Mulher, Maternidade e Carreira: Empresas visando o Social da ESG
Por: CGABREU • 20/3/2025 • Trabalho acadêmico • 2.389 Palavras (10 Páginas) • 12 Visualizações
Mulher, Maternidade e Carreira: Empresas visando o Social da ESG
Claudia Gomes de Abreu
Lia Sthefany Barbosa Bousquet
Adriana Piva
RESUMO
Houveram muitos avanços nas últimas décadas com relação a mulher no mercado de trabalho, mas ainda existem muitos desafios a serem superados. O ESG está muito presente nos dias atuais, e busca garantir verdadeiramente a presença da mulher na força do mercado de trabalho. As empresas que não se adequarem a metas de ESG, não estarão aderentes às mudanças no mercado, não serão atrativas para novos talentos e investidores.
PALAVRAS-CHAVE: Maternidade. Carreira. Trabalho. Responsabilidade Social. ESG
INTRODUÇÃO
Este paper apresenta reflexões acerca do tema Mulher, Maternidade, Carreira e o Social da ESG, através de uma análise de lives e blogs, apoiados em pesquisa bibliográfica para refletir a possível expansão de oportunidades às mulheres e os desafios das empresas na aplicação de estratégias frente a equidade de gênero e a maternidade.
As mulheres vêm impactando o mercado de trabalho cada vez mais, com sua participação, nas últimas décadas. A presença feminina tem se apresentado na força de trabalho em cargos operacionais, cargos técnicos e até mesmo ocupando cargos de liderança.
Muitos foram os avanços desde a Revolução Industrial, onde as mulheres começaram a ser contratadas na indústria com menores salários que os homens, que por este motivo, as empresas voltaram-se a priorizar as contratações femininas. Ainda hoje e especialmente em algumas áreas, ainda existem desigualdades salariais, que precisam ser encarados com seriedade necessária.
É neste contexto que a ESG vem direcionar a questão da equidade de gênero e mitigar preconceitos referente a mulher e a maternidade no mundo corporativo.
MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO
No início do século a sociedade acreditava que a responsabilidade de prover a casa era do homem e que a mulher deveria somente cuidar dos filhos e da casa. Contudo, as mulheres que vinham de origens mais pobres ou que ficavam viúvas, precisavam trabalhar para sustentar e cuidar de si e de seus filhos. Perante a sociedade tradicional da época, estas mulheres ocupavam posições de trabalho muito pouco valorizadas, além de ficarem malvistas por exercerem uma função fora daquela que a sociedade acreditava ser o dever da mulher, ou seja, cuidar do lar e família.
A alínea 1 do artigo 113 da Constituição Federal de julho de 1934 nos diz que:
“1) Todos são iguais perante a lei. Não haverá privilégios, nem distinções, por motivo de nascimento, sexo, raça, profissões próprias ou dos pais, classe social, riqueza, crenças religiosas ou ideais políticas.”
Porém alguns grupos sociais, dentre eles, as mulheres precisaram lutar muito para garantir seus direitos, e os movimentos feministas lutaram e ainda lutam muito para fazer valer essa lei. Pouco mais de 100 anos antes da Constituição Federal, meninas nem podiam frequentar escolas, no Brasil apenas 1.827 mulheres puderam estudar além do ensino fundamental. O direito ao ensino superior, só foi conquistado no ano de 1879 às mulheres, apesar de ser necessário a autorização do marido ou, dos pais caso fossem solteiras. Ainda assim, essa foi uma grande conquista. Quanto o direito ao voto, esse só foi conquistado no ano de 1932. Estes são alguns exemplos das conquistas adquiridas pela luta feminina com o passar dos anos.
Ao final do século XIX a sociedade passou a acreditar que educar era uma vocação natural das mulheres e assim elas passaram a tomar um grande espaço nesse nicho. As I e II guerras mundiais aceleraram o processo de inserção do público feminino no mercado de trabalho, pois enquanto os homens estavam lutando, as produções nas indústrias não podiam parar e as famílias precisam de sustento. Mesmo após as guerras, a participação feminina continuou ganhando espaço, tendo em vista que muitos homens perderam a vida e outros ficaram debilitados e impossibilitados de desempenhar muitas funções.
Após as conquistas na área da educação, os índices nunca diminuíram quanto a mulheres frequentarem instituições de ensino superior e passaram os homens em níveis de escolarização e em média de anos de estudo.
A ocupação feminina no mercado de trabalho se faz em maior número nas áreas referentes a cuidado, como área da saúde, beleza, serviços gerais e ensino. Isto é devido ainda haver uma associação da figura feminina à ternura e tarefas domésticas.
Segundo pesquisa da FGV, entre os anos de 2014 e 2019 a participação feminina no mercado de trabalho atingiu 54,34% em 2019. Porém, com o cenário da pandemia Covid19, ocorreu um retrocesso no processo de crescimento da participação feminina no mercado e, houve um recuo desse percentual para 49,45%.
Já o Boletim Especial do DIEESE, diz que a redução no contingente feminino na força de trabalho também pode ser observada na taxa de participação. No terceiro trimestre de 2019, a taxa de participação feminina era de 54,6%. No mesmo período de 2021, atingiu 52,3%. O mesmo se observou entre as mulheres negras e não negras, conforme ilustrado no gráfico abaixo:
MULHER E A MATERNIDADE
A vida da mulher se torna mais desafiadora quando se depara com a maternidade, principalmente quando é preciso conciliar com a carreira profissional, estes desafios tornam-se ainda mais complexos.
Apesar do direito à licença maternidade, que surgiu no Brasil no ano de 1934 e dava direito inicialmente a 84 dias que a mãe poderia se ausentar do trabalho e ser remunerada pelo empregador. A constituição de 88 veio e com ela a licença passou de 84, para 120 dias. Algumas empresas ainda dão a opção de a mãe dedicar mais 60 dias ao seu recém-nascido e retornar ao trabalho após disso. Apesar desses grandes avanços e direitos conquistados, muitas mulheres ainda sofrem com a demissão após o retorno, ou a falta de compreensão por parte do empregador quando precisa se ausentar por alguma questão de saúde do filho, esses episódios são mais comuns em empresas de porte menor, que possuem menor contingente. Quem vive a maternidade na prática sabe o quanto é difícil conciliar os cuidados de um bebê, com a carreira e por muitas vezes, também o estudo. A culpa por não poder estar presente 100% na rotina dos pequenos e por precisar deixá-los aos cuidados de outras
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