Análise dos Textos Sobre Barthes
Por: its_tsukino • 15/10/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 703 Palavras (3 Páginas) • 167 Visualizações
Barthes introduz novos conceitos de signo linguístico e de língua, modificando a própria noção de semiologia.
Saussure, a partir d sistema de comunicação humana, define a língua: o signo linguístico é um sinal ao qual subjaz a intenção de comunicar.
Por sua vez, Barthes, entende o signo unicamente do ponto de vista da significação alargando desse modo a noção de signo e de língua a tudo o que significa. Desse modo, enquanto a samiologia defendida por Saussure é uma semiologia da comunicação e a de Barthes é uma semiologia da significação.
Relativamente ao mito, Barthes afirma que tudo lhe pode servir de suporte, desde o discurso escrito até à publicidade passando pela fotografia, o cinema, a reportagem, o desporto e os espetáculos, sendo tudo isto suscetivel de servir de suporte à fala mítica. O mito não se pode definir pelo seu objeto nem pela sua matéria uma vez que toda a matéria pode ser dotada de significação. Deste modo, tudo o que o homem perceciona, diz ou faz, entra no quadro de linguagem. Desde que chegue ao contacto com o homem, o mundo torna-se num objeto da semiologia.
Toda a unidade, verbal ou visual, será elemento de uma linguagem. Os objetos em si podem tornar-se fala caso signifiquem algo.
É assim que Barthes define a semiologia como ciência da significação. Barthes define a significação como uma valência por, ou seja, a significação é de cariz simbólico. O facto é então ultrapassado pela sua significação. Mas, sendo estas significações estudadas independentemente do seu conteúdo, a semiologia é definida como uma ciência das formas de significação.
Por outro lado, a semiologia não nos explica o porque de tal facto ter tal significação. A semiologia não é de caráter explicativo, não vai às causas por isso não lhe é importante. O seu único objetivo é conhecer a estrutura e o modo de funcionamento. A sua tarefa é unicamente descritiva, de leitura/decifração.
Barthes apurou a ideia de semiologia enquanto uma ciência formal da significação, começando por contrapor a tese de Saussure, que entende a linguística como apenas uma parte da ciência geral dos signos, que não é parte da ciência geral dos signos, a semiologia é uma parte da linguística. Barthes justifica esta investigação constatando que “qualquer sistema semiológico se cruz com a linguagem” e nega aos outros sistemas semiológicos uma autonomia de significação, ou seja, eles só significam na medida em que se cruzam com a linguagem. Sendo que esta não é uma linguagem dos linguistas, a semiologia irá transformar-se numa transliguística em que a matéria tanto pode ser o mito, a narrativa o artigo da imprensa como poderá ser os objetos da nossa civilização.
A novidade trazida por Barthes em relação ao conceito de signo consiste em considerar também como signos os objetos cuja razão de ser não consista na significação. É neste ponto que o signo semiológico se diferencia do signo linguístico.
Barthes apresenta-nos os “funções-signos” que lhe serve para desenvolver uma semântica do objeto em que todo o objeto enquanto objeto significa: não existem objetos insignificantes. A significação de um objeto começa no momento em que este é produzido e consumido pela sociedade. Este alargamento semiológico feito por Barthes reside essencialmente na introdução das funções- signos. É deste modo que ele semiotiza toda a cultura e vida humana.
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