Resumo do livro Etia e Vergonha na cara
Por: yurinunes2017 • 14/6/2017 • Trabalho acadêmico • 2.598 Palavras (11 Páginas) • 9.553 Visualizações
No livro Ética e Vergonha na Cara, os autores Mário Sergio Cortella e Clovis de Barros, trazem uma abordagem sobre o que é Ética, suas várias dimensões na qual se é empregada, como se desenvolveu e que conceito se tem sobre a mesma. Ele é dividido em onze capítulos, no qual é discutido a Ética em um âmbito realista, do que se passa pela cabeça de muitas pessoas nos dias de hoje, como essas agem no seu cotidiano, e se enxerga as vezes como um viés de escapatória para o conceito correto que se deveria ter sobre o assunto.
Segundo Clovis de Barros, a palavra Ética tem invadido o senso comum, passando a pertencer ao território mais trivial de não-especialistas. E, deste modo, vem sendo empregada de maneira cada vez mais indiscriminada por estas.
No primeiro capítulo, a Ética da conveniência, é trabalhada a ideia do relativismo moral, que passa a ideia de, se é bom para mim, tudo bem, onde o sujeito ativo não se importa com o que o outro achará pelos atos praticados por ele, desde que seja cômodo para quem o fez. Neste capítulo é usado o exemplo do corredor espanhol Ivan Fernández, que adota uma postura não comumente vista, onde este avisou ao corredor Queniano Abel Mutai, que havia parado antes da linha de chegada por achar já haver completado a corrida, de que esta ainda não terminara, embora pensasse que já o houvera feito e por isso havia parado. E, como o queniano não entendeu o que Ivan quis dizer, o Espanhol o empurrou para que o Queniano atravessasse a linha de chegada e assim fosse vencedor. Quando abordado pelos jornalistas que não entenderam tal ato de honestidade, questionaram o corredor pelo motivo ao qual o levou a tomar tal atitude. Uma vez, feita a pergunta, Ivan não entendeu o porquê desta, complementando que não havia outra coisa a ser feita além do que já fizera, e terminou dizendo que o Queniano já venceria a corrida, e que a vitória não teria mérito se fosse de outro jeito.
Durante o capitulo é mencionado o filosofo Platão em O banquete e o Beccaria com dos delitos e das penas, onde discorre-se sobre a questão Ética acerca da corrupção, de modo que, se critica o fato de vivermos em uma sociedade esgarçada e incapaz de produzir temor sobre aqueles que pretendem auferir vantagens de situações ilegais.
No segundo capitulo, a ilusão moral do foco no resultado, é trabalhada a ideia de fazer o uso de atalhos para buscar um resultado satisfatório e é citado o exemplo do aluno que cola em uma prova, ele não estuda, mas fazendo uso de uma estratagema imoral consegue um resultado bom e por isso sente-se bem consigo.
Todavia, não passa de uma ilusão, pois além de ter feito algo muito errado, este aluno continua não sabendo a matéria questionada na prova.
Quando há foco, perde-se a visão daquilo que há ao redor, um bom exemplo para solidificar esse argumento é o do vendedor de um item qualquer que não mente sobre o produto e por isso não vende, explica tudo que o produto tem de bom e tudo que ele tem de ruim e os pontos negativos afastam o potencial cliente, a partir disso, passa a mitigar os pontos negativos visando fortalecer os positivos e quando chega o fim do expediente, não fala nada de ruim que o produto possui, apenas o que tem de bom.
Clovis comenta algo muito interessante, que é a perseguição das metas e dos resultados. É a eterna perseguição das cenouras, você entra em uma empresa e está no nível G15 e para ser promovido precisa cumprir metas e ao longo da carreira vai sendo promovido e perseguindo as cenouras que são colocadas nas tuas frente e você nunca as alcança, pois sempre há uma nova meta a ser perseguida, sempre há algo a ser feito e portanto,
você nunca estará feliz, você foca naquilo que é apresentado diante de si e isso nunca acaba e após trinta anos como perseguidor de cenouras, você é aposentado, pois é necessário contratar alguém mais iludido para ser o novo perseguidor de cenouras ou metas para a tal empresa.
No terceiro capitulo, Qual é o resultado que torna justo o caminho? é trabalhada a ideia dos fins justificam os meios. Quer dizer que se chegamos ao caminho que queríamos, o caminho foi justo, isto é, se a meta era algo que se fixou e esta foi atingida, isto confere justeza ao caminho, embora tal frase esteja em desacordo com o que disse Maquiavel.
Além disso, é comentado também, o que faz uma conduta Ética e qual é o valor desta.
Cortella comenta três situações bem interessantes, o que é Ético, em relação a Osama Bin Laden, colocá-lo no Afeganistão a serviço da CIA, com armamento e treinamento dos EUA para combater a União Soviética ou matá-lo? Apoiar Saddam Hussein em 1980 no combate as forças do Irã ou depois enforca-lo? Colocar Kadafi no controle da circulação de petróleo em relação as outras tribos da Líbia no acesso da Europa ou executá-lo mais tarde? Qual caminho se justifica? Qual fim é o escorreito?
Ao final do terceiro capítulo, Clovis cita uma aula de Aristóteles em seu liceu onde uma história é contada, a história de um comandante que faz o transporte de cargas e em uma de suas viagens se depara com uma enorme tempestade e percebe que para passar ileso terá que jogar ao mar a sua carga. Esta história serve para ilustrar que só é possível saber o caminho correto no ato, na tentação, durante a tempestade
No quarto capitulo, Ética como instrução, é trabalhada a ideia de instruir a Ética na rotina dos Brasileiros, seja pelos pais, seja pela escola, e a descrença do povo em relação a forma correta de agir, pois a realidade é diferente da Ética teórica, que é bonita apenas no plano abstrato de acordo com o entendimento popular, ou seja, como a formação das pessoas se dá dentro de uma sociedade e cultura, e que esta se dá através daquilo que se tem como espelhamento de conduta. Crianças e jovens, em grande medida, se formam eticamente a partir daquilo que observam como conduta prática correta do pai e da mãe. Partindo deste pressuposto, entra em voga a dificuldade de se admitir que o cinismo possa existir no seio da família, onde se é feita uma comparação entre o ambiente familiar e o corporativo (empresa), ou seja, confrontando ambas.
De modo que se coloca a empresa como um local em que as coisas são mais claras e que a pessoa deve se adequar à mesma. E, no caso da família, é ao contrário. Pois o sentimento de proteção ética que a permeia, terá sempre lugar. Abrindo então, margem para que ela se adeque as pessoas.
Diante de tais explanações, conclui-se que Ética é prática, e está presente diuturnamente em nossas vidas. Em cada momento que vivemos nos aparece a chance de sermos
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