Portifólio Santa Casa de Misericórdia
Por: Rannybee • 17/5/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.488 Palavras (6 Páginas) • 358 Visualizações
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho fundamenta-se na análise da atual situação em que encontra-se a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, a crise financeira, tendo por objetivo apontar e argumentar acerca das atitudes, ações, e medidas que foram tomadas pelo hospital. No estudo deste caso, será abordado como e quais as questões éticas que foram postas de lados nas decisões da empresa, no que se refere à valorização do trabalhador, desde da reforma do quadro de funcionários através do corte de pessoal até a suspensão desta decisão. Aborda-se as questões econômicas que foram afetadas pela gestão administrativa da instituição em questão e, de modo geral, como a utilização da tecnologia de informação impactaria a organização, demostrando os pontos positivos e negativos do uso da tecnologia, sendo que hoje o mundo vive a chamada era da informação.
Fazer esta pesquisa é de grade importância para o entendimento de conceitos fundamentais éticos, econômicos e da sociedade info-tecnológica.
2 DESENVOLVIMENTO
Atualmente a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo enfrenta a maior crise financeira da sua história, com dívidas de quase R$ 800 milhões. As principais causas apontadas são os pontos de corrupção e a má gestão, onde a maior dívida do hospital é relativa à folha de pagamentos dos funcionários. A organização adotou medidas para o equilíbrio financeiro como empréstimos à Caixa Econômica Federal e uma readequação no quadro de funcionários, com um corte de pessoal podendo chegar a mais de 1000 pessoas.
A falta de transparência da direção do hospital que prejudica as tentativas de recuperação financeira é um dos valores mais importantes que dá suporte às atitudes desejadas de uma empresa, fundamentando os interesses da organização com uma posição sólida no setor de serviços, que não é o caso atual da Santa Casa. Outro ponto negativo é a falta de apreço e respeito pelos profissionais atuantes no hospital. Salários atrasados e falta de pagamento do 13º são só alguns dos problemas enfrentados pelos profissionais da saúde que organizaram uma greve com um abraço simbólico à instituição, pedindo inclusive mudanças na administração.
A atitude tomada pela empresa quando não houve uma ação responsável com seus colaboradores e o desrespeito aos direitos garantidos pela legislação fere o relacionamento ético e profissional do trabalhador com a organização. Não houve a inserção dos mesmos nas decisões empresariais, avaliação dos fornecedores e outras medidas que contribuem para o desenvolvimento da instituição. A empresa também não levou em conta as responsabilidades e os impactos de suas atividades sobre todos os quais ela se relaciona, principalmente a população local que foi gravemente prejudicada com a constante falta de materiais e péssimas condições de atendimento médico.
Diante de tamanha crise o hospital adotou a política de afastamento dos funcionários numa tentativa de equilibrar suas dívidas. Essa é uma das primeiras alternativas para diminuição das despesas em situações de colapso financeiro. Entretanto, deve-se atentar para a problematização dessa medida e indicar outras saídas para diminuição dos custos, como o desenvolvimento de um estudo que identifique gastos desnecessários com materiais e privilégios supérfluos em algum setor.
Vale notar que a causa desta crise se deu com o princípio de uma má gestão do provedor Kalil Rocha Abdalla, que segundo o promotor de saúde pública do Ministério Público do Estado de São Paulo, Arthur Pinto Filho, foi conduzida de forma amadora, já que não há órgãos técnicos, pois quem toma conta da estrutura é a mesa administrativa. Também é mencionada a falta de profissionalização técnica de cargos estratégicos como a tesouraria, que administra um orçamento de R$ 1,4 bilhões por mês sem qualquer preparo ou suporte técnico. Portanto, a primeira ação a ser tomada seria uma reestruturação do corpo administrativo da Santa Casa. Instauração de uma mudança na gestão atual para outra mais moderna, ágil, transparente e flexível. Assim, ações políticas prevendo afastamento de funcionários devem ficar para uma última instância, sendo que no caso da Santa Casa os trabalhadores há tempos já vinham sendo prejudicados com a má administração da empresa.
Dispensar tanta gente também traria mais custos para o hospital, pois a destituição dos mesmos seria sem justa causa, levando a empresa a ter que arcar com indenizações e todos os direitos trabalhistas pagos. Felizmente, a demissão de mais de 1000 funcionários foi suspensa, não porque a direção da instituição fundamentou-se em alguma visão ética, mas por pressão do Ministério Público do Trabalho de São Paulo, quando exigiu que nenhum trabalhador seria demitido sem o pagamento e garantia dos seus salários atrasados e outros direitos trabalhistas que encontravam-se em débito. Pelos cálculos da auditoria, só para demitir os 225 funcionários já aposentados e que continuam trabalhando na Santa Casa, seria preciso gastar R$ 23 milhões. A Santa Casa visava a possibilidade de recorrer a empréstimos bancários numa tentativa de quitar as dívidas com seus funcionários, o que claramente não resolve o problema do endividamento só o transfere para outro lugar, o banco.
A demissão em massa afetaria o atendimento da saúde à região, traria transtornos aos empregados demitidos e assim por diante. Toda essa crise atingiria grandemente o comportamento da microeconomia. Até porque, a maior parte dos hospitais filantrópicos estão em situação semelhante ao de São Paulo. A Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) estima que cerca de 1.700 dos 2.100 hospitais associados operam no vermelho. A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é referência nacional na área de saúde e o fato da organização encontrar-se em grande crise
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