Feira de Caruaru

1 Introdução

As feiras livres são uma das representações mais antigas do comércio varejista, é um espaço repleto de diversidades, especiarias, pessoas e personagens que diversas vezes acabam por construir o berço cultural de uma cidade. Nota-se em meio a isso, sua importância para a história local além do destaque sócio econômico que faz da feira um ambiente de manifestações comerciais e humanas. Tendo conhecimento da importância das feiras na estruturação da identidade local e sua estrutura mercadológica, esse estudo propõe-se a estudar A Feira de Caruaru, conhecida nacionalmente através da arte, cantada por Luís Gonzaga ou escrita por Mestre Vitalino.

Menelau Júnior (2007) apresenta a história da feira: Em meados do século XVIII, a antiga fazenda Caruaru tornou-se ponto de apoio aos boiadeiros que percorriam o agreste Pernambucano. Surge assim um pequeno comércio que dava suporte à estadia de tais boiadeiros, e mais que isso, surge a conhecida Feira de Caruaru, àquela que é de grande importância para o surgimento de Caruaru como município e seu desenvolvimento econômico. Em 1782 foi inaugurada uma capela dedicada a Nossa Senhora da Conceição, tornando a Fazenda Caruaru ponto de reunião da população circunvizinha. Muitos aproveitavam a oportunidade para praticar comércio de suas produções agrícolas, tecidos, entre outros.

 Com o tempo, o comércio torna-se cada vez mais diversificado e competitivo, até o que conhecemos hoje como a Feira de Caruaru, que passados tantos anos ainda é considerada uma atividade de grande importância para a cidade.  A feira atrai consumidores de cidades vizinhas, gerando fluxo de capitais e mercadorias.

Segundo Sá (2014, p.36) “A origem da feira de Caruaru não é muito diferente da origem de diversas feiras livres existentes no Brasil e no mundo afora”. Como parte de um contexto cultural a nível nacional, grande parte das cidades brasileiras surgem ao redor de capelas de Igrejas Católicas, os moradores das redondezas reúnem-se para celebração de algo muito especial para eles e assim confirmam a importância da religiosidade.

 “ O que talvez torne esta feira um pouco diferente se outras seja sua dimensão, variedade de itens comercializados, volume de negócios, e principalmente, sua centralidade na vida de parte significativa da população de toda uma região político-geográfica, o Agreste pernambucano” (SÁ, 2014, p.40)                                

Além do aspecto sócio cultural, é necessário compreender as relações econômicas que ocorrem dentro de um espaço público. Diversas vezes, as feiras tornam-se a única fonte de renda para famílias que não encontram alternativas para garantir sobrevivência. É em torno deste desenvolvimento e importância no processo de organização de uma cidade capitalista assim como sua relevância para a vida das pessoas que se constrói a pesquisa. 

1. Definição do Problema

“O então diretor do Departamento de arrecadação Externa da Secretaria de Finanças do município, Luís Henrique Pereira Galvão, estimou existirem na cidade 21.000 feirantes, e se botar diretamente e indiretamente, tem mais de 100.000 pessoas envolvidas” (SÁ, 2014, p.40)

Desenvolvimento econômico é medido através de fatores relacionados à melhoria de vida das pessoas, a algo no aspecto mais qualitativo, diferentemente de crescimento econômico que está relacionado ao aspecto monetário. Diante disso: Quais os fatores que influenciam o desenvolvimento econômico da Feira de Caruaru?

1. Objetivos  

1. Objetivo Geral

                                                                        

 Analisar quais os fatores que influenciam o desenvolvimento econômico da Feira de Caruaru.

1. Objetivos Específicos: 

1. Apresentar o nível de desenvolvimento econômico atual.
2. Identificar possíveis variáveis que impeçam o comercio da Feira de se desenvolver.  
3. Sugerir melhorias em relação a essas variáveis negativas, se houver.

1. Justificativa

Ao conhecer o grau da importância das feiras livres para a região onde se encontram é possível perceber e identificar a quantidade de pessoas que têm o comércio como fonte de subsistência. Os trabalhos de pesquisa nessa área não são tão comuns.

Destaca-se a relevância deste trabalho na contribuição para gerar conhecimento sobre o tema e como esse conhecimento poderá ajudar aos próprios trabalhadores da Feira de Caruaru a aprofundar seus conhecimentos acerca de seus instrumentos de trabalho assim como as variáveis quem envolvem o processo, sejam elas positivas ou negativas.

1. Referencial Teórico

À história da humanidade pertence a prática do comércio. Desde os relatos do homem civilizado, ele sempre produziu o suficiente para sua subsistência e posteriormente um excedente, com a finalidade denominada escambo, que se dava na troca de produtos sem o instrumento moeda. Com o surgimento do numerário, fez-se uso deste para estabelecer padrões no comércio de produtos, afim de substituir e facilitar o processo de  troca.

As feiras promovem o fluxo de pessoas, são atividades geradoras de renda que proporcionaram o surgimento de muitas cidades .No nordeste, especialmente, várias cidades emanciparam-se com a presença de feiras livres.

Normalmente ocorrem sem um padrão de estruturação determinado, cada feirante monta sua banca da forma que achar eficiente, as instalações são provisórias em vias públicas e em locais estratégicos do centro urbano. O comércio ao ar livre favorece  o encontro de pessoas promove manifestações culturais, conversas, formando, assim um grande papel social e econômico regional.

No Brasil, segundo Boechat e Santos (2014, p. 3):

Desde o tempo da colônia, as feiras livres existem no Brasil, e mesmo com os adventos da modernidade, elas permanecem vivas, sejam em grandes ou pequenas cidades. Nas pequenas cidades do país elas são o principal e, às vezes, o único local de comércio da população. Nos tempos modernos, as feiras têm uma grande variedade de produtos disponíveis, desde produtos sofisticados até pequenas coisas que a classe mais pobre precisa. As feiras são a maior e mais completa representação de mercado e até hoje constituem um ponto de encontro entre compradores e vendedores.