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Balanced Scorecard: Estudo de Caso do Instituto Federal Minas Gerais – Campus Formiga

Por:   •  12/5/2016  •  Artigo  •  6.164 Palavras (25 Páginas)  •  581 Visualizações

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Balanced Scorecard:

Estudo de caso do Instituto Federal Minas Gerais – Campus Formiga

Poliana Myriam Felipe Rodrigues de Santana

Renilda do Carmo Pinto Fonseca

Introdução

O Balanced Scorecard (BSC) pode ser definido como uma ferramenta de planejamento estratégico, utilizada para o monitoramento da execução de estratégias organizacionais, propiciando a definição de um sistema de medição equilibrado e uma gestão eficiente.

Segundo Kaplan e Norton (1997) o BSC pressupõe a existência de uma relação de causa e efeito sequencial, que pode resultar no sucesso estratégico da organização em que é empregado. Esta sequência dá-se através de perspectivas pelas quais se analisa a organização e seu desempenho, sendo elas: perspectivas Financeira, Clientes, Processos internos e Aprendizado e crescimento. Entretanto diversos fatores podem interferir na implementação deste instrumento gerencial na organização, seja ela privada ou pública.

Com base nestes conceitos, objetivamos apresentar e discutir o modelo de planejamento adotado em um Campus de uma instituição federal de ensino integrante da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, os trabalhos de implementação desenvolvidos até o momento e os fatores que interferem neste processo.

Para tal, apresentaremos a definição da literatura atual para o BSC, as adaptações realizadas nesta ferramenta para sua utilização pelo setor público, demonstraremos as etapas desenvolvidas na instituição em estudo e discutiremos a conformação entre a metodologia empregada na instituição e a filosofia do Balanced Scorecard.  Pode-se afirmar que o Campus B adota o BSC? A forma de desenvolvimento dos trabalhos alinha-se a essa metodologia?

Para o desenvolvimento desta pesquisa, os procedimentos adotados quanto às tipologias de pesquisa aplicáveis foram o estudo de caso, a pesquisa bibliográfica e a entrevista em grupo, com aplicação de questionário semi-estruturado aos quatro principais dirigentes do Campus pesquisado.


O Balanced Scorecard e suas perspectivas

Segundo Kaplan e Norton (1997) o BSC é uma ferramenta empresarial cuja metodologia liga as atividades de curto e longo prazo de uma organização com a visão, a missão e a estratégia da empresa, ao serem estabelecidas metas mensuráveis.

Essa ferramenta possibilita principalmente a elaboração e a visualização de medidas de desempenho que reflitam a estratégia de negócios da organização. O BSC deve levar à criação de uma rede de indicadores de desempenho que deve atingir todos os níveis organizacionais, tornando-se, assim, uma ferramenta de comunicação e promoção do comprometimento geral com a estratégia da organização (KAPLAN e NORTON, 1997).

Assim, o Balanced Scorecard, a princípio, foi concebido como um sistema de mensuração do desempenho organizacional compatível com a atual conjuntura mundial, na qual os ativos intangíveis alcançaram – ou mesmo ultrapassaram – a importância que sempre tiveram os ativos tangíveis. Entretanto, a forma com que o BSC foi estruturado, possibilitou sua utilização, também, para consecução do alinhamento das unidades de negócio, unidades de serviço, equipes e pessoas com a estratégia organizacional (KAPLAN e NORTON, 2001).

Murakami (2003) desenvolveu um estudo em que apresenta a participação do BSC na conquista desse alinhamento. Segundo ele, o uso do BSC, possibilita realmente uma melhoria de foco, a priorização de iniciativas e o alinhamento estratégico. Entretanto, salienta o autor que é necessário desdobrar-se o BSC nos diversos níveis da organização para que esse alinhamento de fato ocorra.

Este método resume em um único instrumento, indicadores de desempenho em quatro perspectivas: uma perspectiva financeira, de clientes, de processos internos e de aprendizado e crescimento.

Cada perspectiva precisa ter seu grupo de mensuradores de desempenho específico e distinto, os quais devem ser exclusivos, determinados de acordo com as características e necessidades de cada organização. Tais mensuradores precisam refletir e materializar a missão e estratégia da corporação. Dessa forma, o conjunto de indicadores de cada perspectiva, embora privativo desta e diverso daqueles que compõe as demais, é formulado para viabilizar o cumprimento da estratégia e da visão da organização.

Nesse sentido, a perspectiva financeira é responsável por monitorar se a estratégia adotada pela organização contribui de fato para a otimização dos resultados financeiros. As metas financeiras associam-se a rentabilidade, crescimento, valor para os acionistas e produtividade (PRIETO, et al., 2006).

Os objetivos financeiros revelam o desempenho esperado da estratégia e representam a principal meta para a definição dos objetivos e medidas das outras perspectivas do BSC. A estratégia financeira adotada refletirá nas demais perspectivas, influenciando-as.

A perspectiva do cliente pressupõe o estabelecimento dos mercados e segmentos que a organização pretende atuar. Uma vez estabelecidos esses mercados, os interesses e necessidades dos clientes desejados deverão revelar-se através de medidas específicas adotadas pela organização. Monitora-se a capacidade da organização de valorizar o cliente certo.

Os processos internos, por sua vez, subsidiam os indicadores de perspectiva financeira e de clientes. Na perspectiva dos processos internos, as organizações analisam os processos críticos para a consecução das metas das duas outras perspectivas. Os processos têm que proporcionar à organização condições de oferecer propostas que atraiam e fidelizem clientes nos mercados em que atua e, que, ao mesmo tempo, representem um retorno financeiro para os stakeholders.

Para que a organização esteja em melhoria contínua é necessário sejam capazes de aprender continuamente também. Assim, a perspectiva de aprendizado e crescimento representa a identificação das necessidades de capacitação dos ativos, de otimização da logística, por meio de investimento em equipamentos mais modernos e melhores, de pesquisas para melhoria de produtos e desenvolvimento de novos, em desenvolvimento de sistemas, aprimoramento de procedimentos e treinamento dos colaboradores da organização.

Visto de maneira integrada, o balanced scorecard traduz o aprendizado e crescimento que os colaboradores precisam incorporar para inovar e idealizar processos internos corretos e eficientes, que definirão o real valor dos clientes, os quais, por sua vez, propiciarão o retorno financeiro para a organização.

A distribuição dos objetivos estratégicos nessas quatro perspectivas, a criação de indicadores de desempenho para esses objetivos e sua integração numa relação de causalidade, bem como o desdobramento do BSC em diversos níveis hierárquicos e a derivação de todos seus componentes a partir da estratégia da corporação favoreceram a transformação do BSC em verdadeira ferramenta de alinhamento organizacional.

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