Fichamento: Weber, os Tipos de Dominação
Por: Iasmin Milani • 4/11/2022 • Resenha • 1.129 Palavras (5 Páginas) • 103 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”[pic 1]
Faculdade de Ciências e Letras
Campus Araraquara - SP
O texto se inicia relembrando o conceito de dominação,de acordo com o autor, a busca por submissão de terceiros à uma organização. como elas não se servem necessariamente da economia para atingir seus objetivos, pode fazê-lo por costume, afeição, interesses ou valores, sendo racional ou não e, principalmente a "crença na legitimidade" dessas dominação.
Então, Weber expõe que as classes dominantes possuem distintas pretensões à legitimidade e para compreendê-las deve-se analisar em primeiro lugar as condições modernas dispostas à elas, são, basicamente: a motivação de escolha por resultado, o conceito de que nem toda pretensão é uma relação de dominação. Também, a sua legitimidade, apesar de apenas probabilidade em início, é determinante para sua consolidação, a obediência, a inspiração e a influência sobre o quadro são pontos essenciais para o seu funcionamento e por fim as circunstâncias em que se encontram o dominador e o dominado.
Os três tipos puros de dominação legítima definidos por Max Weber, demonstram as condições pelas quais se estabelece, na relação de dominantes e dominados, a obediência ao poder, que ocorre a partir de uma estratificação social, causada pelo poder e prestígio. Nessa relação, a dominação tem como amparo bases jurídicas, que são utilizadas para se fundar sua legitimidade, que garante tal relação. Essa legitimidade é mantida também por meio de um consenso entre a população, garantindo sua obediência (pacto social). Os tipos de dominação trabalhados por Weber são:
- Dominação legal: é a obediência relacionada a regra vigente, que são, normas, leis, etc; uma dominação burocrática, “qualquer direito pode ser criado e modificado mediante um estatuto sancionado corretamente quanto à forma”(WEBER, 1992, P.128), essa burocracia rege instituições administrativas, políticas, religiosas, tanto privadas como públicas; sendo presente na organização do Estado moderno. Nesse setor, existem normas e regras que garantem o funcionamento interno de tais instituições, em que há punição por não obedecê-las, valendo para todos, do empregado ao chefe, mas que não devem ser empregadas de forma arbitrária, mas sim, previstas de acordo com o regulamento; “Obedece-se não à pessoa em virtude de seu direito próprio, mas à regra estatuída, que estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida se deve obedecer.” (WEBER, 1992, P.129). Para se alcançar uma vaga nesses postos, é necessário conhecimento e competência sobre o cargo.
Essa dominação legal, apesar de ser a principal, ainda convive com outras, “Nenhuma dominação, é exclusivamente burocrática, já que nenhuma é exercida unicamente por funcionários contratados”(WEBER, 1992, P.130). Tal burocracia moderna se estabelece sob um sistema de hierarquização dos cargos e níveis de autoridade, regido pela ordem de mando e obediência, dessa maneira a posição do funcionário deve seguir determinadas características, já que a ocupação do cargo é denominada profissão, configurando na capacitação do funcionário para exercê-la, que assume também, uma posição de dever, de seguir as regras da instituição e de fidelidade ao seu posto; isso tudo em troca de seu salário.
2. Dominação tradicional: “[...] em virtude de crença na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais de há muito existentes. Seu tipo mais puro é o da dominação patriarcal." (WEBER, 1992. P.131), em que o dominante é o senhor e o dominado o súdito; a obediência existe nessa dominação pela tradição, pela fidelidade do súdito. Sendo as ordens determinadas pela tradição e costumes do agrupamento, com isso, novos direitos não são criados, e em suas raras exceções, os direitos são formulados com base na conservação dessa tradição, que se mantém. A legitimidade do poder do senhor tem como limite a tradição, em que, suas normas e ordens não devem ultrapassar tais costumes; “O conteúdo das ordens está fixado pela tradição, cuja violação desconsiderada por parte do senhor poria em perigo a legitimidade do seu próprio domínio, que repousa exclusivamente na santidade delas.” (WEBER, 1992, P.131).
A administração desse sistema de dominação tradicional se baseia no pressupostos de que o senhor recebe seu título, e o poder que lhe é atribuído, e terras pela herança, o que garante a obediência ao senhor e as normas que ele instituiu, que possuem legitimidade pela força da tradição e em parte pelo livre arbítrio do senhor, que é limitado. As categorias básicas dessa dominação são: a estrutura de domínio fundada pela dependência ao senhor, “os servidores são recrutados em completa dependência pessoal do senhor, seja sob a forma puramente patrimonial ou extrapatrimonial, de camadas não totalmente desprovidas de direitos” (WEBER, 1992, P.132); a estrutura estamental, em que “os servidores nao sao pessoalmente do senhor, e sim pessoas independentes, de posição própria que lhes angaria proeminência social.” (WEBER, 1992, P.131), que para garantir destaque na sociedade, irão exercer os cargos por privilégios ou por terem um direito sobre o cargo.
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