O Conceito de trabalho e força de trabalho
Por: Ana Beatriz Woelbert • 29/5/2018 • Resenha • 920 Palavras (4 Páginas) • 373 Visualizações
1. Conceito de trabalho e força de trabalho (Braverman):
Segundo Braverman, o trabalho humano distingui-se do trabalho animal por ser consciente, proposital e orientado pela inteligência, ao passo que o segundo é instintivo. Além disso, existe a possibilidade de dissolução da unidade de concepção e execução do trabalho humano. Outra característica do trabalho é ser uma propriedade inalienável do ser humano e, por isso, na relação de troca com o empregador, o trabalhador retem sua capacidade para o trabalho e o capitalista só pode obter vantagem se fixar o trabalhador no trabalho. Sendo a força de trabalho a capacidade humana de executar o trabalho, o que o capitalista compra é a força para trabalhar por um período contratado de tempo.
O trabalho excedente, a mais-valia, consiste no prolongamento do tempo de trabalho além do momento em que ele se paga, ou seja, quando ele já produziu seus próprios meios de subsistência. Como esse tempo é variável, o empregador se utiliza de meios para aumentar a intensidade e produtividade do trabalho. Portanto, é no potencial da força de trabalho que os capitalistas baseiam a expansão de seu capital.
1.1. Origem da gerência:
O capitalismo industrial começou quando o capitalista empregava um significativo número de trabalhadores, mas executava-se o processo de trabalho como antes era executado, sem grandes mudanças nos métodos tradicionais, de modo que o controle do trabalho permanecia com os produtores. Porém, logo surgiu a necessidade de organização, as fábricas se transformaram e, assim, funções de concepção e organização assumiram forma de gerência. O capitalista se tornou gerente e, com o tempo, a lei e o costume se moldaram para refletir o predomínio do contrato livre e ele obteve poder para determinar os modos técnicos de trabalho.
Por volta de 1870, o empregador imediato de muitos trabalhadores não era o capitalista, mas um subcontratador intermediário, ao mesmo tempo empregado e pequeno empregador. Assim, difundia-se um sistema de subcontratação, embora que ainda fossem comuns os pagamentos por unidade produzida. Os primeiros sistemas de tarefa e subcontratação representavam a transição de uma fase durante a qual o capitalista ainda não tinha o controle do processo de trabalho e por isso, esse sistema era incompatível com o desenvolvimento capitalista. Eles tinham problemas de irregularidade de produção, lentidão, perda de material e, principalmente, eram limitados pela incapacidade de transformar os processos de produção. Comprava-se o trabalho acabado e não se assumia controle sobre a produção.
Porém, movido pela necessidade de acumular capital e produzir excedente, criou-se uma nova maneira de administrar, colocando os trabalhadores sob um mesmo teto, de modo a impor horas regulares de trabalho e conquistar disciplina através de supervisão, utilizando métodos coercitivos para mantê-los trabalhando. Assim, a nova situação era criada pelas novas relações sociais e pelo antagonismo entre os que trazem à fábrica sua força de trabalho e os que extraem dessa força a vantagem máxima para o capitalista.
3. Qual o caráter ideológico das ciências gerenciais expresso na concepção física de gestão? O que esse caráter neutraliza?(Gaulejac)
A ideologia é um sistema de pensamento que se apresenta como racional, ao mesmo tempo em que mantém uma ilusão e dissimula um projeto de dominação. Assim, o caráter ideológico da gestão é mostrar que, por trás dos instrumentos, encontram-se em ação certa visão de mundo e um sistema de crenças. Esse caráter ideológico proporciona uma ilusão
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