Desafio de Inclusão digital
Por: Andressa Carlson • 3/10/2016 • Trabalho acadêmico • 2.385 Palavras (10 Páginas) • 568 Visualizações
Unopar
Os desafios da inclusão escolar
Douglas Rodrigo Ehrig
Fernando Guilherme da Silva dos Santos
Manoel Muller
Santa Rosa
2016
INTRODUÇÃO
Atualmente vive-se um momento em que existe uma intensa luta pelos direitos dos grupos minoritários, que até então sofrem preconceito da sociedade em geral, movimento esse que pode ser chamado de inclusão social. Dentro da educação, essa mobilização também existe e é conhecido como inclusão escolar.
O conceito da inclusão escolar tem muito a ver com a educação especial, e principalmente com a integração de pessoas com e sem deficiência. Esse movimento objetiva a construção de uma escola em que todos os indivíduos, sem exceção,tenham as suas necessidades atendidas e onde a diversidade das pessoas seja aceita e respeitada.
Mas para que esse movimento tenha uma aceitação maior quando aplicado, é importante que o assunto seja discutido e analisado com cuidado para que a educação dessas minorias seja feita baseada em teorias e práticas bem estruturadas.
Baseado nisso, o presente trabalho tem o intuito de realizar uma análise sobre o assunto, promovendo maior conhecimento sobre o mesmo, e as suas aplicações e implicações perante a sociedade. Para isso, no decorrer do trabalho, serão apresentados conceitos e fundamentos sobre a inclusão escolar e a importância e principios desse movimento de inclusão.
DESENVOLVIMENTO
A inclusão escolar nada mais é que a capacidade da pessoa de compreender o outro, de ter o previlégio de poder conviver e compartilhar as diferenças das pessoas. A educação inclusiva serve para acolher todas as pessoas, sem exceções. A educação inclusiva é para aquele o estudante portador de deficiência, para as minorias, para o aluno superdotado e também para tantas outras minorias que são descriminadas por algum motivo.
Segundo Mendes (2006) o movimento pela inclusão escolar surgiu nos Estados Unidos, na década de 1980 e partiu da reflexão sobre a necessidade de se questionar a lógica de funcionamento das escolas para atender o público alvo da Educação Especial, independente das intervenções sobre eles. Baseado nesse modelo, criou-se em âmbito educacional um sistema único de qualidade para a educação de todas as pessoas, incluindo as com e sem deficiência.
Quando se reflete sobre esse movimento educacional que surgiu nos EUA, é possível preceber duas posições completamente opostas, os inclusivistas e os inclusivistas totais. Os inclusivistas acreditam que as mudanças que a escola pode fazer é finita e que a escola tem o principal objetivo de garantir que os alunos obtenham habilidades e conhecimento que possam usar dentro e fora da escola. Acreditam ainda que é importante a atualização contínua dos serviços oferecidos para atender o público alvo.
Já os inclusivistas totais concordam que a escola é um local de socialização, onde as pessoas podem formar amizades e se integrar socialmente, podendo oportunizar mudança de pensamento em relação as incapacidades e deficiências dos outros, deixando de lado o pensamento preconceituoso que eventualmente surgiu. Acreditam que a escola é um lugar para se reinventar e que os alunos podem conviver independente de suas diferenças humanas.
Em 1994, foi realizada na Espanha a Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais que resultou na Declaração de Salamanca, que apresenta os princípios, práticas e políticas para a inclusão das crianças com necessidades especial dentro do sistema regular de ensino.
Para Mendes (2006, p. 395), baseado na Declaração de Salamanca, o princípio da inclusão escolar passa a ser defendido como uma proposta de aplicação prática no campo da educação, de um movimento mundial denominado inclusão social.
Já para Selau (2010, p.30) a Declaração de Salamanca é uma importante investida rumo à inclusão que teve como objetivo promover a ideia de educação para todos examinando as mudanças fundamentais de política necessárias para o desenvolvimento da abordagem da educação inclusiva. Ainda diz que a declaração compreende que esta abordagem é a capacitação para que as ecolas atendam a todas as crianças. O autor destaca que a conferência na qual resultou a declaração foi o ápice do processo de discussão em torno da educação dos alunos com necessidades especiais.
Na declaração, os termos que mais são explorados são "inclusão" e "escola para todos". Eles se relacionam quando o objetivo é conseguir que as instituições sejam capaz de aceitar as diferenças e possam atender as necessidades individuais de cada aluno. Outro termo citado na declaração que merece destaque é a"necessidade educativa especial" que basicamente vem pra substituir diversos termos pejoratios utilizados.
Ao tratarmos de inclusão de crianças com necessidades especiais, somos enviados ao campo da educação, pois ele está presente no dia-a-dia, defendida como para Todos, sem nenhum tipo de distinção, traçando diretrizes para que o processo inclusivo seja deflagrado. Contudo, percebe-se que dez anos após a implantação da Declaração de Salamanca, sobre princípios, políticas e práticas em Educação Especial, ainda caminhamos a passos lentos, pois se faz necessário derrubar muitos paradigmas, no intuito de preparar a sociedade para receber e aceitar a diversidade biopsicossocial (DELLANI, MORAES, 2012).
Sobre a inclusão escolar, Mendes cita ainda que a construção de uma sociedade inclusiva torna-se fundamental para a consolidação e desenvolvimento do estado democrático, em que a educação inclusiva é uma parte integrante e essencial. Assim, o princípio da inclusão se globaliza, as teorias e práticas inclusivas passam a ser defendidas em muitos países, inclusive no Brasil. Isso implicaria na necessidade de reformas educacionais, prevendo alterações nos currículos, nas formas de avaliação, na formação dos professores, nas estruturas físicas das escolas e na adoção de uma política educacional mais democrática.
Com a utilização do método, são muitos os benefícios que podem ser citados. Através dele é possível que o aluno com deficiência tenha novas perspectivas de aprendizado na sua vida cotidiana, mas não é apenas o aluno com deficiência que ganha, com a convivência durante o dia dia, até mesmo os alunos sem deficiência que concivem com ele acabam ganhando e aprendendo como lidar e respeitar as dificuldades do colega.
Como a escola tem que ser o reflexo da vida em sociedade, é papel da escola fazer com que os alunos convivam com a experiência da diferença, pois assim, os estudantes que passarem por essa experiência ainda em sala de aula, quando mais jovens, mais tarde saberão como lidar com as dificuldades e preconceitos que enfrentaram na vida adulta.
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