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Discurso de oratoria lençóis freáticos

Por:   •  20/11/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.059 Palavras (5 Páginas)  •  240 Visualizações

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FICHA DE LEITURA

¹Rodrigo do Nascimento

REFERÊNCIA: Boaventura de SOUSA SANTOS; Um discurso sobre as Ciências.

OBJETIVO: O texto relata que, nos termos científicos, o século XX ainda não acabou e ainda está longe de acabar pois as perguntas e teorias que nos move atualmente são as mesma criadas por cientistas que viveram ou trabalharam entre os séculos XVIII e os primeiros anos do século XX. O objetivo é compreender e as mudanças metodológicas do estudo da ciência que acontece nesse período, são características de dois paradigmas, o Dominante e o Emergente onde o Paradigma Emergente se dá pela crise do Paradigma Dominante.

Paradigma Dominante

Racionalidade

O modelo de racionalidade abrange todas as formas de conhecimento, inclusive o não-cientifico, porém nega-se o caráter racional às formas que não seguirem seus princípios e suas regras metodológicas.

Citação: [...] Sendo um modelo global, a nova racionalidade científica é também um modelo totalitário, na medida em que nega o carácter racional a todas as formas de conhecimento que não se pautarem pelos seus princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas. P.3

Domínio da natureza

Conhecer a natureza para a dominar e controlar.

Citação: [...] A natureza é tão só extensão e movimento; é passiva, eterna e reversível, mecanismos cujos elementos se podem desmontar e depois relacionar sob as formas de leis; não tem qualquer outra qualidade ou dignidade que nos impeça de desvendar os seus mistérios, desvendamento que não é contemplativo, mas antes activo, já que visa conhecer a natureza para a dominar e controlar. P.4

Ciências Exatas

O conhecimento cientifico está em duas formas, na ciência lógica e matemática e na ciência empírica ou social, entretanto a matemática era utilizada para explicar os fenômenos sociais.

Citação: [...] O modo como o modelo mecanicista foi assumido foi, no entanto, diverso. Distingo duas vertentes principais: a primeira, sem dúvida dominante, constitui em aplicar, na medida do possível, ao estudo da sociedade todos os princípios epistemológicos e metodológicos que presidiam ao estudo da natureza desde o século XVI. P.6

Homem e Animal

A necessidade de distinguir a ciência social da ciência da natureza, já que o homem é diferente do animal pois seu comportamento muda com o conhecimento que lhe é atribuído. (Pré-crise do paradigma)

Citação: [...] A distinção primordial na revolução cientifica do século XVI, vão-se sobrepor nos séculos seguintes outras, tal como, a distinção natureza/cultura e a distinção ser humano/animal, para no século XVIII se poder celebrar o caráter único do ser humano.

Senso Comum

Desconsidera o senso comum, por considerar falso e ilusório.

Citação:  [...] As leis da natureza, enquanto categorias de inteligibilidade, repousam num conceito de causalidade escolhido, não arbitrariamente, entre os oferecidos pela física aristotélica. Aristóteles distingue quatro tipos de causa: a causa material, a causa formal, a causa eficiente e a causa final. As leis da ciência são um tipo de causa formal que privilegia o como funciona das coisas em detrimento de qual o agente ou qual o fim das coisas. É por esta via que o conhecimento cientifico rompe com o conhecimento do senso comum. P.5

A CRISE DO PARADIGMA

Einstein

Einstein constitui o primeiro rombo no paradigma com suas concepções de espaço e tempo.

Citação: [...] Um dos pensamentos mais profundos de Einstein é o da relatividade da simultaneidade. Einstein distingue entre a simultaneidade de acontecimentos presentes no mesmo lugar e a simultaneidade de acontecimentos distantes, em particular de acontecimentos separados por distancias astronômicas. P.8

Conceitos Aristotélicos

Análise e reflexão das questões que antes eram destinadas aos sociólogos, como condições sociais e contextos culturais.

Ciência na Filosofia

Cientistas-filósofos que problematizam sua própria ciência.

Citação: [...] É possível não só questionar o rigor da matemática como também redefini-lo enquanto forma de rigor que se opõe a outras formas de rigor alternativo, uma forma de rigor cujas condições de êxito na ciência moderna não podem continuar a ser concebidas como naturais e óbvias. A própria filosofia da matemática, sobretudo a que incide sobre a experiência matemática, tem vindo a problematizar criativamente esses temas e reconhece hoje que o rigor matemático, como qualquer outra forma de rigor, assenta num critério de selectividade e que, como tal, tem um lado construtivo e um lado destrutivo. P.9

Necessidade de maior conhecimento

Procura por novos caminhos científicos que foram limitados.

Citação: [...] A quarta condição teórica da crise do paradigma newtoniano é constituída pelos avanços do conhecimento nos domínios da microfísica, da química e da biologia nos últimos vinte anos. A título de exemplo, menciono as investigações do físico-químico Ilya Prigogine com a Teoria das estruturas dissipativas. P.9 e 10

PARADIGMA EMERGENTE

Distinção entre conhecimentos científicos

Distinção entre conhecimento científico-natural e científico-social, com algumas restrições no uso das ciências sociais nas ciências naturais.

Inversão do estudo dos fenômenos naturais e sociais em relação ao Paradigma Dominante, com essa inversão obtém-se como resultado o maior avanço das ciências naturais.

Citação: [...] A distinção dicotômica entre ciências naturais e ciências sociais deixou de ter sentido e utilidade. Esta distinção assenta numa concepção mecanicista da matéria e da natureza a que contrapõe, com pressuposta evidencia, os conceitos de ser humano, cultura e sociedade. P.13

Citação 2: [...] O conhecimento do paradigma emergente tende assim a ser um conhecimento não dualista, um conhecimento que se funda na superação das distinções tão familiares e óbvias que até a pouco considerávamos insubstituíveis, tais como natureza/cultura, natural/artificial, vivo/inanimado, mente/matéria, observador/observado, subjetivo/objetivo, coletivo/individual, animal/pessoa... Condesaram-se nelas privilegiadamente as contradições da separação ciências naturais/ciências sociais. P.14

Relação entre homem e natureza, impactos em ambos

O homem não está na natureza e sim a natureza no homem, pois toda natureza é humana. O desenvolvimento tecnológico desordenado causou a separação do homem da natureza, a exploração da natureza foi também a exploração do homem.

Citação: [...] A concepção humanística das ciências sociais enquanto agente catalisador da progressiva fusão das ciências naturais e ciências sociais coloca a pessoa, enquanto autor e sujeito do mundo, no centro do conhecimento, mas, ao contrario das humanidades tradicionais, coloca o que hoje designamos por natureza no centro da pessoa. Não há natureza humana porque toda natureza é humana. P.16

Conhecimento e Senso Comum

Constituir o conhecimento por meio do senso comum para fortalecer a relação do homem com o mundo.

Citação: [...] A ciência pós moderna sabe que nenhuma forma de conhecimento é , em si mesma, racional; só a configuração de todas elas é racional. Tenta, pois, dialogar com outras formas de conhecimento deixando-se penetrar por elas. A mais importante de todas é o conhecimento do senso comum, o conhecimento vulgar e prático com que no quotidiano orientamos as nossas ações e damos sentido à nossa vida. P.21

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