Resenha Critica O Que é Científico?
Por: Adel Victor • 12/8/2022 • Resenha • 2.566 Palavras (11 Páginas) • 170 Visualizações
ALVES, Rubem. O Que é científico?. Edições Loyola, São Paulo, 2007.
Breve apresentação da obra e do Autor
O livro “O que é científico” de Rubem Alves foi publicado pela Editora Loyola. O autor nasceu em Boa Esperança, no sul de Minas Gerais, no dia 15 de setembro de 1933. Entre 1953 e 1957 estudou Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas e se transferiu para Lavras, em 1958 para exercer a função de pastor. Rubem casou-se e teve três filhos. Estudou em Nova York sendo intitulado de Mestre em Teologia e posteriormente Doutor em Filosofia. Ainda faz parte da Academia Campinense de Letras. A obra consiste em definir o termo científico utilizando analogias com o aparato de contos, parábolas, citações e histórias. Através desse recurso, Rubem Alves auxilia o leitor a identificar o significado desse termo.
O livro gira em torno do questionamento “o que é científico”, como é possível destacar a ciência perante o não científico e de que forma a ciência influencia a existência do ser humano e de muitas outras coisas e seres. Rubem dividiu o livro em oito capítulos, intitulados por números romanos, logo depois da titulação “O que é científico”. A obra é apresentada em setenta e nove páginas. Cada capítulo traz uma nova analogia ou comparação que facilita o entendimento desse questionamento que perdura por todo o livro. Porém, a história inicial do pescador que utiliza a rede para pescar, é quase sempre retomada. Os textos são narrados em alguns momentos em 1ª pessoa e em outros em 3ª pessoa, havendo uma mescla, um jogo de narrações.
Indicação do público de interesse da obra em questão
No primeiro momento pensasse que o livro tem como foco um público mais avançado, para pessoas mais cultas, porém pela linguagem simples que o livro possui, pode abranger um grupo mais geral, desde pessoas curiosas no assunto, pessoas que estão começando agora nesse ramo acadêmico , até pessoas mais experientes no assunto, o autor buscar simplificar a linguagem com historias e vivencias do cotidiano e relaciona isso com o assunto do livro, como por exemplo em comparar cientistas com pescadores que usou como metáfora para entender sobre o rigidez cientifica , o que qualquer pessoa pode entender, sem ser necessário o uso de uma linguagem muito técnica.
Análise de suas seções/capítulos
No texto " o que é cientifico" de Rubem Alves. O autor é surpreendido por um
aposentado com todas as credencias e titulações, que escreveu um livro que conta o que
aprendeu em sua vida, mas não publicaram por não ser cientifico. Indignado e perplexo
pela rejeição, ele questiona o autor sobre o que é cientifico.
A partir disto, o autor conta uma estória sobre uma aldeia as margens de um rio, onde os
aldeões acreditavam ser morada de seres misteriosos, mas eram apenas suposições
já que nada tinha sido capturado. Até que um dia, um dos aldeões teve a ideia de
construir um objeto jamais pensado, pensou e criou, um objeto no qual chamou de rede.
Todos riram, não acreditaram que aquele objeto poderia capturar alguma coisa. Mas o
aldeão não desistiu, armou a rede e no outro dia puxou a rede e viu que nela havia um
peixe dourado. Foi um alvoroço, alguns sentiram raiva, outros ficaram felizes e outros
logo trataram de aprender a fazer a rede, criaram as várias formas.
Desde então, os pescadores ficaram muito importantes, e se organizaram em um grupo
restrito, só poderia fazer parte quem era pescador e criador de rede, acabaram por
esquecer sua linguagem nativa e criaram sua própria linguagem. Por esta razão foram se
isolando do restante da aldeia, e por se dedicarem somente a pesca. Assim passaram a
acreditar apenas nas suas verdades e em seus métodos, o rio isso era real para eles nada
além.
Assim foi com o colega aposentado, quando apresentou um sabiá com um lindo canto,
ao um grupo que de pescadores que por viverem isolados em mundo de rede, não
conseguiram enxergar o sabiá e a beleza do seu canto. Conclui então que as redes s ão
construções de conhecimento reconhecido por um determinado grupo, enquanto que um
homem deste grupo é somente um pescador.
O texto inicia dizendo sobre o que pode ser chamado de inquisições científicas, ou seja, um
padrão que um cientista deve seguir para se chamar cientista, baseado na razão, na
praticidade. Rubem Alves não se define filósofo porque não pensa a partir de conceitos, mas
de imagens.
A partir disso, ele constrói a história sobre um rio que vive duas etapas: a mágica, mística
cercada por mistérios divinos a respeito dos peixes e das águas, cujos moradores ao redor
viviam criando lendas a respeito e se perguntando sobre os movimentos e os habitantes do
Rio, sem nunca conseguir qualquer contato com algo que viesse dele.
A segunda etapa, se dá a partir do conhecimento, pois um dos aldeões criou um objeto que
conseguia pescar algo real de dentro do Rio, a rede.
A partir dessa criação, inúmeras outras pessoas ficaram interessadas em aprender a fazer redes
e começaram a se tornarem importantes na aldeia organizando uma Confraria em que tudo
girava em torno da fabricação e criação de redes, o que não era uma rede não era real, pois a
rede possibilitava a pesca de peixes que poderiam ser comidos, que poderiam curar doenças,
tirar dores, fazer voar, fertilizar campos e matar.
Essa nova criação modificou a linguagem da aldeia e principalmente dos aldeões que
praticavam a tecelagem de redes, no entanto no mundo ainda haviam muitas coisas que não
podiam ser pegas pela rede, pois estavam fora do Rio.
Essa metáfora do Rubem Alves se trata de um mundo que já foi encantado e o processo de
desencantamento, bem como a rigidez científica. O rio significa os mistérios do mundo, a rede
significa ciência, a confraria significa a academia e os aldeões significam os cientistas que vivem
num mundo de ciência dura, essa que não contempla todos os aspectos e esferas do mundo.
O texto inicia dizendo sobre o que pode ser chamado de inquisições científicas, ou seja, um
padrão que um cientista deve seguir para se chamar cientista, baseado na razão, na
praticidade. Rubem Alves não se define filósofo porque não pensa a partir de conceitos, mas
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