O Sistema e a contingência: teoria das organizações e tecnologia
Por: Jayne Lima • 5/6/2017 • Resenha • 1.057 Palavras (5 Páginas) • 921 Visualizações
MOTTA, Fernando C. Prestes; VASCONCELOS, Isabella F. Gouveia de. O sistema e a contingência: teoria das organizações e tecnologia. In: Teoria geral da Administração. São Paulo: Pioneira, 2002. Cap. 7, p. 213-245.
Nos anos 60, o meio ambiente passou a ser um dos temas centrais em administração, por meio de uma corrente chamada “contingência estrutural” (Lawrence e Lorsch, 1967). Contudo, antes de Lawrence e Lorsch, em 1961, Burns e Stalker realizaram um estudo pioneiro reunindo mais de 20 empresas inglesas que operavam em setores diferentes, com taxas distintas de concorrência e de mudança tecnológica (Burns e Stalker, 1961). A partir desse estudo, elaboraram dois tipos ideais de organização, cada um adaptado a um tipo de setor ou “meio ambiente”: a organização mecânica e a organização orgânica. Segundo os autores, a organização mecânica seria caracterizada pela formalidade, pela existência de um organograma detalhado e rígido, pela pouca comunicação entre os diversos setores em nível horizontal, privilegiando os níveis vertical e hierárquico e uma forte centralização do poder pela direção.
7.2 GRANDES FIGURAS
Joan Woodward (1916-1971), professora de sociologia industrial na faculdade Imperial de Ciência e Tecnologia da Universidade de Londres, contribuiu com seu trabalho voltado para a teoria da administração para a evolução da chamada visão sistêmica das organizações para o estágio da teoria da contingência.
Durante quatro anos, Joan Woodward liderou um grupo de pesquisadores que estudou uma centena de organizações industriais ali localizadas. Em suas pesquisas descobriram que cada organização tem suas características especificas e não são todas iguais. Com esse estudo, concluíram que a tecnologia é a única variável que pode influenciar uma organização de uma fábrica. Para Joan, essa tecnologia é um fator determinado pelos objetivos da fábrica, com base no na quantia que deseja produzir e pelo mercado que pretende atingir, a partir disso os sistemas produtivos variam entre, produção unitária e de pequenos lotes, produção de grandes lotes e em massa e produção por processo.
Em linhas gerais, Woodward e seus colaboradores observaram relações relevantes entre tecnologia e estrutura organizacional.
7.3 Sistemas Mecânicos e Orgânicos: Os Trabalhos de Burns e Stalker
Inicialmente os autores entendem que a sobrevivência da empresa industrial passa a ser um problema que afeta com muito mais intensidade os administradores, e suas oportunidades de sobrevivência se tornarão melhores se as inovações técnicas forem bem desenvolvidas e aproveitadas. Também é entendido que o processo tecnológico implicaria no progresso da descoberta cientifica, na comunicação direta e na criação de inovação. Essas e outras ideias tiveram uma grande repercussão.
O modelo mecânico se adequa a relações estáveis de mercado e tecnologia, tem como características, uma divisão administrativa, onde cada indivíduo desempenha sua função; uma hierarquia de controle, com a responsabilidade na cúpula da hierarquia; valorização da comunicação entre superiores e subordinados; valorização da lealdade e obediência; um sistema bem articulado e burocrático.
O sistema orgânico se adequa ás condições de mercado turbulentas, tem como características, um ajuste contínuo e uma redefinição de tarefas correspondente; institucionalização da mudança como algo natural; a valorização do técnico que detém o conhecimento especializado; criação de ambientes que favoreçam a criatividade e inovações; administração descentralizada, que substitui o controle burocrático; autonomia controlada para os empregados; possibilidade de interação e comunicação com qualquer nível, se necessário; bastante envolvimento e compromisso com os fins da organização.
De modo geral os dois sistemas são vistos como “a imposição não apropriada de procedimentos mecânicos a uma situação que requer procedimentos orgânicos, ou vice-versa”. Deve haver então uma adequação da estrutura da organização ao seu meio ambiente de negócios
7.4 Lawrence e Lorsch e o Paradoxo a Gerir: Integração e Diferenciação dos Sistemas Organizacionais
Segundo Lawrence o Lorsch para uma organização poder trabalhar com um ambiente que é o contrário de homogêneo e uno, deve desenvolver setores específicos, acentuando sua diferenciação interna.
Com base em um estudo de seis empresas com setores diferentes, os autores concluíram que existe uma relação entre os níveis externos e internos. A questão encontrada nesse tipo de pesquisa é a compreensão e influência das características do meio ambiente sobre a tentativa de manter um equilíbrio entre o nível interno, tendo em vista conflitos e contradições que resultam dessa tensão.
Segundo os autores, o desempenho de uma empresa crescerá conforme suas estruturas e procedimentos internos considerem ser bem adaptados às exigências dos meio ambientes da empresa.
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