EDUCAÇÃO POPULAR E ENSINO SUPERIOR EM PAULO FREIRE
Por: Jéssica Effting • 5/5/2021 • Artigo • 938 Palavras (4 Páginas) • 193 Visualizações
[pic 1]
[pic 2]
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PÓS GRADUAÇÃO EM GESTÃO FINANCEIRA E CONTROLADORIA
Resenha Crítica de Caso/Artigo
Jéssica Effting de Souza
Trabalho da disciplina Didática do Ensino Superior
Florianópolis
2021
EDUCAÇÃO POPULAR E ENSINO SUPERIOR EM PAULO FREIRE
Referências: CELSO DE RUI BEISIEGEL, 2018.
Paulo Freire, foi grande conhecedor, defensor e divulgador da educação, como aponta Celso de Rui Beisiegel em “Educação popular e ensino superior em Paulo Freire”. Freire viveu no século passado e os desafios de ser brasileiro e pensar em educação eram imensos.
Inicialmente, o fato de que “mais da metade da população acima de 15 anos de idade era constituída por analfabetos” como afirma Beisiegel, é quase inconcebível. Havia também o envolvimento da igreja católica e seus interesses em continuar influenciando a civilização, como já era de costume. O mundo ainda vivia os resquícios e medos do pós-guerra. O Brasil é um país extenso e desigual, que colabora para a dificuldade de progredir. Sua independência havia sido declarada a pouco mais de cem anos e os interesses políticos, acima da prioridade do povo que sempre rondam nosso país, também se faziam presente já naquela época.
Havia muito trabalho a ser feito e com urgência, voltou-se então para a educação dos analfabetos. Como havia a dificuldade de estrutura física e também pela óbvia necessidade que os alunos tem de trabalhar no período diurno, as aulas ocorriam e ainda hoje ocorrem nos períodos noturnos. Os conteúdos ofertados a crianças e adultos eram os mesmos, em geral, muitas matérias são oferecidas com mínima aplicabilidade no dia-a-dia. Enquanto muitos conteúdos realmente relevantes e importantes, como educação financeira por exemplo, não são ofertados nas escolas. Perde-se tempo com longas aulas teóricas, que exigem grande capacidade de concentração dos alunos e mínima interação dos conteúdos na prática.
Os professores por outro lado enfrentam, além de todos os desafios de um trabalhador comum, baixa remuneração salarial, desvalorização da categoria, longas horas de jornada de trabalho, péssimas condições de trabalho e desafios da atualidade como educar, cuidado afetivo, violência, desigualdade social, entre outros.
Ficou evidente que uma das grandes preocupações de Freire era com os menos favorecidos. É inconcebível pensar em educação e progresso, quando necessidades básicas como alimentação, moradia e segurança não são oferecidas as nossas crianças. O cenário foi pouco alterado desde a época do escritor. Crianças e jovens ainda são forçados a abandonar as escolas muito cedo. Seja pela necessidade de trabalhar e ajudar em casa, seja pela falta de perspectivas ou por desinteresse nos métodos de ensino oferecidos nas escolas ou pelo envolvimento com as drogas.
Sabe-se que as universidades públicas são para os filhos de pais ricos ou que pelo menos se esgotam de tanto trabalhar para conseguir pagar as melhores escolas possíveis e os melhores cursos preparatórios para o vestibular, enquanto esse aluno, pode focar somente em estudar.
É possível que estes dois alunos, de um lado, alguém que precisa se preocupar em sobreviver e de outro, alguém que precisa se preocupar em estudar, tenham chances igualitárias de ingressar na universidade? A resposta é claramente negativa. Agrego a isso, a mínima abordagem de Freire ao ensino superior. O escritor sabia que os problemas precisariam ser trabalhados desde o início, da educação infantil, para somente depois disso sonhar mais alto e pensar em ensino superior.
...