Discurso Mãe: Ser ou não ser
Por: T2P4 • 30/8/2020 • Trabalho acadêmico • 626 Palavras (3 Páginas) • 104 Visualizações
Mãe: Ser ou não ser
Nos últimos anos cresceu o número de mulheres que se veem repensando o desejo de ser mãe. Outras repensam se existe algo de errado com elas por não sentirem essa necessidade biológica que tanto se fala. Outras ainda possuem dificuldade, ou até mesmo impossibilidade de engravidar e não desejam adotar. E como tudo na vida, sempre têm aqueles que resolvem “meter a colher” no útero alheio, fazendo diversas observações sobre os motivos pelo qual toda mulher deve ser mãe. Vejamos alguns deles e rebateremos, é claro.
- Como assim você não quer ser mãe, só se conhece o amor verdadeiro com a maternidade, é instinto natural da mulher!
Na verdade, foi o “instinto” de sobrevivência da humanidade que fez com que nos tornássemos máquinas de fabricar pessoas. Quando trabalhávamos nas lavoras era preciso que as famílias fossem numerosas, pois a expectativa de vida era baixa e precisávamos de muitas pessoas nas plantações para garantir o sustento da família.
O amor verdadeiro está onde não existe a imposição do sentimento, é quando duas pessoas se amam por suas particularidades. Se o único amor verdadeiro é dos filhos, quer dizer que você não ama os seus familiares, seu esposo, namorado, seus amigos... quer dizer que todas as outras formas de amor são uma farsa?
- Quem vai te cuidar quando você ficar velha?
Quando eu não for capaz de cuidar de mim, posso utilizar as mesmas casas de repouso em que muitos filhos esquecem seus pais. Ter filhos não significa que serão suas babás na velhice, nem que serão saudáveis, existem muitos filhos que dependem dos cuidados dos pais por toda a vida. É verdade que geralmente os pais morrem antes que os filhos, mas Deus não faz disso uma regra. Se você vai ter filhos pensando em ter companhia e cuidados na velhice, é melhor fazer algumas aulas de probabilidade, para que os cálculos lhe forneçam informações relevantes para o sucesso da sua missão.
- Mas você é nova, quando ficar mais velha vai mudar de ideia.
Quando eu era criança eu falava pra minha mãe que gostava dos bebes até que eles se tornavam crianças, minha mãe me falava: Então não tenha filhos!
Hoje continuo com o mesmo pensamento, pode ser que eu mude de ideia, e caso isso aconteça não irei negar esse desejo, mas filhos não estão nos meus planos.
- Eu não tenho paciência com crianças!
- Ah, mas isso se aprende com o tempo!
Não vou colocar um inocente no mundo para testar até onde vai a minha paciência, não seria humano usar uma vida para desenvolver novas competências. Não serei mãe para que a sociedade me veja como parte da corrente que salvará o planeta da extinção.
- Nossa, se a tua mãe pensasse assim você não existiria.
Com certeza, e teria sido uma decisão louvável, pois eu não teria recebido todo o amor, a cumplicidade, o apoio, os ensinamentos, a paciência, a atenção e os cuidados que recebi e não seria quem sou.
Não ter filhos não significa não gostar de crianças, não significa que não apoia as mulheres que decidem ser mães, não significa que sou individualista, não significa que sou imatura, não significa que não fui amada, mas pode significar tudo isso e se assim for, a única verdade universal é que somos donas do nosso corpo e temos o poder de decidir o que queremos ou não e não merecemos ser julgadas por fazer escolhas que só dizem respeito a nós.
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