As Contribuições da Gestão do Tempo nas Empresas
Por: BrunoCappellesso • 24/1/2019 • Trabalho acadêmico • 5.847 Palavras (24 Páginas) • 242 Visualizações
- Contribuições da Gestão do Tempo nas Empresas
Bruno Rodrigues Cappellesso – brunocappellesso.arq@gmail.com
MBA em Gestão de Projetos em Engenharia e Arquiteturas
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Goiânia, GO, 01 de maio de 2017
Resumo
A gestão do tempo tem sido uma grande preocupação nas instituições, isto porque perder tempo também significa perder dinheiro e maximizar seu uso pode garantir maiores lucros a instituição, assim como uma maior satisfação a clientela. O interesse pela pesquisa surgiu a partir de algumas leituras sobre o tema gestão do tempo e também sobre a observação do espaço de muitas instituições que tem buscado formas de aproveitar melhor o tempo, utilizando processos que valorizam a experiência e o trabalho coletivo e conseguido, com isto, bons resultados. Propõe-se como objetivo para esta pesquisa discutir como a gestão do tempo pode trazer contribuições para as empresas. Pretende-se, dessa maneira responder a seguinte problemática: como acontece a gestão do tempo e quais seus benefícios aos resultados das instituições? Como recurso metodológico para a elaboração da pesquisa foram feitas discussões bibliográficas baseadas em obras de autores como Guerreiro e Soutes (2012), Reis (2006), Mello e Tonelli (2002), dentre outros que discutem a questão da gestão do tempo nas organizações e os resultados desse processo. Pode-se citar como resultados dessa pesquisa o fato de que gerir o tempo com eficiência pode contribuir muito para os resultados das empresas, porém, deve haver respeito ao ser humano, aos seus limites e aos direitos que ele possui em seu ambiente de trabalho.
Palavras-chave: Tempo. Gestão. Trabalho. Colaboradores. Planejamento.
1. Introdução
A premissa de que “tempo é dinheiro” é uma das mais utilizadas e valorizadas nos ambientes organizacionais, pois quando há paradas na produção, funcionários ociosos ou desmotivados, a tendência é que se perca em números e em lucratividade, por isto a busca por maior eficácia e eficiência nas instituições, o que está, diretamente ligado a questão da gestão do tempo dentro dessas organizações. De acordo com Elias (1998) apud Mello e Tonelli (2002, p.01):
A sociedade contemporânea tem protagonizado uma mudança na concepção de tempo. Pensadores da Filosofia e da Sociologia, áreas que tradicionalmente debatem e refletem sobre a questão do tempo, ampliam hoje as suas análises observando que, apesar de o tempo sempre ser sentido pela humanidade como uma “força monstruosa”.
O interesse pelo tema “gestão do tempo” surgiu, especialmente a partir da observação de que, cada vez mais as empresas tem buscado cobrar mais de seus colaboradores, produzir mais em menos tempo e com mais qualidade, porém, nem sempre há a gestão do tempo e, muitas vezes há prejuízos tanto para a instituição, como para seus funcionários, que se sentem desmotivados e cobrados de forma excessiva. Assim, a pesquisa mostra-se interessante no sentido de demonstrar como a gestão do tempo é capaz de fazer com que o tempo seja melhor aproveitado nas instituições, sem atingir negativamente os funcionários e promovendo resultados muito mais efetivos. Assim, Vidal (2012, p.195) considera que:
É grande o número de corporações empenhadas no treinamento de seu pessoal, para que administrem corretamente o tempo que gastam profissionalmente e em sua vida, principalmente quando as metas e objetivos profissionais designados pela empresa não são atingidos.
Assim, há de se considerar que uma incorreta gestão do tempo pode trazer muitos prejuízos a organização, e isto acontece pelos excesso de interrupções, número excessivo de reuniões, visitas casuais, ausência de um plano diário e objetivo, serviços atrasados, autoridades confusas e falta de definição de responsabilidades, falta de motivação e estímulo à criatividade, colaboradores cansados, entre outras questões (CAVALCANTI, 2001).
Assim, objetiva-se com esta pesquisa discutir como a gestão do tempo pode contribuir para os resultados da instituição e responder questões como: de que forma a gestão do tempo contribui para uma instituição empresarial? Quais são as barreiras que a gestão do tempo encontra? Que elementos estão ligados a esse processo? Entre outras questões.
2. Metodologia
A pesquisa baseia-se na construção de um referencial teórico que tem como objetivo discutir o que é a gestão do tempo dentro das instituições. Assim, baseou-se em artigos eletrônicos e livros que discutem a temática proposta na pesquisa, onde destacaram-se obras de autores como Cavalcanti (2001), Mello e Tonelli (2002), Andrade e Tiago (2006) dentre outros, que discutem a temática da gestão do tempo e como ela tem sido desenvolvida dentro das instituições.
3. A Questão do Tempo
A questão do tempo é uma discussão bastante antiga, sendo que já na era cristã, Santo Agostino (1973) escreveu o livro “O Homem e o Tempo”, onde buscava compreender questões como passado, presente e futuro e as possibilidades de medição do tempo. Mesmo após séculos, essa discussão continua latente e a dificuldade de se tratar do assunto está diretamente ligada à diversidade de conceitos sobre o que é o “tempo”, tratando-o hora como um fenômeno, ora como um sentimento, ou até mesmo como uma construção ou um enigma da humanidade. A falta de Agostino (1973) apud Mello e Tonelli (2002, p.01) dizendo que “meu espírito ardeu em ânsias de compreender este enigma tão complicado” e a de Jaques (1998) apud Mello e Tonelli (2002, p.01), um pensador contemporâneo afirmando que “o enigma do tempo é o enigma da vida”, demonstram, claramente como o “tempo”, é um assunto tratado desde a antiguidade aos dias atuais.
Para Elias (1998) o tempo é uma construção humana, faz parte da própria história da civilização e por isto, é ensinado as pessoas desde o momento de sua infância. As concepções e a percepção do tempo dependem de cada modelo social e da cultura de cada povo, dando origem a diferentes conceitos sobre o mesmo.
4. O Tempo e as Organizações
Quando se fala em administração do tempo nas organizações Guerreiro e Soutes (2013) consideram que esse processo se iniciou dentro do Sistema Toyota de Produção, durante a década de 1980, quando muitas empresas ocidentais passaram a utilizar uma forma diferente de utilizar o tempo, adotando-a como uma medida que gerava diferencial competitivo em relação a outras empresas, e assim originou-se o que ficou conhecido como “Gestão Baseada no Tempo”. Foi a partir desse processo que muitas instituições passaram a reduzir o tempo improdutivo, reduzindo muitos de seus custos, melhorando a qualidade da sua produção e obtendo maior produtividade.
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