Economia

CAPITULO 1

Certo dia o Sr. Jones, dono da Granja do Solar, encontrava-se bêbado e foi para cama descansar. Não demorou muito até que os animais de todos os galpões da granja se reunissem para ouvir o velho Major, um porco conceituado que se apresentava como “Beleza de Willingdon” nas exposições, já que o mesmo havia tido um sonho estranho noite anterior.

Major queria transmitir aos seus camaradas o que havia apreendido em todos esses anos, falar sobre a natureza da vida e, claro, sobre o tal sonho também. Para Major os animais, em seu país, não tinham liberdade, eram miseráveis, escravizados e forçados a trabalharem até suas forças acabarem para que assim quando não fossem mais uteis fossem liquidados de forma cruel.

O conceituado porco, indignava-se com a ordem natural que ali ocorriam. Como poderá, um país de clima bom, solo fértil com condições de cobrir necessidades de grande número de animais, ainda os deixarem naquela miséria? Somente naquela granja teria como abastecer o triplo dos animais que ali moravam, com dignidade. E mesmo assim aquela situação não mudava. O homem consumia quase tudo do trabalho dos animais, sendo que nada produzia. Os homens os colocavam para trabalhar e em troca os alimentavam, ficando com todo o restante.

Nenhum deles teriam um fim natural, assim que seus recursos fossem todos utilizados o Homem os matariam de forma impiedosa. Estava claro que o grande problema para tal questão como fome, sobrecarga de trabalho e etc, era culpa do Homem, por isso considerado o grande inimigo daqueles que ali estavam.

Com isso foi estabelecida a Revolução, para que o produto dos trabalhos fossem somente deles, fazendo suas riquezas e derrubando o gênero humano. Major proclamou: “Todos os homens são inimigos, todos os animais são camaradas.”

Depois de ter esclarecido que nenhum animal deverá se associar ao Homem ou a seus desígnios, colocou em pauta seu sonho. Noite anterior, Major havia sonhado com um mundo sem o Homem, e o veio à mente uma canção que costumava ouvir quando ainda era um leitão, mas com o decorrer do tempo esqueceu. Chamava-se Bichos da Inglaterra. E começou a cantar:

“Bichos ingleses e irlandeses,

Bichos de todas as partes!

Eis a mensagem de esperança,

No futuro que virá!

Cedo ou tarde virá o dia,

Cairá a tirania

E os campos todos da Inglaterra

Só os bichos caberão!

Não mais argolas em nossas ventas,

Dorsos livres dos arreios,

Freios e esporas, descartados,

Chicotadas abolidas!

Muito mais ricos do que sonhamos

Possuiremosdaí por diante

O trigo, o feno, e a cevada,

Pasto aveia e feijão!

Brilham os campos da Inglaterra,

Águas puras rolarão.

Ventos