O LÍDER COACH
Por: thiagowerneck • 1/11/2017 • Resenha • 1.182 Palavras (5 Páginas) • 1.059 Visualizações
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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM LIDERANÇA E COACHING
Resenha Crítica de Estudo de Caso
Foxconn Technology Group
Thiago Bruno Werneck de Azevedo
Trabalho da disciplina O Líder Coach
Tutor: Professora Norma Horst Kirsten
Nova Friburgo
2017
Estudo de Caso:
O LÍDER COACH
Foxconn Technology Group (A)
REFERÊNCIA: ECCLES, R. G.; SERAFEIM, G.; CHENG, B. Foxconn Technology Group. Harvard Business School, 112-P10, fev. 2012. p.1-22. Disponível em: Universidade Estácio de Sá, Biblioteca Virtual da Disciplina O Líder Coach. Acesso em: 15 out. 2017.
O autor relata alguns dos problemas mais agravantes da China em 2010, em tempos não tão distantes de hoje, mas que em países de primeiro mundo, seria como se estivéssemos estudando uma história antiga: suicídios causados por pressão no trabalho, trabalho de exploração e maus tratos a funcionários, principalmente relacionados aos trabalhadores migrantes, desigualdade social, regras governamentais desatualizadas, para o mundo que vivemos hoje. O estudo envolve a empresa Foxconn, grande fabricante de eletrônicos que fornecia para a Apple, HP e outras marcas mundiais. A Foxconn sofreu várias críticas por supostos maus tratos a funcionários, pelas precárias condições de trabalho que ela oferecia aos seus empregados e salários extremamente baixos. Tal exploração ocasionou em um período de um ano 16 tentativas de suicídio e 14 mortes.
A busca por baixos custos de mão de obra é algo que todas as empresas buscam, entretanto, há países onde essa questão é muito mais grave, como na China. Para competir com outros países emergentes e para não perder market share, a Foxconn operava com margens muito estreitas e sendo assim, tinha como manter a atração por empresas como Apple, para continuarem firmando acordos de produção de seus componentes. Se por um lado as empresas não conseguiam diferencial competitivo em certificações de qualidade, por exemplo, elas ofereciam preços muito baixos. Com a Foxconn foi assim. Para conquistar a Apple, ela fechou contratos com lucro quase zero e isso só foi possível devido a mão de obra na China ser extremamente barata.
As leis trabalhistas na China eram muito desreguladas. Entre 1990 e 1995, um sistema de contratos substituiu o modelo antigo de trabalho, porém devido a inconformidade em vários lugares, 15% da população urbana e 70% da população rural trabalhava sem contratos. Em 2008, entrou em vigor que tentava impedir os maus tratos a funcionários. Essa lei criou uma série de dificuldades para as empresas demitirem, regulamentou jornadas de trabalho e valorizaram mais a condição humana, porém, com a inflação de 5% ao ano, ficava difícil a vida nas cidades. A alternativa e preferência das empresas, era de contratar preferencialmente migrantes, devido a algumas vantagens para a organização. Esses migrantes, devido ao seu pouco nível de educação e também devido a descriminação por parte da população local e por regras do hukou, aceitavam ganhar salários mais baixos do que a população local. Além disso, as empresas tinham custos muito maiores, como o seguro desemprego, se contratassem empregados regidos pelo hukou local.
O hukou, sistema singular de registros de moradia na China, foi criado em 1958 para suprimir a mobilidade social decorrente da urbanização e ele gerava discriminação onipresente aos migrantes, pois o local de nascimento do indivíduo era determinante para que ele solicitasse serviços de moradia e saúde, por exemplo, e somente na sua terra natal. Isso gerava um sentimento na população local, de superioridade, frente aos migrantes, pois detinham privilégios. Migrantes não podiam registrar casamentos, ter vantagens para a família. Isso gerava muito medo na classe de migrantes, ansiedade, depressão e insegurança.
Além de todos os problemas das leis trabalhistas na China e apesar de grande crescimento da Foxconn em 1995, os trabalhadores sofriam com o tratamento na empresa. A Foxconn, apesar de ter um complexo com 3m² e ser considerada uma cidade-empresa, que dispunha de restaurantes, linhas de montagem, dormitórios, um hospital, supermercado e outras estruturas, travava como um regime militar os seus funcionários e para que eles pudessem ganhar um pouco mais (o valor era irrisório), precisavam fazer várias horas extras. Ofereciam péssimas condições de trabalho, lavanderia coletiva, os empregados que não podiam transitar livremente pela empresa, eram vigiados por segurança 24 horas, não podiam levar visitantes para conhecerem o local onde moravam. Segundo os colaboradores o benefício de trabalhar na Foxconn era que eles pagavam o pouco salário em dia. Todas essas demonstrações de maus tratos e a enorme pressão nos funcionários, por resultados, causaram várias tentativas e os suicídios, o que se confirma nas páginas 6 e 7 do estudo, são exemplificados os motivos dos suicídios e uma sobrevivente relata que o motivo da tentativa de suicídio se deu ao fato da “pressão no trabalho”.
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