O Marketing Digital
Por: fdilton • 23/8/2015 • Bibliografia • 78.742 Palavras (315 Páginas) • 146 Visualizações
Revolução digital
Flavia Galindo
Mostrar alguns conceitos elementares que confi guram a sociedade atual, globalização e Era da Informação
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
reconhecer as questões ligadas à contemporaneidade e de que forma elas se relacionam com o marketing;
caracterizar as questões relativas à globalização e ao valor do conhecimento;
avaliar a relevância do tema marketing na Era da Informação.
INTRODUÇÃO
A fase atual da modernidade é marcada por uma revolução que tem alterado substancialmente a sociedade e a natureza das organizações, e que precisam de novas vantagens competitivas para se manter no mercado. A interpretação sobre as transformações sociais, associadas à modernidade do sociólogo Anthony Giddens, mostra-nos que, de certa forma, observamos hoje a repetição do modelo fordista de produção em massa, que demons.trou sinais de fraqueza e levou a indústria a mudar a estrutura de preços e a melhorar a qualidade dos produtos e serviços. Vivemos um momento em que, além de Giddens, diversos outros autores têm se dedicado a analisar os importantes processos sociais que surgiram, a partir dos anos 1960, do século XX, e que convergem para o que denominam “gênese de um novo mundo”, “teorias do fim do milênio”, um “novo espírito de época” etc. São diversas narrativas, interpretações sobre a contemporaneidade que contribuem para compreender o mundo de hoje.
Figura 1.1: O sociólogo Anthony Giddens.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/ Ficheiro:Anthony_Giddes_at_the_Progressi.ve_Governance_Converence,_Budapest,_Hun.
gary,_2004_october.jpg
Para que possamos compreender a renovação do marketing de que essa dis.ciplina trata, faremos um passeio histórico e observaremos que, na História, a comunicação estava associada aos meios de transporte disponíveis. Logo, o processo de tomada de decisões, fossem elas políticas ou econômicas, estra.tégicas, táticas ou operacionais, dependiam da chegada de pessoas, de uma embarcação, de um trem que transportavam uma mensagem. Essa situação começou a mudar com a adoção do telégrafo, da telefonia e do rádio, que se antecipavam aos meios tradicionais de transporte. Desde que o telégrafo, a telefonia e o rádio surgiram, observamos uma intensificação no uso dos meios de comunicação, digitalizados para diversos fins, sejam de ordem pessoal ou profissional. A internet, por exemplo, adquiriu importância como um canal que dissemina informação e, principalmente, conhecimento, surgiu em 1960, com a proposta de interligar computadores. Como veremos na Aula 3, a internet ganhou outra dimensão no início dos anos 1990, com a Rede de Alcance Mundial – ou o World Wide Web (www). Revelou-se, assim, um fenômeno histórico recente na vida das pessoas, pois apenas a partir de 1990 a internet, restrita aos norte-americanos, saiu da esfera dos geeks e pesquisadores, e popularizou-se entre as populações de diversos países.
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O franco acesso à informação precedeu a revolução digital, impactando a sociedade, provocando modificações de natureza geopolíticas, sociais e eco.nômicas, e colocando-nos no cerne de algo novo e global. O mundo vivencia uma revolução da informação e da comunicação, altercando os centros de poder, a hegemonia econômica das nações, a utilização dos recursos naturais, a cultura e os hábitos de consumo.
Observa-se que o fenômeno de expansão da internet ainda não se esgotou, posto que o número de pessoas que navegam na rede cresce dia a dia. Os motivos dessa expansão são muitos e estimamos que as pessoas desejem acessar a internet para buscar informações, conhecimento, serviços, relações pessoais e interação, compras, por exemplo. O fato é que a internet demons.tra fôlego e potencial para empresas que desejam se modernizar e inovar. O uso da rede conta com a participação do setor privado, sociedade civil, governos e organizações internacionais, e facilita o livre e franco acesso a todos que assim desejarem. Segundo o cientista americano do Massachusetts Institute of Technology (MIT), Nicholas Negroponte, é muito mais racional produzir e vender bits do que produzir e vender átomos. Isso quer dizer que os serviços e produtos intangíveis passam a ser tão ou até mesmo mais importantes do que produtos tangíveis, que sempre tiveram maior destaque e importância na economia. Se você assistiu ao filme A rede social ou ouviu falar do Facebook, talvez tenha visto nos jornais que a empresa de Mark Zuckerberg, de apenas 26 anos de idade, vale mais de US$ 37 bilhões, colocando-o entre os 400 homens mais ricos do mundo. Contudo, apesar de a tecnologia da informação ter se consolidado como realidade, os indivíduos ainda sofrem os efeitos da desigualdade social e muitos ainda esperam pela oportunidade da inclusão digital, com maiores facilidades para a compra de computadores. No Brasil e em alguns outros países, instituições governamentais abriram linhas de financiamento, alegando que a exclusão digital e a pobreza podem possuir estreita relação, já que, para navegar nessa nova economia, é preciso educação e conhecimento, que
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AS REVOLUÇÕES MAIS SIGNIFICATIVAS
Na análise das configurações da sociedade atual, Portilho (2005) mostra-nos que os autores dividem-se entre aqueles que acham que o mundo continua a rodar de acordo com os princípios que surgiram com a Revolução Industrial e aqueles que preferem achar que vivemos o “pós” industrial, um momento diferente do capitalismo.
Os autores, que se encaixam na segunda categorização, criaram uma profusão de novos termos, como sociedade pós-moderna (para Boaventura de Souza Santos, Zygmunt Bauman e Fredric Jameson, entre outros), pós-industrial (para Daniel Bell e outros), sociedade progra.mada (para Alain Touraine), supramoderna (para Georges Balandier), modernidade tardia e modernidade reflexiva (para Anthony Giddens), sociedade de risco (para Ulrich Beck), sociedade de acesso (para Jeremy Rifkin), sociedade da informação (para Manuel Castells), sociedade de consumo (para Jean Baudrillard e outros), capitalismo mundial integrado (para
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