Gestão da Diversidade e Gênero
Por: laricrangeel • 20/6/2018 • Trabalho acadêmico • 1.075 Palavras (5 Páginas) • 254 Visualizações
Introdução
Este artigo está sendo apresentado como requisito parcial de aprovação na disciplina eletiva Gestão da Diversidade e Gênero da Universidade Federal de Ouro Preto, do Departamento de Ciências Administrativas, o mesmo foi elaborado a partir de pesquisas bibliográficas. Tal pesquisa teve como objetivo evidenciar as Diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho em cargos de chefia. A fim de demonstrar as dificuldades ainda encontradas pelas mulheres, através de um resgate histórico onde mostra o caminho percorrido até os dias atuais e que mesmo com todas as conquistas ainda são evidentes as diferenciações entre homens e mulheres mesmo ocupantes dos mesmos cargos. Conforme Mara Lago (1999) ultrapassar os limites naturalizantes que marcam concepções acerca das mulheres foi (e ainda é) um grande desafio.
Desafios esses que continuam extremamente evidentes, pois as mulheres ainda são vistas como o estereótipo de donas de casa, que nasceram para serem mães, o que de certa forma torna-se uma barreira para que as mesmas alcancem altos cargos.
Diferenças entre Homens e Mulheres em Cargos de Chefia
Com o crescimento do Capitalismo e todas as mudanças ocorridas após as Revoluções Industriais, o mercado de trabalho começou a modificar-se, demandando mão de obra flexível, os donos das indústrias passaram a terceirizar serviços, e a estabelecer contratos temporários. A partir de então deu-se espaço para inserção da mulher no mercado de trabalho, tendo em vista, que após inúmeras mudanças do contexto histórico da sociedade as famílias começaram a ter seus padrões modificados e em alguns casos a mulher passou a assumir o papel do ‘’homem’’ dentro do lar, porém grande parte dessas mulheres encontram-se destinadas a cargos e/ou setores específicos, e até mesmo em setores ‘’destinados’’ ao sexo feminino o seu trabalho é desvalorizado.
Mesmo sendo evidente a alta desvalorização da mão de obra feminina, as mulheres lideram os índices de escolaridade em relação aos homens, ainda que de forma menos expressiva, estão ocupando, com tendência crescente, cargos de chefia e posições gerenciais e políticas, além de áreas profissionais de prestígio, como a medicina, a advocacia, a arquitetura e a engenharia (CORRÊA, 2004; BRUSCHINI e LOMBARDI, 2003; BRUSCHINI et al, 2008).
Ainda que a presença feminina venha crescendo e as mulheres estejam conseguindo conquistar o seu espaço, um outro fator que as diferenciam dos homens é a taxa de demissões e desemprego, que se tornam mais crescentes quando se diz respeito a mão de obra feminina. Com a precarização das relações trabalhistas as mulheres tem sido o lado mais atingido, pois as mesmas utilizam de mais recursos, como licença maternidade, auxílio escola para os filhos, dentre outros. Por consequência as mulheres ficam em desvantagem em relação aos homens, o que influência diretamente nos índices de empregabilidade feminino e de promoções, pois mesmo com todos os direitos e espaços conquistados pelas mulheres, existe ainda muito preconceito em sua contratação, principalmente em empresas dirigidas por homens tem-se a ideia de que tal contratação se torna um dispêndio. Em alguns países pode-se observar a criação de políticas públicas voltadas para extinção/diminuição das diferenciações entre homens e mulheres, no contexto europeu, apenas para ficar com exemplos, experiências de ação afirmativa para a promoção da igualdade, bem como a de estruturação de uma abordagem transversal das questões relativas a essa questão são recorrentes e objeto de constante discussão e aperfeiçoamento (Delgado, Capellin e Soares, 2002). Nessas ações afirmativas e políticas de promoção de igualdade de gênero estão incluídas desde medidas que procurem reverter verdadeiras segregações sexuais – a predominância masculina em áreas como Engenharia, por exemplo – como a remuneração inferior para as mulheres nos mesmos postos de trabalho (Olgiati, 2002).
Já no Brasil é visto durante o decorrer dos anos, que a presença das mulheres dentro das universidades é muito maior do que os homens, porém o mesmo não se reflete no que diz respeito a ocupação de altos cargos seja no setor público ou privado. Tal diferenciação se torna evidente na Pesquisa realizada pelo Instituto Ethos e Ibope (2010) a qual fez uma comparação de cargos ocupados por homens e mulheres dentro das quinhentas maiores empresas do Brasil.
Composição funcional das quinhentas maiores empresas do Brasil, segundo o nível da função, por sexo
(Em %)
Nível da função | Homens | Mulheres |
Quadro executivo | 86,3 | 13,7 |
Gerência | 77,9 | 22,1 |
Supervisão | 73,2 | 26,8 |
Quadro funcional | 66,9 | 33,1 |
Fontes: Instituto Ethos e Ibope (2010).
Levando em consideração tais dados torna-se evidente a predominância do sexo masculino em todos os âmbitos organizacionais, tendo em vista que o aumento nos cargos ocupados por mulheres é visto de acordo com a diminuição dos níveis hierárquicos, sendo notório o preconceito ainda impregnando com o fato de mulheres assumirem altos cargos mesmo já tendo sido provado a maior capacitação através do ensino superior pelas mesmas.
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