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Educação popular e ensino superior em Paulo Freire

Por:   •  16/3/2021  •  Ensaio  •  2.023 Palavras (9 Páginas)  •  378 Visualizações

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

MBA EM GESTÃO DE CUSTOS EMPRESARIAIS

Resenha Crítica de Artigo

Danilo Leão de Mesquita

Trabalho da disciplina Didática do Ensino Superior

                                                                     Tutor: Prof. Paulo Jorge dos Santos Fleury

Uberlândia-MG

2021


EDUCAÇÃO POPULAR E ENSINO SUPERIOR EM PAULO FREIRE

Referências: CELSO DE RUI BEISIEGEL

        A educação popular é um método de educação que valoriza os saberes prévios do povo e suas realidades culturais na construção de novos saberes.

        Houve uma grande dificuldade como relatado no estudo no que tange a educação popular relacionada a questões específicas do ensino superior, por falta de estudos e publicações nesta área.

        Contudo as observações ricas para as classes menos favorecidas, ajudam a montar um cenário para perspectivas teóricas e abrangentes sobre o homem, a sociedade e a educação.

        Uma das possibilidades de estudo e pesquisas para a educação superior seria aprofundado em suas publicações de artigos, livros, entrevistas e conversas em mais renomadas faculdades e universidades ou ainda nas análises e reflexões da educação popular mediante a interpretação dos pesquisadores e suas críticas.

        O trabalho de Paulo Freire nos mostra como, partindo da realidade do educando, se consegue o envolvimento das pessoas no processo ensino-aprendizagem. Sua abordagem parte sempre da motivação intrínseca dos indivíduos, que, num momento histórico, visam a uma transformação social. Enquanto nossas escolas estiverem ministrando conteúdos distanciados da realidade do educando, estaremos distantes também de fazer educação.

O professor aceita seus alunos como eles são, expressando livremente seus sentimentos e atitudes, planejando as atividades de ensino com os alunos. A atmosfera da “sala de aula” deve ser livre de tensões emocionais. A maior preocupação do aluno é sua auto realização.

Considerando que a abordagem do Paulo Freire vê a educação como um processo contínuo de tomada de consciência e de modificação de si próprio e do mundo, percebem-se claramente suas profundas implicações, não apenas no processo de alfabetização, mas em todo o ensino de 1º, 2º, 3º graus.

No final dos anos 50, duas eram as tendências mais significativas na educação de adultos seja ela, a educação de adultos entendida como educação libertadora, como conscientização e a educação de adultos entendida como educação funcional, isto é o treinamento de mão-de-obra mais produtiva, útil ao projeto de desenvolvimento nacional dependente.

Uma das expressões mais vivas da educação popular está na educação de jovens e de adultos. Os jovens e adultos trabalhadores lutam para superar suas condições de vida, que estão na raiz do problema do analfabetismo. O desemprego, os baixos salários e as péssimas condições de vida comprometem o seu processo de alfabetização.

Uma visão era a antiga escola primária da qual ministravam essa denominada educação popular e outro ponto era a educação das elites que vinha após o primeiro “degrau”.

Nos meados de 1940, estudos mostravam que metade da população acima de 15 anos eram analfabetos. Visto assim, é de grande relevância observar que a fragilidade da educação e sua fragmentação, segmentavam a população.

Logo surge os defensores da necessidade de uma política abrangente de educação, ampliando assim a educação, dentre algumas podemos destacar a Campanha Nacional de educação Rural e a Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo.

Importante destacar a participação da União Nacional dos Estudantes, Juventude Universitária Católica dentre outros como agentes da educação popular pós substituição de figurantes importantes como educadores e professores.

A partir desta década, a situação começara a mudar.

Através de inclusões de adultos uma vez não “incluídos” anteriormente na educação básica quando ainda crianças e na expansão das oportunidades da educação.

As dificuldades de acesso aos mais adultos ao ensino pressionaram a elaboração de métodos e iniciativas para a promoção do ensino mais abrangente, deste modo, ensino antes ministrado durante o dia, fora requisitado a ser ministrado de forma mais compacta e no período noturno aos adultos, nascendo assim o ensino supletivo.

De certa forma, os métodos de alfabetização eram puramente mecânicos, eram distantes das realidades vividas pelos trabalhadores, e apresenta o que, ou o método, que buscavam na época. Posteriormente, as cinco fases da elaboração e aplicação dos métodos foram descritas. A primeira fase consiste em identificar o “universo vocabular” daqueles que se pretende alfabetizar, identificando as palavras mais carregadas de significado e as expressões populares utilizadas. As palavras geradoras, com as quais serão trabalhadas durante o processo de alfabetização, devem ser extraídas desse vocabulário. A segunda fase constitui justamente da seleção das palavras geradoras. Essa seleção deve seguir um critério, considerando, por exemplo, a riqueza silábica, a dificuldade fonética e o significado da palavra. Na terceira fase, desafios são apresentados aos alunos, e constrói-se um debate acerca destes desafios, a fim de “conscientizá-los para alfabetizá-los”. Nas quarta e quinta fases, fichas são elaboradas a partir das palavras geradoras que serão utilizadas posteriormente. Somente após estas cinco fases é que de fato se inicia o processo de alfabetização. Identificadas as palavras e debatido sobre elas e seus significados é que cada palavra é apresentada visualmente, de forma independente. Posteriormente, cada palavra é apresentada dividida em sílabas. E, depois, é feito um estudo sobre as famílias silábicas. Por fim, o aluno pode combinar as sílabas estudadas e gerar outras palavras. Após o trabalho oral, os alunos são conduzidos à escrita. Com este processo, o aluno passa a aprender de maneira crítica e não pela memorização, passa a expressar-se graficamente da mesma maneira que se expressa oralmente, conscientizando-o primeiro para que depois ele possa alfabetizar a si mesmo. Para Freire, a alfabetização e a conscientização devem vir sempre juntas. Acima de tudo, a metodologia de Freire, como é apresentada, objetiva a conscientização do homem como sujeito, como criador de cultura, valorizando quem o é. (FREIRE, 1979)

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