Crescimento do Mercado de Cervejas Especiais
Por: carolpinheiro • 15/6/2016 • Trabalho acadêmico • 1.615 Palavras (7 Páginas) • 411 Visualizações
O CRESCIMENTO DO MERCADO DE CERVEJAS ESPECIAIS
Universidade Salesiana de São Paulo - UNISAL
2015
Catherine Kachvartanian
Sumário
1. INTRODUÇÃO
2. O MERCADO CERVEJEIRO DO BRASIL
2.1. TENDÊNCIAS DE MERCADO
3. DESAFIOS ENCONTRADOS PELAS MICROCERVEJARIAS
4. PREVISÕES PARA 2015
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
Aproximadamente de 10 anos para cá, a cerveja era apenas uma bebida comum. Nos dias de hoje é possível perceber uma mistura no mercado cervejeiro, que oferece produtos comerciais, gourmet, Premium e artesanais. Isso aconteceu devido a união entre a Companhia Antártica Paulsta e a Companhia Cervejeira Brahma da AmBev, em 1999 (PIATO; RÉVILLON, 2011).
Estima-se que hoje as cervejas especiais, ou artesanais, ou Premium, já são produzidas por mais de 200 microcervejarias artesanais formalizadas no Brasil (SEBRAE, 2011), em maior parte na região Sul, porém também em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (PIATO; RÉVILLON, 2012). Sua maioria tem menos de 10 anos, e a participação na produção brasileira de cerveja oscila entre 0,15% e 0,30% (SEBRAE, 2011).
Ingo Schwabe, diretor-executivo da Fritz Cervejaria Artesanal, publicou um artigo em 2012, no site da Associação Brasileira de Supermercados – ABRAS, onde diz: “Hoje a cervejaria artesanal é um produto diferenciado porque vai mais matéria-prima por não ser uma cervejaria comercial. A cervejaria artesanal é um conceito com mais malte, com cuidado e qualidade superiores aos de uma cervejaria comercial, e por isso é um produto diferenciado em todo o processo, inclusive na hora em que se finaliza o produto. Quando consumida a cerveja ou o chope, não vem aquela náusea, que é comum das cervejas comerciais, nem aquela dor de cabeça no dia seguinte. Na cerveja comercial vai muita química para agilizar o processo, para diminuir a matéria-prima, então coloca adjuntos não maltados como a gente diz no âmbito de cervejeiro.”.
Em nosso país, o mercado de cervejas se constitui da seguinte maneira: AmBev tem 70,6%; Schincariol tem 11,4%; Petrópolis, 9,6%; Femsa – comprada pela Heinekein -, 6,8% (JARDIM, 2012), e as microcervejarias correspondem a 1% deste mercado. Produzindo cervejas de alta qualidade e junto a elevação da renda dos brasileiros, faz com que os apreciadores e produtores de cerveja só aumentem. As classes C, D e E correspondem a 70% do consumo de cerveja (ROSA; CONSENZA; LEÃO, 2006), porém, quem mais consome as cervejas especiais são a classe A e B.
A produção de cervejas artesanais é um bom tema a ser analisado por quem quer estudar o empreendedorismo nesse setor: esse segmento vem expandindo 5% ao ano no brasil, desconsiderando as empresas não legalizadas (SINDICERV, 2012) um vez que as grandes empresas dificultam seu desenvolvimento.
Esse artigo tem como objetivo tentar entender melhor o porquê e quando os consumidores de cerveja começaram a preferir cervejas artesanais ao invés das “comuns”.
O MERCADO CERVEJEIRO DO BRASIL
Hoje, o Brasil está na terceira posição mundial em produção de cerveja, com uma produção de 12,4 bilhoes de litros, atrás apenas da China (45 bilhões de litros) e Estados Unidos (35 bilhões de litros). O consumo é, em média, de 60 litros per capita/ano (REINOLD, 2011).
Em relação às microcervejarias, estima-se que existam cerca de 200 microcervejarias situadas majoritariamente nas regiões sul e sudeste do nosso país, representando a 1% do setor cervejeiro nacional. A tendência é que esse número atinja 2% em dez anos, segundo a ABRABE – Associação brasileira de bebidas. Ainda de acordo com a revista ISTOÉ, Edição Nº 2283, no artigo escrito por Mariana Queiroz Barboza, 2013, algumas microcervejarias já faturam mais de R$10 milhões por ano.
Os homens são maioria, mas as mulheres representam cerca de 33% do consumo nacional de cerveja, sendo a bebida predileta de 29% delas entre 30 e 39 anos (REINOLD, 2011)
As com idade entre 40 e 49 anos representam 24% do consumo de cerveja do país. O tipo preferido por 79% delas é o chopp claro e 21% preferem o chopp escuro. Uma pesquisa também constatou que as mulheres gastam 6% a mais do que os homens em cervejas especiais, geralmente mais caras (REINOLD, 2011).
TENDÊNCIAS DE MERCADO
Com o “boom” no consumo e produção de cervejas diferenciadas, a tendência é que maior qualidade dos produtos e diferenciação nos serviços de atendimento sejam cada vez mais exigidos, uma vez que a oferta só tende a crescer (REINOLD, 2011).
Cartas com apenas três ou quatro opções do mesmo tipo (o mais conhecido como “a loira gelada”, a cerveja pilsen) e poucas opções nas prateleiras de supermercados, não ficarão assim por muito mais tempo. Seguindo a linha de acontecimentos nos Estados Unidos nesse setor, é possível enxergar seu grande potencial de expansão. No início dos anos 1990 as cervejas que dominavam o mercado eram as pilsens, porém o gosto dos americanos começou a ficar mais requintado e eles exigiam por mais “sabor” e diziam que as pilsen eram “sem aroma, cor ou sabor e o jeito de tomar é estupidamente geleada”, diz Eduardo Bier, fundador da Dado Bier, de Porto Alegre. Começou, então, um movimento que incentivava o sabor. A ideia foi muito bem aceita e, 20 anos depois, as microcervejarias americanas correspondem a mais de 100 mil empregos no país, 6,5% do mercado em volume e 10,2% em faturamento (ISTOÉ – O negócio milionário das cervejas artesanais, Edição Nº 2283, 2013).
DESAFIOS ENCONTRADOS PELAS MICROCERVEJARIAS
No final do ano passado, houve mudanças nas regras de tributação das bebidas frias, que inclui a cerveja. A mudança se resume como um aumento da tributação igual para todas as cervejarias, mesmo as microcervejarias, que, antes dessa mudança, ficavam de “abaixo do radar”. Isso dificultou a viabilidade das microcervejarias, uma vez que muitas sobreviviam apenas por estarem “abaixo do radar”. Ainda em resumo, o impacto para as cervejarias que a lei atinge, é um aumento de 155% na carga tributária. Logo, é lógico deduzir que haverá, também, um aumento notável no preço de todas as cervejas, ou ainda, obrigando que diversas microcervejarias quebrem (PONZI, 2015).
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