Gestão de Pessoas na sociedade do conhecimento
Por: Pabliny Lima • 12/8/2018 • Trabalho acadêmico • 2.521 Palavras (11 Páginas) • 400 Visualizações
Matriz de atividade individual | |
Disciplina: Gestão de pessoas na sociedade do conhecimento | Módulo: Atividade Individual |
Aluno: Pabliny Lima | Turma: MBA Em Gestão Empresarial |
Introdução | |
As organizações cada vez mais estão preocupadas em ter equipes que atinjam os objetivos e desafios estabelecidos e neste cenário surge uma pessoa fundamental: o Líder. O líder é responsável por guiar a equipe para o atingimento dos desafios, objetivos e metas propostas pela organização. Dentro de uma organização existe muita diversidade cultural e uma heterogeneidade de pessoas que possuem conhecimentos, habilidades e atitudes distintas.
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Desenvolvimento – análise de diferentes perfis de liderança | |
As organizações estão em busca de pessoas que possam liderar a equipe para o atingimento de metas, objetivos e desafios propostos. Hunter (2006) define liderança como “a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir objetivos comuns”. Pessoas que possuem a capacidade de influenciar e estimular outros indivíduos para atingir objetivos propostos, são chamadas de líderes. E o estilo de liderança, características e comportamento do líder tem sido tema de muitos estudos e debates na sociedade. Muitas teorias foram criadas e algumas são abordadas nesse trabalho. 1. Teoria do traço Essa teoria define que uma pessoa nasce líder (, ou seja, não existe a possibilidade de uma pessoa aprender a liderar (ARELLANO & LIMONGE-FRANÇA, 2002; MAXIMIANO, 1997). Os estudiosos também buscavam características que definiam se uma pessoa era líder ou não, como por exemplo, boa aparência e estrutura física, inteligência, domínio de determinada assunto, habilidades interpessoais entre outros aspectos que podem ser analisados para descobrir se uma pessoa possuía traços de um líder. Com o objetivo de encontrar traços mensuráveis de liderança, foi realizada comparações entre lideres eficazes e ineficazes. Também se comparava pessoas que eram lideres com outras que apenas eram seguidores, ou seja, não possuíam liderança (ROBBINS, 2002). As principais críticas á teoria dos traços é que a mesma não é assertiva em relação a todos os traços do líder, além da subjetividade apresentada e por fim, mas não menos importante, não é considerada a situação e muito menos a influência da relação dos subordinados na liderança. Cito o exemplo de um caso que aconteceu nas Lojas Americanas, um gerente distrital informou que quando começou a participar do processo de seleção para gestor de loja, ele promovia pessoas que na entrevista demostravam ser extrovertidas, pois na opinião dele quem era tímido jamais teria capacidade de liderar uma equipe. A diretora das Lojas Americanas analisando os resultados de desempenho dos departamentos da loja pediu para que ele promovesse uma colaboradora para o cargo de gestão, visto que ela se destacou pela alta performance nos resultados. Ao chamar a colaboradora para entrevista, o gestor regional identificou que a colaboradora era tímida e a principio pensou que era uma péssima idéia promove-la, mas acatou o pedido da diretora e a promoveu para o cargo de gestão. E para a surpresa do gerente distrital, a colaboradora foi destaque como gestora, apesar de ser tímida conseguiu liderar a equipe para o atingimento das metas e até ganhou o premio de melhor gestora de loja. Após esse acontecimento o gerente distrital mudou sua forma de selecionar pessoas para o cargo de gestão. 2. Teoria Comportamental A abordagem da teoria comportamental difere da teoria dos traços, pois enquanto esta foca no que o líder é, aquela foca no comportamento do líder, ou seja, no que ele faz. Segundo Marquis e Houston (199, p.37, citado por TOLFO, 2004): Na medida em que se desenvolveu, a pesquisa sobre liderança afastou-se do estudo das características do líder para dar ênfase as coisas que ele fazia – o estilo de liderança do líder. A habilidade de liderança é configurada com base em conjuntos de comportamentos que possibilitam aumentar a eficácia na condução dos liderados Com o progresso do estudo da liderança, a informação de que um líder é nato foi perdendo adeptos, visto que por meios de estudos surgiram teorias que afirmavam que o indivíduo pode aprender a liderar, além de desenvolver habilidades e atitudes necessárias. Kurt Lênin (1973) propôs três estilos de liderança baseado no comportamento do líder:
Figura 1 – líder autocrático [pic 1] Fonte: Euniverso Em nota de rodapé: Disponível em: http://euniverso.net.br/estilos-de-lideranca-nas-organizacoes/. Acesso em nov.2017 Uma vantagem desse estilo de liderança é a rapidez na tomada de decisão, imagine que um prédio está em chamas e precisa urgentemente ser feito uma ação para exterminar o fogo. O líder autocrático toma a decisão de enviar uma equipe no carro pipa para apagar o incêndio e os subordinados executam rapidamente essa ação. Logo o líder tomou a decisão mais rápida, pois se fosse levar o assunto para discutir com a equipe, as chamas iam se alastrar e mais estragos aconteceriam, enquanto eles ainda estariam discutindo o que poderia ser feito para exterminar o fogo. . Uma desvantagem desse estilo de liderança é que a equipe por não participar do processo de tomada de decisão pode ficar desmotivada e sentir menos importante, além de ver o líder apenas como um ditador.
Figura 2: Líderança participativa [pic 2] Fonte: Jornal do Empreendedor Em nota de rodapé: Disponível em: https://jornaldoempreendedor.com.br/destaques/lideranca/o-que-os-estilos-de-lideranca-realmente-significam/. Acesso em nov. 2017 A vantagem desse estilo de liderança é que como os liderados participam do processo de decisão, eles se doam mais para o sucesso da tarefa, pois se sentem co-responsáveis. O estilo participativo dá ênfase maior nos relacionamentos. Desvantagens desse estilo de liderança é que como todos os liderados são ouvidos isso demanda tempo, o que gera uma demora na tomada de decisão e se a equipe for imatura e inexperiente pode prejudicar o resultado da empresa. Em relação a uma experiência pessoal com um líder participativo, cito o diretor da academia Corpo e Saúde que precisava de uma estratégia de vendas para aumentar o faturamento da academia, ele solicitou a presença de todos os gestores da unidade e perguntou o que cada um sugeria de estratégia para aumentar o faturamento, após várias ideias, informações, debates, sugestões de estratégia dos gestores e do diretor, a equipe chegou a um consenso que a estratégia mais viável era a criação de uma promoção que presenteasse com uma coqueteleira o aluno que indicasse um amigo e se o amigo se matriculasse iria ser isento da taxa de matricula. Essa promoção aumentou o faturamento em 15% da academia.
A Vantagem desse estilo é que os liderados têm autonomia para tomar as decisões, logo podem colocar seus projetos em prática e também criar soluções que contribuam para o desenvolvimento da empresa. Porém como o líder exerce um papel secundário somente opina quando é chamado, os liderados tendem a ter pouco estima pelo líder. Em uma unidade de uma academia Corpo e saúde, a gestora deixavam que seus consultores de vendas tomassem todas as decisões relacionadas ao processo de atendimento de aluno. Logo tinham consultores que primeiro se apresentavam aos alunos, depois apresentavam a academia e por ultimo informava os valores para o cliente. Enquanto outros consultores faziam diferente: primeiro informava os valores, depois apresentava a academia e por último se apresentavam para o cliente. Portanto cada um fazia da maneira que achava melhor o processo de atendimento ao cliente. O diretor marcou uma reunião com todos os consultores e ao perguntar para eles se o sucesso que eles obtinham com o resultado da venda havia participação do gestor, todos responderam que o sucesso que obtiveram foi por mérito próprio e que era desnecessário o gestor na unidade, visto que dificilmente eles precisavam da intermediação da gestora. Foi notória a falta de estima pela gestora. 3. Teoria Contingencial ou Situacional A teoria contingencial defende que o líder deve liderar a equipe de acordo com a circunstância existente e também levar em consideração a maturidade dos liderados, pois cada cenário pede uma liderança diferente, unificar o estilo de liderança pode trazer sérios problemas para a organização. Hersey e Blanchard (1986) sugerem dividir o estilo do líder em quatro quadrantes: determinar, persuadir, compartilhar ou delegar. Este modelo parte do principio que a liderança eficaz depende de três aspectos que devem ser analisados: estilo do líder, maturidade do liderado e situação. Abaixo figura: Figura 3: Modelo de Hersey e Blanchard de liderança Situacional [pic 3] Fonte: Adaptado de Hersey e Blanchard (1986) Determinar (E1) - em equipes que a maturidade dos subordinados é baixa o líder deve determinar, pois a equipe não demostra capacidade e nem interesse em assumir responsabilidades, logo o líder deve ser mais controlador e dizer para os liderados o que fazer, quando e como fazer. Este estilo esta envolvido uma auto-orientação para tarefas e baixa para relacionamento. Persuadir (E2) – já em equipes que a maturidade esteja de baixa a moderada, o líder persuade os liderados, visto que quando eles entendem o motivo da decisão e também é oferecido direcionamento e ajuda, os mesmo executam o que foi solicitado, neste estilo existe uma alta orientação para tarefas e relações. Compartilhar (E3) – o líder compartilha quando os seus liderados tem maturidade entre moderada e alta, os liderados tem capacidade, mas por insegurança ou por outros fatores, não se oferecem para executar o que o líder solicita. Nesse estilo o líder deve apoiar, discutir e levar os liderados a participar do processo de tomada de decisão, logo há uma auto-orientação para relacionamento e baixa orientação para a tarefa. Delegar (E4) - quando um líder tem indivíduos com capacidade e força de vontade para assumir responsabilidades, ou seja, as pessoas são empenhadas e competentes. O líder pode delegar a responsabilidade da implantação e execução do plano, e os liderados tem total autonomia para decidir quando e em que lugar fazer. Logo o líder tem um baixo comportamento para tarefa e relacionamento. Esse modelo de liderança situacional é muito utilizado na academia Corpo e Saúde, pois é adotado um estilo diferente de acordo com a maturidade do liderado e a situação. Em alguns casos o gestor determina que a consultora de vendas que tem baixa maturidade, realize trinta ligações para os clientes utilizando um script de atendimento e dessas 30 ligações que realizar deverá agendar no mínimo seis visitas de clientes para academia. O gestor supervisiona as ligações que a consultora realiza e corrige falhas. Logo nessa situação foi utilizado o estilo determinar (E1). Em outros casos o gestor persuade o consultor explicando a importância de realizar o boletim de visita de cada cliente que conhece a academia e também ensina como preencher o boletim de visita, pois por meio dele o consultor consegue informações relevantes do cliente, exemplo: qual atividade física que gosta de praticar, horários disponíveis para treinar, qual o valor que tem disponível para investir, se gosta de fazer aulas coletivas entre outras informações. De posse dessas informações fica mais fácil de atender a necessidade do cliente e também de quebrar objeções que possam ser levantadas pelo cliente, facilitando desse modo o processo da venda. Quando os consultores entendem a importância do boletim de visita e aprendem como utilizá-lo, eles começam a preencher o boletim de visita de todos os clientes que atendem, porque não o vê mais como um documento burocrático, mas sim como um documento que proporciona informações relevantes do cliente que podem ser utilizados para a concretização da venda. Neste caso o líder utilizou o estilo persuadir (E2). O diretor da empresa Mirante tecnologia em uma reunião quinzenal percebeu que os liderados mesmo possuindo capacidade para executar o que estava sendo pedido, eles apresentavam sinais de indisposição para a execução, logo ele teve a ideia de chamar todos, ouvir suas opiniões e também estimular os liderados a participarem do processo da tomada de decisão do projeto. Rapidamente a indisposição dos liderados desapareceu e o projeto foi executado com sucesso. O diretor utilizou o estilo compartilhar (E3). Já ocorreu casos que o diretor da academia Corpo e Saúde, após criar um plano de divulgação da marca, delegou a execução de projetos para os gestores de unidade, onde cada gestor ficou responsável por decidir o lugar para implantar o projetos e também os meios de comunicação que seriam utilizados. Neste exemplo citado o diretor utilizou o estilo delegar (E4). | |
Considerações finais | |
Neste trabalho foram abordados os assuntos estilos de lideranças, vantagens e desvantagens de cada um e também as suas principais características. Cada organização pode ter pessoas com estilos de liderança diferentes, pois não existe apenas uma única maneira de liderar. A heterogeneidade de formações, conhecimentos, habilidades e atitudes que os indivíduos possuem, possibilita estilos de lideranças diferentes. Existem lideranças autocráticos, participativas e liberais, isso não significa que um vez que o líder decidiu uma situação utilizando a liderança autocrática, todas as outros situações que ocorrem o líder irá ser autocrático. Pois ora o líder pode ser autocrático, ora pode ser mais participativo. De acordo com a teoria situacional, o estilo de liderança também pode mudar quando for levando em consideração a situação e também a maturidade dos liderados. Logo não existe uma fórmula de liderança infalível para qualquer equipe ou organização, pois existem fatores distintos presentes na organização e nas equipe que requerem do líder preparo para saber lidar com cada situação e indivíduos específicos. | |
Referências bibliográficas | |
ARELLANO, Eliete Bernal & LIMONGI-FRANÇA, Ana Cristina. Liderança, poder e comportamento organizacional. In FLEURY, Maria Tereza Leme (coord). As pessoas na organização. São Paulo-SP: Editora Gente, 2002. FERREIRA, Victor Claudio P et al. Gestão de pessoas na sociedade do conhecimento. 1°ed. Rio de janeiro:FGV Editora,2016. HERSEY, Paul; BLANCHARD, Kenneth H. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional. Trad. Edwino A. Royer. São Paulo: Editora Pedagógica e Universitária, 1986. LEWIN,Kurt. Princípios de psicologia topolócica. São Paulo: Cultrix,1973 MARQUIS, B. L.; HUSTON, C. J. Administração e liderança em enfermagem. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999 apud TOLFO, S. R. A liderança: da teoria dos traços ao coach. In: BITENCOURT, Cláudia et al. Gestão contemporânea de pessoas, novas práticas, conceitos tradicionais. Porto Alegre: BOOKMAN, 2004. ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. FERNANDES, B.A. O que os estilos de liderança realmente significam. Jornal do Empreendedor, 2014. Disponivel em: <https://jornaldoempreendedor.com.br/destaques/lideranca/o-que-os-estilos-de-lideranca-realmente-significam/>. Acesso em: 09 nov. 2017. MELLO, F. B. Conheça os 10 perfis de liderança mais comuns. Administradores, 2010. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/noticias/carreira/conheca-os-10-perfis-de-lideranca-mais-comuns/36401/>. Acesso em: 05 de nov. 2017. Disponível em: |
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