Resenha Livro: O Poder do Hábito

O livro "O poder do hábito", do autor Charles Duhigg, retrata a importância do hábito para os indivíduos, organizações e sociedade. No capítulo 6: "O poder de uma crise - Como os líderes criam hábitos através do acaso e da intenção" especificamente na parte 2 do capítulo, Duhigg relata como os hábitos e a rotina dentro das empresas estabelecem no inconsciente coletivo dos funcionários padrões que devem ser seguidos para o bom funcionamento da organização.

No capítulo 2 o autor analisa um outro livro: "An Evolutionary Theory of Economic Change", em português: "Uma teoria evolucionária da mudança econômica". A interpretação do autor é que a maioria das organizações não faz escolhas racionais com base na tomada de decisões, ao contrário, eles são guiados por hábitos organizacionais, padrões que muitas vezes surgem das decisões independentes de milhares de empregados. E esses hábitos têm impactos que poucos seriam capazes de observar.

Tomando como exemplo o hábito de um presidente de empresa de moda, que com frequência visita sites de moda japonesa, onde predomina a cor vermelha. Quando os marqueteiros questionam sua opinião sobre a próxima tendência, logo vêm a mente o vermelho, imputado no seu inconsciente através de associação mental. O presidente não se dar conta que sua opinião não se trata de análises de desfiles de moda em Paris, mas sim de um pequeno hábito introduzido no seu dia. E assim, as propagandas de marketing se voltam para a cor vermelha.

O fato é que as rotinas fornecem as centenas de regras ocultas de que as empresas precisam para funcionar. Elas permitem que os funcionários tomem decisões sem ter que pedir permissão a cada passo, afinal se assim fosse, os processos organizacionais seriam ainda mais lentos e as empresas despendiriam tempo dos quais não possuem para resolver dúvidas ou problemas desnecessários. Assim, as rotinas proporcionam uma espécie de "memória organizacional", para que os gerentes não precisem reinventar o processo de vendas a cada seis meses.

Outro benefício da rotina dentro da organização é manter a empresa funcionando em relativa "paz". Ao contrário do que se pensa, as corporações não são como famílias, na verdade há muita rivalidade e jogo de poder. O exemplo dos chefes que criam rivalidades entre os funcionários para que eles não realizem um golpe de estado conta ele. A discórdia também estão presentes entre os departamentos que competem por recursos e sabotam uns aos outros para receber a glória de um projeto. No entanto, a empresa continua a funcionar tranquilamente, justamente porque possuem rotinas estabelecidas onde os funcionários dispensam as rixas por um tempo para que as atividades organizacionais possam ser concluídas. Dessa forma, os hábitos organizacionais mantém as rivalidades dentro dos limites e a empresa prospera. As rotinas são, portanto, indispensáveis para todo e qualquer tipo de empresa.

No caso de hospitais onde rivalidades entre enfermeiros e médicos são comuns, a rotina deve prevalecer e os maus hábitos precisam ser evitados para que o hospital continue funcionando como um sistema integrado que busca salvar vidas. Em uma crise como por exemplo, a pandemia que assola o mundo atualmente, a rotina e os padrões organizacionais são fundamentais para o planejamento, a direção, a organização