanto, que mostra até a tentativa de uma máquina que servia refeições aos operários, no intuito de que os operários não parassem de trabalhar.

A visão das Teorias de Taylor e Fayol estão escancaradas no filme, mostrando um homem como ferramenta de produção apenas, com funções designadas, deixando de lado a necessidade do homem de se sentir confortável, do espírito de grupo, do homem social como diz Elton Mayo e muitas vezes o patrão dava a ordem de acelerar o processo de produção com objetivo de se produzir mais. Mesmo assim, a carga horária era alta, o cansaço chegava, e o salário era mixaria.

ALIENAÇÃO PROVOCADA NO OPERÁRIO

O filme critica a Administração Científica do ponto de vista humanista, pelo fato de ela levar pouco em conta as relações humanas ao estabelecer um padrão de trabalho nas linhas de produção, encarando os empregados como peças e a organização como máquina. A alienação é perceptível em vários momentos, por mostrar que o operário não tem capacidade de “raciocinar”, e apenas de receber as ordens do patrão.

Atualmente, o funcionário de uma empresa tem mais possibilidades de mostrar seu trabalho, de opinar em algo, e de expor ideias que forneçam vantagens para a empresa. Isso é um grande avanço na parte profissional comparado a época do filme.

DESEMPREGO E OS MOVIMENTOS SOCIAIS (GREVES E MOVIMENTOS DOS TRABALHADORES ÓRFÃOS)

As greves eram bastante constantes naquela época, na maioria dos casos pela falta de emprego, pelas dificuldades impostas pelas pessoas que governavam o sistema capitalista, e também pela difícil situação que se encontrava o país. O filme retrata bem isso, mostrando o ator principal Charlie Chaplin em meio a dificuldades de conseguir emprego naquela época. Em contraponto às Teorias Clássicas, a Teoria das Relações Humanas demonstra a insatisfação dos trabalhadores, no momento que mostra as manifestações feitas pelos operários reivindicando melhorias nas condições de trabalho nas empresas.

Comparando com os dias atuais, é certo dizer que ao mesmo tempo em que ouve inúmeras melhorias, também acarretou dificuldades, principalmente no Brasil, em que há um grande número de desempregados, pessoas sem teto e diversas manifestações contra a gestão governamental.

DESIGUALDADE SOCIAL:

O filme nos induz a ver muito bem esse ponto, pois Carlitos conhece uma moça, ambos, de classe pobre, sem moradia, sem dinheiro para se sustentar, em que sonham com uma boa moradia, conforto e alimento. Mostra ainda que o proletariado era tão explorado, que faziam a parte difícil, enquanto o patrão ficava com todo conforto e lucro. Cenas como a que Carlitos e a menina órfã conversam no jardim em frente á uma casa, e Carlitos e que estão numa loja de departamento, mostram bem essas questões. Comparando as Teorias Clássicas, olhando bem a pirâmide feita por Taylor e Fayol, nota-se que a partir