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DEBATE DA CONTRADITORIA RELAÇÃO ENTRE A FAMILIA E A POLITICA

Por:   •  29/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  689 Palavras (3 Páginas)  •  134 Visualizações

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DEBATE DA CONTRADITORIA RELAÇÃO ENTRE A FAMILIA E A POLITICA SOCIAL

Elisangela da Silva Nicacio

No Brasil, o interesse e a discussão sobre as necessidades das famílias onde o marido e mulher trabalham fora de casa são mais recentes em comparação com o processo nos países da Europa Ocidental e da América do Norte. Esse atraso pode ser atribuído principalmente ao atraso na aquisição, pela mulher brasileira, de direitos cívicos que lhe permitiram também participar efetivamente na esfera pública, além da doméstica. Por exemplo, se as mulheres da Grã-Bretanha obtiveram o direito de votar em 1918, somente em 1932 as mulheres brasileiras passaram a tê-la. Foi somente em 1962 que a reforma do Código Civil Brasileiro modificou o status legal das mulheres casadas (eliminando a incapacidade civil no casamento), mas ainda não concedendo o mesmo tratamento e direitos do marido. Em comparação com os países europeus e americanos, a existência desses obstáculos dificultavam o acesso das mulheres ao ensino superior, empregos formais e posições políticas contribuiu para atrasos no processo de participação efetiva das mulheres brasileiras na sociedade.

Palavra-chave: Mercado de Trabalho, mulher brasileira

Desde a década de 1970, a participação das mulheres no mercado de trabalho tem se tornado ainda mais efetiva na região Sudeste do país, devido às mudanças nos valores sociais relacionados ao trabalho das mulheres e à aceleração do processo de desenvolvimento econômico, que criou mais vagas no mercado de negócios. A participação das mulheres tanto na vida familiar quanto na profissional também foi possível pela queda na taxa de fecundidade ocorrida na época, o que reduziu o tempo que a mulher teve que se dedicar à educação das crianças em sua vida diária e no curso de sua vida. A renda das mulheres aumentou a renda familiar brasileira, o que permitiu melhorar as condições de vida em relação à alimentação, o acesso aos serviços de saúde e a possibilidade de permitir que as crianças freqüentassem a escola por mais tempo (Graça, 2006; Sámara, 2002).

Além de contribuir para a estabilidade socioeconômica da família, a entrada de mulheres no mercado de trabalho também alterou as relações de poder entre homens e mulheres. Gradualmente, o espaço social ocupado pelas mulheres está se tornando mais eqüitativo em relação ao ocupado pelos homens, como também acontece em outros países. Essa mudança representa uma transformação nos papéis sociais relacionados ao gênero, no que diz respeito à participação no trabalho fora e em casa. Por exemplo, em geral, as famílias estão fornecendo apoio e incentivo em proporções mais iguais a filhas e filhos em relação à educação escolar, de modo que estejam igualmente bem qualificados para competir no mercado de trabalho (Vanalli, 2012). Ao mesmo tempo, em muitos domicílios onde as mulheres trabalham em período integral, os homens participam mais do que nas décadas anteriores na realização de tarefas domésticas, reduzindo a carga doméstica que as mulheres enfrentam (Cia & Barham, 2008; Freitas et al.

Tanto para homens quanto para mulheres, mudanças em seus papéis tiveram um impacto profundo na interação conjugal, familiar e no trabalho

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