Estudo de Caso “Estratégia de Reciclagem nas Janelas Veka UPVC”
Por: Isabela Gaziro • 22/9/2020 • Artigo • 2.162 Palavras (9 Páginas) • 370 Visualizações
Caixa de conversão e Estabilização
Caixa de conversão 1906-1913
Caixa de estabilização 1926-1929
Foram duas experiencias temporárias em que o br adotou parcialmente o padra outro. Apenas uma parte do circulante monetário estava vinculado ao padrão ouro, outra parte continuava no padra fiduciário. Foram duas experiencias importantes que nossa ajudam a entender a lógica economia do período e os interesses envolvidos, sejam dos cafeicultores ou de outros segmentos da sociedade que acabavam tendo peso na política econômica.
Caixa de conversão
Começa com o governo rodrigues Alves, que foi um governo o de grandes empreendimentos e fez uma grande reformulação urbano no rio. Modernizando a cidade, investindo em portos e rodovias, foi um governo progressista nesse aspecto, mas que não deixou de lado a austeridade fiscal, Rodrigues Alves era ortodoxo em termos econômicos, preocupado cm as contas públicas. Foi possível que ele realizasse tais obras, pois simultaneamente ao momento em que ele governa, a economia mundial está em prosperidade, mesmo com o preço do café estando estagnado nós temos uma grande ascensão da borracha no mercado internacional e há um grande afluxo de investimento externos no país. Tanto investimentos em capital de risco como em empréstimos, a indústria nesse período ainda é pequena. Entra muita libra esterlina graças a grande prosperidade internacional e o excesso de liquidez no mercado externo é canalizado para os países periféricos e o Brasil recebe parte desses recursos. Com esse quadro favorável, a taxa de cambio que já havia se valorizado mais de 40% no governo Campos Salles cresce também acima dos 40%. Uma situação bastante prospera no desempenho da economia, situação possível devido ao desempenho principalmente da borracha. No café há um aumento da qntdd exportada.
Próximo ao final do governo as perspectivas são bastantes pessimistas, principalmente ao setor cafeeiro, mas há perspectiva de grande safra e ao mesmo tempo há a tendência de continuidade de valorização cambial. Ou seja, os dois fatores somados resultariam em grande perda para o setor exportador, particularmente o cafeeiro. Em vista disso, os cafeicultores se articulam para implementar duas grandes inovações a economia brasileira. A primeira delas foi o Convenio de Taubaté, e paralelemente, há a constituição da caixa de conversão.
O responsável pela implantação da caixa de conversão foi o governo Afonso Pena. A grande questão em debate nesse momento entre os intelectuais brasileiros e o governo era o que fazer em relação a taxa de câmbio. Por um lado, os que tinham uma posição mais ortodoxa defendiam a continuidade da valorização cambial, que isso seria positivo para o país e geraria maior estabilidade em relação aos preços, maior confiabilidade da em relação ao exterior. Por outro lado, o setor exportador não queria que isso acontecesse e como solução intermediaria propõe que o cambio seja, pelo menos, estabilizado. A forma de fazer essa estabilização foi introduzir o padrão ouro (porem a um nível mais baixo), criando um órgão que comprasse o excedente de moeda que entrarem e a emissão de papel moeda plenamente conversível em ouro. (Ideia da caixa de conversão)
Pq a caixa de conversão foi implementada nesse período?
Precisamos relembrar que quando você adota o padrão ouro você deixa a economia muito mais pró cíclica, ou seja, acentua o clico econômico. Se já tem uma tendência de crescimento econômico esse crescimento fica acentuado, o ciclo é inflado. Porem, se a crise econômica mantiver as regras do padrão ouro a recessão será mais significativa.
Como a economia estava com uma tendência favorável nesse momento, os investimentos externos continuavam entrando no país, o preço da borracha continua aumentando e há uma perspectiva favorável ao café. Ou seja, todas as condições relacionadas ao mercado externo são favoráveis, ou seja, adotar o padrão ouro beneficiaria a todos os grupos sociais nesse momento. A adoção do padrão ouro incentiva as exportações, que já estavam favoráveis no momento, com isso entravam mais libras no país, o que fazia com que a emissão de moeda aumentasse. Com a expansão monetária há o estimulo ao consumo e ao investimento. Todos saiam ganhando. O bom desempenho do setor externo incentiva toda a economia nacional. A caixa de conversão tinha algumas características diferentes das adotadas pelos países centrais. Gustavo Franco: “Interessante versão tropicalizada de ‘padrão ouro na margem”. Primeiro ponto de diferença: não é todo meio circulante que se torna conversível em ouro. A moeda fiduciária que já estavam circulando não seriam retiradas de circulação. A partir do momento da criação da CX de conversão que as libras esterlinas que entrassem no país, seja por meio de exportações ou de investimentos, seriam compradas e emitiria moeda, apenas essa moeda emitida pela caixa de conversão que era conversível em ouro. A partir disso, que gradativamente, à medida que houvesse superávit na balança de pagamentos que o meio circulante fiduciário seria, na margem, substituído pela moeda conversível. A segunda diferença é que o padrão ouro não era por tempo indeterminado. A ideia é que a caixa de conversão iria comprando a libra e emitindo a nova moeda conversível enquanto a BP estivesse em superávit, mas no momento de crise, em caso de déficit a cx de conversão iria resgatando o excesso de demanda de moeda da economia até o esgotamento de suas reservas em ouro, e nesse momento haveria a interrupção do padrão ouro e a caixa de conversão deixaria de existir e o câmbio tende a se desvalorizar. Esse tipo de regra de saída é uma “inovação” do Brasil.
Com a caixa de conversão, como todo o excesso de divisas seria comprado para a emissão de notas conversíveis, era possível estabilizar a taxa de cambio e toda a tendência de elevação que ocorreria, ele deixa de ocorrer. Uma vez que o cambio está travado perto dos 15 pences por mil reis. O que era vantajoso para o setor exportador. Já os outros setores eram favorecidos uma vez que com a emissão constante de moeda resultante da compra dos excedentes de libras o acesso ao credito era facilitado, o aumento da oferta de moeda. Consumo e investimento ficam mais baratos.
Até o pré guerra tivemos um período de prosperidade bastante significativo com grande expansão de entrada de libras no país e com isso grande expansão do credito.
O resultado da estratégia foi bem sucedido até 1912 com um mini ciclo de crescimento grande para a econômica, com um contexto externo favorável com um crescimento acelerado da economia devido a entrada de ouro e libras e a expansão monetária decorrentes da adoção do padrão ouro. Porem em 1912 começam a aparecer os primeiros problemas: com o clima de instabilidade pre guerra o br começa a ter problemas para obtenção de empréstimos no exterior, o governo norte americano se posiciona contra a manipulação de preços do convenio de Taubaté e , principalmente, a queda drástica do preço da borracha. Em 1913 a situação se complica mais ainda pois as dificuldades para obtenção de financiamentos ficam mais graves, começa haver reflexos negativos sob o preço do café, a queda do preço da borracha se acentua e o br começa a apresentar déficit no bp, porem mantem a caixa de conversão funcionando e , com isso, há uma forte contração monetária, com resultados extremamente negativos para a economia. Manter o padrão ouro com o déficit do bp significa na pratica um forte arrocho monetário e profunda recessão (se vc perde reservas internacionais vc deve diminuir a base monetária, o que significa dinheiro “mais caro” e menos dinheiro no mercado). O governo mantem a caixa de conversão para tentar manter a confiabilidade do gov brasileiro no mercado externo e conseguir novos empréstimos, porém, há o início da primeira guerra mundial. Assim, a sustentação da cx de conversão é impossível, o nível de reservas é extremamente baixo. É decretado um feriado bancário no inicio da guerra com uma nova moratória temporária da dívida externa que não teve maiores consequências pois logo foi feito um novo funding loan para prorrogar o pagamento da dívida. O padrão ouro é deixado de lado e há grande emissão de moedas inconversíveis ao longo dos meses seguintes para dar conta da necessidade de liquidez da economia.
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