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Resenha livro o que é lazer

Por:   •  14/11/2015  •  Resenha  •  928 Palavras (4 Páginas)  •  6.465 Visualizações

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RESENHA

Livro “O que é Lazer” de Luiz Octávio de Lima Camargo, Editora Brasiliense S.A – São Paulo/SP, 1989, 100 p.

Luiz Octávio de Lima Camargo é jornalista, graduado pela Escola de Comunicações e Artes da USP e sociólogo, com doutorado na Faculdade de Ciências da Educação da Universidade Sorbonne-Paris V. Membro da direção do Comitê de Lazer da Associação Internacional de Sociologia e Vice-Presidente do Grupo Internacional de Pesquisa em Lazer da Associação Mundial de Lazer. Professor-visitante da Faculdade de Lazer da Pennsilvanya State University.

O livro, além da apresentação, conclusão e indicação para leitura, se divide em quatro partes que expressam uma visão crítica e problematizadora do contexto atual em que se envolvem as discussões sobre uma nova forma de conceituar e contextualizar os estudos do lazer.

Apresentada num estilo simples e claro, que permite uma extrapolação, logicamente se respeitadas às peculiaridades consideradas pelo autor, já que o mesmo apresenta uma reflexão sobre o lazer como elemento da vida contemporânea.

Na primeira parte, relativa às atividades de lazer, o foco é sobre as propriedades do lazer: a) gratuidade, já que não há necessariamente um ganho financeiro; b) deriva de uma escolha pessoal, uma vez que há certo grau de liberdade nas escolhas dentro do lazer; c) do prazer ou da busca do prazer; d) da liberação da fadiga que as atividades cotidianas proporcionam.

Em uma linguagem simples e pedagógica aborda a questão de que o trabalho e lazer se confundem apenas para uma minoria da população como, por exemplo, os artistas, artesãos, cientistas, empresários e executivos. Existindo ainda, o semilazer, que é quando as pessoas repetem gestos de seu trabalho nas atividades de lazer.

Quanto à classificação das atividades de lazer, o autor esclarece que no Brasil elas são divididas em atividades esportivas, recreativas e culturais, o que não é satisfatório, já que melhor seria que fossem classificadas em físicas, manuais, intelectuais, artísticas e sociais. No entanto, deixou de apontar que as atividades se confundem, na medida em que uma atividade artística pode ser social ou ainda que uma prática esportiva é sem dúvida uma atividade recreativa também.

Finalizando o capítulo, aborda que grande parte de população utiliza a metade de seu tempo livre com os meios de comunicação em massa, especialmente a televisão, o rádio, jornais e revistas, que não chegam a isolar os indivíduos, já que a vida associativa não foi relegada ao segundo plano. Clubes de futebol, escolas de samba, sindicatos e mesmo associações religiosas fazem parte das atividades de lazer da população.

No segundo capítulo, o autor aborda a questão do tempo de lazer, fazendo uma pequena retrospectiva de sua origem com o tempo natural, aquele em que o homem mantinha com a vida no campo e o tempo industrial ou artificial, onde não há espaço pré-definido para o entretenimento lúdico como no campo, razão pela qual necessária foi a redução da jornada de trabalho e garantia de outros direitos sociais, que no Brasil surgiu com a CLT, criada durante o governo de Getúlio Vargas.

Na abordagem do tempo livre e lazer, o autor enfoca a questão de que o lazer interfere decisivamente nas relações familiares, religiosas, políticas, e mesmo nas relações de trabalho, e que o lazer vem crescendo em tempo e importância desde o começo do século, quando os movimentos sindicais passaram a reivindicar reduções na jornada de trabalho. Esclarece que atualmente, no Brasil, um trabalhador urbano tem, em média, entre 27 a 30 horas

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