O Modal Rodoviário e Ferroviário

O transporte do minério de ferro

O transporte ferroviário no Brasil é concentrado nas regiões sul e sudeste, sobretudo para o transporte de cargas, a primeira ferrovia do Brasil, foi inaugurada em 1854. A Estrada de Ferro Mauá, tinha cerca de 16 km de extensão e ligava os portos das cidades cariocas de Mauá e Fragoso e atualmente o trecho entre Piabetá e Vila Inhomirim está ativo. Por conseguinte, no século XIX, outras Companhias Ferroviárias foram inauguradas em diversos estados do país, a saber:

1. Estrada de Ferro Recife ao São Francisco: inaugurada em 1858 no estado do Pernambuco, possuía extensão aproximada de 30 km;

2. Estrada de Ferro Bahia São Francisco: primeira ferrovia do estado da Bahia, inaugurada em 1860 com extensão aproximada de 120 km;

3. São Paulo Railway: primeira ferrovia do estado de São Paulo, inaugurada em 1867, ligava o planalto paulista ao litoral;

4. Estrada de Ferro de Baturité: primeira ferrovia do estado do Ceará, inaugurada em 1873, ligava o centro de Fortaleza ao bairro de Parangaba;

5. Estrada de Ferro Leopoldina: primeira ferrovia do estado de Minas Gerais, inaugurada em 1874, ligava os estados de Minas, Rio de Janeiro e Espírito Santo;

6. Estrada de Ferro Campos a Carangola: inaugurada em 1879, no estado do Espírito Santo.

Esse momento do desenvolvimento ferroviário ficou conhecido como a “Era das Ferrovias” que durou de 1870 a 1920. Diante de tanta expansão nas malhas de ferro do país (com total aproximado de 30 mil quilômetros de extensão), seria estranho pensar que nos dias de hoje, o meio de transporte ferroviário é o menos utilizado no país. A década de 50 foi o início desse declínio, com a estatização de muitas companhias ferroviárias bem como a expansão das rodovias (transporte rodoviário).

Pontos positivos do sistema ferroviário

1. Econômico para o transporte de mercadorias a médias e longas distâncias;

2. Meio de transporte regular, confortável e seguro;

3. Menos poluente e consome menos recursos;

4. Reduzido impacto ambiental;

5. Pequeno consumo de energia, por cada unidade transportada;

6. Rápido, não tem congestionamentos;

7. Fraca sinistralidade;

8. Elevada capacidade de carga (mercadorias e passageiros);

9. Permite viagens rápidas (comboio de alta velocidade);

10. Econômico no transporte de mercadorias pesadas e volumosas a medias e longas distâncias (minerais, carvão, cereais, automóveis, etc.);

11. Tem um fraco consumo de energia.

Pontos negativos do sistema ferroviário

1. Fraca flexibilidade, limitações da rede, itinerários fixos, implicando o transbordo de passageiros e mercadorias;

2. Os elevados investimentos na construção e manutenção das linhas férreas. Este fato também explica que sejam os países desenvolvidos os que têm maior densidade de vias férreas;

3. Elevados investimentos na manutenção e construção dos equipamentos e de infraestruturas;

4. Necessidade da conjugação com outros modais de transporte para alcançar o destino final da carga;

5. Custos e riscos de manuseio nos transbordos;

6. Grande risco de roubos e furtos.

Segundo pesquisas, existem duas formas de transportar o minério de ferro, são elas: ferrovias e dutovias. A primeira, ainda detém a preferência para transportar o minério de ferro pelo país, no ano de 2012, respondeu por 75,9% da carga total que foi transportada pelos trilhos do país.

A pesquisa ainda revela que basicamente, o minério de ferro é escoado pelas ferrovias de Carajás e Vitória-Minas, pertencentes à Vale; e pela malha da MRS Logística. Na prática, isso dá uma grande eficiência ao país no transporte de minério para exportação. Por outro lado, o modelo verticalizado diminui as janelas para que terceiros transportem suas cargas. Paulo Fleury, presidente do Instituto de Logística de Supply Chain (Ilos), diz que: “O grande problema é que o Brasil não conta com rotas curtas para atender a pequenos operadores de carga e dar capilaridade ao sistema ferroviário, como acontece nos Estados Unidos”.

Já o transporte por dutovias é utilizado para escoamento de grãos e não detém nem 5% de todos os meios de transporte. Isso se dá ao fato de que para escolher o meio mais adequado de transporte é necessário estudar todas as rotas possíveis e quais são os modais mais vantajosos para cada percurso. São vários critérios a considerar: menor custo, capacidade de transporte, natureza da carga, versatilidade, segurança e rapidez.

Fazendo uma rápida análise nos sistemas dutoviário e ferroviário, conseguimos constatar que o dutoviário é muito mais eficaz e menos prejudicial ao meio ambiente do que o sistema ferroviário, por exemplo:

O transporte dutoviário utiliza um sistema de tubos ou cilindros, previamente preparados, formando uma linha chamada de dutovia ou via que movimenta produtos de um ponto a outro. O transporte de cargas ocorre no interior dessa linha e o movimento se dá por pressão ou arraste por um elemento transportador. Uma dutovia é constituída de terminais (com os equipamentos de propulsão do produto), tubos e as respectivas juntas de união.

Essa modalidade de transporte, especialmente quando comparada com os modais rodoviário e ferroviário, vem se revelando como uma das mais econômicas para grandes volumes de produto, principalmente de petróleo (e derivados), gás natural e álcool (etanol).

Por apresentar características como alto nível de segurança, transportabilidade constante, baixo custo operacional, as dutovias possibilitam o transporte dos seguintes produtos:

• Petróleo e seus derivados (oleodutos): tipo de carga que pode ser transportado por oleodutos ou gasodutos;

• Não derivados de petróleo (polidutos ou alcooldutos): algumas cargas não derivadas do petróleo, como álcool, CO2 (dióxido de carbono) e CO3 (trióxido de carbono), também podem ser transportadas por oleodutos;

• Gás natural