O corpo em movimento
Por: Zuzu Vianna • 24/5/2015 • Trabalho acadêmico • 645 Palavras (3 Páginas) • 294 Visualizações
Rudolf Jean Baptiste Attila Laban de Varalja nasceu em 1879, na cidade de Poszony (também denominada Pressburg), na época parte da Hungria, e atualmente a cidade de Bratislava, capital da República da Eslováquia. Morreu em 1958, em Weybridge, Surrey, na Inglaterra. Dançarino, coreógrafo, artista plástico, arquiteto, estudioso do movimento humano foi considerado o pai da dança-teatro.
Filho de militar, seu pai esperava que desse continuidade a carreira, porém segundo alguns autores por meio da vida biográfica de Laban, contam que sua paixão pelo movimento começou desde cedo. Sempre observou com muita curiosidade os movimentos alheios e até mesmo os próprios.
Essa observação se tornou muito mais aguda, levando Rudolf a desenvolver uma forma mais aprofundada de estudo, como por exemplo: utilizava de palestras, workshops, livros e até mesmo uma forma mais elaborada que seria o sistema de notação de movimentos o Kinetographie (Cinetografia) ou Labanotation (Labanotação).
O sistema Laban nasceu em meados do século XX durante a Segunda Grande Guerra e o Nazismo. Grande parte de seu trabalho fora desenvolvido na Alemanha, porém devido ao estado catastrófico em que se encontrava o país teve de se mudar para Paris e futuramente para a Inglaterra, onde pode se reerguer financeiramente e dar continuidade ao seu trabalho juntamente com seus ex-alunos e alguns colaboradores.
Juana de Laban dançarina, pesquisadora e professora doutora de dança desenvolveu o sistema Laban no preparo corporal do ator. Com objetivo de trabalhar a expressão corporal e mostrar para este quais eram os princípios que levam a determinado movimento. Este estudo é de suma importância para o ator (assim como para qualquer artista) pois ao ler um texto dramático os atores tem todo um trabalho para a criação da personagem, como por exemplo na peça de Plínio Marcos “Navalha na Carne”. Como criar um corpo para a personagem Neusa Sueli? Como demonstrar o sofrimento vivido por ela dia após dia? Será que só o semblante é o suficiente? Foi chegada a conclusão de que não!
Um bom trabalho corporal passa a verdade da personagem que será vivida e segundo o que vivemos em aula com base nos estudos de Laban, o ator não deve apenas se movimentar aleatoriamente, ele deve explorar seu corpo, ver quais são os seus limites, distribuir adequadamente seu peso, trabalhar o espaço a sua volta entre outros.
O método Laban não ficou estacionado na Inglaterra, também veio para o Brasil através de Maria Duschenes, bailarina, coreógrafa e educadora. Maria conterrânea de Laban veio para o Brasil em 1940 e foi a pioneira de dança moderna no país. Introdutora do sistema ofereceu formação prática e teórica a educadores, psicólogos, dançarinos, coreógrafos, atores e até mesmo a leigos. Não somente Maria mas Regina Mirada em meados dos anos 70 veio a reforçar o sistema. Após completar a formação como Analista de Movimento Laban, Miranda retorna ao Brasil com a vontade de expandir e desenvolver, na prática, seus estudos em Laban e toda a bagagem de novos conhecimentos adquiridos. Vai dar aulas no espaço de Angel Vianna, de quem fora aluna de balé antes de ir para os EUA. Publica também o livro O Movimento Expressivo a fim de introduzir o Sistema Laban, como ela passa a chamar a Análise Laban de Movimento, enfatizando assim o caráter sistêmico do estudo.
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