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Artigo Eua Bilaterais

Por:   •  25/11/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.810 Palavras (8 Páginas)  •  201 Visualizações

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  1. VISÃO HISTÓRICA DAS RELAÇÕES ECONÔMICAS E COMERCIAIS ENTRE BRASIL E EUA

As relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos são antigas, começando no século XIX com a exportação de café. Já no século XX, os Estados Unidos começaram a fornecer ao Brasil produtos manufaturados e também a aumentar seus investimentos em serviços e indústrias de produtos de bens duráveis brasileiros.

Com a substituição do padrão-ouro pelo dólar na década de 1930 e o final da Segunda Guerra Mundial, a relação de Estados Unidos e Brasil se tornou mais forte e fez com que o Reino Unido se tornasse desfavorecido nas suas relações com o Brasil e outros países da América Latina.

Nos anos de 1950, iniciou-se no Brasil um grande crescimento industrial, o qual os Estados Unidos tiveram grande participação. Esse impulso no setor industrial de deve às instalações de indústrias automotivas norte-americanas em solo brasileiro.

Em 1960 a modernização da economia brasileira era cada vez melhor, pois os Estados Unidos participavam ativamente cooperando financeiramente por meio da implantação de tecnologias e reforçando o processo de substituição de importações (o que fazia o Brasil se tornar mais autossuficiente em tecnologia e que alterações no plano internacional não impactassem demais o país).

Mais adiante é possível perceber que as trocas comerciais entre Brasil e Estados Unidos são mais importantes para um deles, o Brasil. Afinal, o mercado americano é o principal comprador de produtos e serviços brasileiros no exterior. Com essa relação houve uma quantia de quase 40 bilhões de dólares, sendo a maioria compra de produtos e serviços brasileiros pelos norte-americanos.

  1. A LIBERALIZAÇÃO E O PROTECIONISMO

Na década de 1980 houve divergências entre assuntos econômico-comerciais entre Brasil e Estados Unidos, tendo mais importância a crise da dívida externa que afetou o Brasil e outros países latino-americanos. Nesse período houve negociações sobre a dívida externa do Brasil e uma busca maior para esforçar a exportação, onde o país oferecia incentivos fiscais para a exportação de manufaturados. Porém, assim que os Estados Unidos souberam eles começaram a implantar sobretaxas em vários produtos brasileiros.

Ao mesmo tempo em que naquela época o governo brasileiro tentava impedir que os norte-americanos empregassem tantas barreiras comerciais, incluindo financiamento e comercialização dos produtos, havia um aumento no apoio ao liberalismo econômico dos Estados Unidos. Com o livre comércio tinha como característica fundamental a prosperidade e paz. Nesse momento, houve o fortalecimento da teoria, mas não seu nascimento.

Nessa década houve também incentivos para o consentimento do “Consenso de Washington” nos Estados Unidos que era uma manifestação liberalista no sentido de política comercial para a América Latina e outros países em desenvolvimento. Por mais que a América de Norte focasse os princípios liberalistas, algumas características internas demonstravam caráter protecionista.

Nos dias atuais, esse caráter protecionista tem influência no sentido que o Brasil perca aproximadamente 17 bilhões de dólares por ano, sendo a maior parte da perda com produtos agrícolas. Com as dificuldades surgidas com o protecionismo, fábricas brasileiras estão se instalando em solo norte-americano para fugir de taxas e tarifas.

O “Consenso de Washington” foi implantado no Brasil durante a década de 1980. Entretanto, o favorecimento da recuperação dos problemas econômicos (dívidas externas e inflações) do país não foi possível. Tais práticas neoliberais fizeram com que a inflação apenas crescesse e que a economia estagnasse.

“O protecionismo norte-americano, juntamente com as necessidades do Brasil de exportar manufaturados, fizeram com que este, procurasse diversificar seus mercados, tanto com países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. Ao perceber o crescimento econômico do Brasil, os EUA aumentavam sua pressão sobre o país, que mudava de acordo com a intensidade da conjuntura.” (SILVA, 2005, p.276).

  1. A INTEGRAÇÃO DOS DOIS PAÍSES NA OMC

Com a criação da OMC na década de 1990 e tendo o Brasil e os Estados Unidos como os países com a inciativa, os Estados Unidos mudam sua estratégia e passam a exercer esquemas multilateralistas de comércio liberalista e também de características bilaterais.

Na época o então presidente George Bush apresentou a “Iniciativa para as Américas”. Esse acordo consistia uma política exclusiva dos Estados Unidos para a América Latina e tinha como fundamentos a liberalização do comércio, estímulo ao investimento e redução da dívida externa. O objetivo seria estabelecer um mercado comum nas américas, tendo como pontapé inicial a criação do NAFTA.

No início, o Brasil não demonstrou empolgação para a relação já que, se o país fosse um colaborador, os Estados Unidos iriam preferir que o México fornecesse produtos e ocasionaria o que chamamos de desvio de comércio.

No entanto, ao mesmo tempo que os Estados Unidos tentavam integrar os países latino-americanos, o Brasil também teve uma proposta de integração regional com a criação de um mercado comum que tornou-se o MERCOSUL. A criação deste tornou-se um escudo para os membros em relação aos interesses dos Estados-Unidos relacionados a acordo bilaterais e inciativas regionais.

Mais adiante, já no século XXI, mais divergências entre Brasil e Estados Unidos ocorreram. O primeiro grande desentendimento entre os dois países foi relacionado ao destino do ALCA. O objetivo da integração era estabelecer uma área de livre-comércio nas Américas. Com isso, o Brasil se opôs, pois, com o livre-comércio era possível que o país não conseguisse concorrer com países mais desenvolvidos e dinâmicos. O pensamento brasileiro sobre o Alca percorreu os anos de 2000 podendo ser notada com a atuação dentro na OMC e as tentativas de maior integração econômica regional.

Na década de 2000. O Brasil se tornou influente na OMC pois o país dava importância na utilização da OMC para negociações, apresentações de opiniões divergentes e resolução de problemas com outros países. Com a preferência dada à OMC, o Brasil conseguiu atingir objetivos de comércio internacional com o poder de barganha e se salvar de uma grande pressão de poder dos norte-americanos.

Com a oportunidade de gerar a liberalização do comércio no âmbito mundial, a Rodada de Doha permitiu que Brasil e Estados Unidos discutissem a manutenção de subsídios agrícolas e direitos compensatórios. Um dos pontos discutidos dentro desses assuntos esteve a disputa do algodão. Essa disputa começou em 2003 e se estendeu até por volta de 2011. Resumidamente, o Brasil dirigiu-se a OMC condenando os Estados Unidos por estarem subsidiando  a produção de algodão brasileiro. Após muitas queixas e tentativas de negociações entre os dois países, em 2011, a Câmara dos Representantes norte-americanos aprovou uma lei que previa a suspensão do pagamento de compensação ao Brasil. O Brasil por sua vez decidiu que se a lei fosse realmente aprovada, a ação seria um demonstrativo de rompimento da relação bilateral entre os dois países.

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