O futuro da administração
Seminário: O futuro da administração. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: tuanabila • 21/5/2014 • Seminário • 2.337 Palavras (10 Páginas) • 230 Visualizações
O Futuro da Administração
Falar algo sobre o futuro é um desafio e um dos maiores desejos do homem. Muitos são os exemplos de aventura neste sentido ao longo da história. Muitos desses exemplos permanecem ainda hoje, como é o caso das previsões astrológicas. Até a filosofia, a mais sobre de todas as formas de conhecimentos para muitos, também tem se atrevido a dar conta do que ainda não aconteceu. E no caso da ciência, isso é possível? O campo gerencial e administrativo, que requisitam para si a dimensão científica, também tem ousado a configuração de futuros. É justamente aqui que começam os problemas. Afinal, a ciência pode prever?
De uma vez por todas, deve ficar claro e compreendido que a ciência não tem e, a menos que mude a si mesma, jamais terá como objetivo prever qualquer coisa. O objetivo primordial de todo e qualquer campo científico é explicar e compreender fatos e fenômenos do mundo. A própria sistemática explicativa e compreensiva que a ciência exige de si mesmo e de seus praticantes impede a possibilidade de previsões. Para explicar um fato ou fenômeno, a ciência estuda o seu passado (dimensão diacrônica) ou faz um corte no tempo e analisa apenas o estágio atual (dimensão sincrônica). Assim, o máximo que a ciência pode falar é o que é e como foi. Assim, toda pretensão de dever ser, já extrapola o campo científico e adentra as dimensões de desejo ou de simples aventura e especulação preditivas.
Também deve ficar claro que é uma necessidade, um desejo, do homem de falar alguma coisa sobre o futuro. Isso não é pernicioso e não tem também qualquer característica negativa. O que não se pode, a partir da ignorância da maioria sobre as possibilidades da ciência, é imbutir nessas previsões premissas científicas. Quando se faz isso, dentre outras coisas está-se demonstrando praticamente a própria ignorância sobre a ciência, seus limites e suas possibilidades, além, naturalmente, da ignorância de seus próprios estatutos e formas de procedimento.
O futuro da administração é uma aposta na capacidade do homem de ir além da ciência. A ciência não tem resposta para tudo e seus próprios conhecimentos têm que passar pelo próprio crivo das reconstruções permanentes, porque os fatos e fenômenos do mundo mudam e outros surgem em seus lugares. Nem todos os problemas da administração merecem a atenção da ciência, porque estão aquém ou além de suas preocupações e possibilidades. O futuro da administração, portanto, é uma conscientização crescente de que muitos problemas são originários de nossos desejos e, mesmo que se utilizem os conhecimentos científicos para resolvê-los, os gerentes estarão sozinhos para tomar suas decisões. O futuro da administração é um futuro de solidão de decisões na multiplicidade de conhecimentos que estarão disponíveis para reduzir a incerteza e aumento do potencial de se atingir os objetivos selecionados!
Futuros e Modismos
É interessante notar nos textos gerenciais de fácil consumo uma preocupação muito grande em estar na moda, falar as palavras “mais atuais”, enfim, dar uma noção de atualidade ao interlocutor de modo a impressioná-lo pelo continente, uma vez que isso denota um vazio de conteúdo facilmente perceptível. A pobreza desses textos e discursos é tão notória que chegam mesmo às beiras do ridículo. Como os modismos têm influenciado demasiadamente os futuros da administração, é fundamental que os repassemos a limpo. O que é um modismo? O que é a moda? Do ponto de vista denotativo, a moda é tudo aquilo que é aceito ou usado pela maioria; de um ponto de vista estrutural-explicativo, é uma vontade, fantasia ou capricho que preenche necessidades desejantes. Dessa forma, o modismo seria um idiotismo caprichoso.
O que marca os modismos é sua efemeridade, sua obsolescência, seu caráter passageiro. Um exemplo disso fará mais claro o que queremos mostrar. Hoje, entre a maioria dos consultores e gerentes, falar em commodity é uma necessidade quase que vital.
Esses incautos ignoram o fato de esta palavra ser originária do português “comodidade” e que foi “inglesada” por necessidade, dada a inexistência de similar nessa língua há alguns séculos atrás. Há muito tempo este termo existe, primeiro em português, depois em inglês, mas que a moda o revitalizou em inglês, deixando o termo em português em segundo plano, mesmo sendo mais pleno e exato em significados.
Isso significa, dentre outras coisas, que nem tudo o que o modismo nos apresenta é algo realmente atual ou com direcionamento ao futuro. Aliás, é próprio do modismo a volta ao passado porque é incapaz de produzir algo novo. Por isso dizemos que os modismos são idiotices caprichosas. Os inventores dos modismos, cremos nós, não produzem as idiotices com intenção de farsa ou de ludibriar seus consumidores. Pelo contrário, por ignorância do passado têm firmes convicções de que estão produzindo a maior descoberta da história, como se estivessem encurtando caminhos rumo ao futuro. Traduzindo em miúdos, a idiotice é tanta que nem imagina que o futuro que proporcionam é mais velho que o passado mais distante.
Temos que reconhecer que os grandes e graves problemas que as organizações têm que enfrentar ultrapassam em muito a capacidade de se pensar as soluções mais adequadas, dando vazão para o aceite de uma determinada técnica ou ferramenta gerencial.
No entanto, devem ser pensadas as diversas circunstâncias de uso e aplicação que estão por trás dessas mesmas técnicas e ferramentas. Por exemplo, a reengenharia trouxe resultados interessantes para algumas empresas, mas foi um desastre para a maioria que a introduziu. Os sistemas de qualidade são mais devaneios insanos do que algo efetivo que traga mais benefícios para as organizações. Se não houvessem compradores incautos, os modismos teriam um peso menor na aproximação do presente com o futuro.
O futuro na Administração: A Organização
A preocupação com o futuro no dia-a-dia da administração pode ser vista quando da escolha de metas e objetivos.
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