- O texto tem início com a afirmação de que hoje é corrente encontrar como principal justificativa de medidas de caráter social em geral o fato delas serem racionais. Tecnocratas, Técnicos, políticos e cientistas sociais são citados como exemplos de profissionais que utilizam abusivamente o termo. O motivo para essa utilização desenfreada se dá por conta da inexistência de princípios perfeitamente definidos que esclareçam o que seja racional, o que leva ao uso de termos como moderno, novo, burocrático, técnico e científico como sinônimos de racionalidade, mesmo sendo coisas distintas, ou no mínimo, antônimas.
- O termo é extremamente ambíguo, sendo muitas vezes definido pela conveniência social, cultural, de classe e de cargo. Cada sociedade, cultura, estrato, classe, grupo etc. tende a considerar certas ações sociais, e os valores a elas associados como mais “racionais” em relação àqueles típicos de outras sociedades, culturas etc.
- Tomando o aspecto mais evidente, o termo racional refere-se a uma relação entre meios e fins, ou mais precisamente à adequação dos meios usados aos fins propostos. O adjetivo racional só se aplica aos meios, não aos fins, porém só se saberá se os meios são realmente racionais se os fins forem atingidos. Essa condição traz uma analogia à definição de verdade científica, pois uma teoria científica adquire maior validade quando os resultados que ela prevê se confirmam.
- Em se tratando de ação econômica e administrativa, em que a realidade na qual se age é social, é evidente que se precisa considerar a alteração dessa mesma realidade em face da previsão feita, para que se possa atribuir o caráter de racional à conduta seguida. O que dá à ação o atributo de racional é o conhecimento de que a utilização de tais ou quais meios permitirá alcançar, com o mínimo de esforços, os fins visados.
- Mais à frente, o autor faz mais algumas considerações importantes sobre o termo, e chega no seu âmbito. Neste sentido, o termo racional implica também o máximo domínio possível das consequências futuras da ação. Outro atributo básico do termo racional é a criação da situação favorável à consecução dos objetivos propostos pelo sujeito da ação.
- Em próximo momento, inicia-se a discussão sobre a racionalidade da ação empresarial. A ação, nesse caso, é a interação contínua entre a empresa e o sistema sócio-político econômico. A ação empresarial busca o equilíbrio entre a empresa e o contexto social, e no caso de uma “ação empresarial racional”, a empresa visa tomar as melhores providências para atingir os objetivos. A ação racional ocorre quando:
- Os fins forem considerados coerentes;
- Os meios permitem o máximo rendimento dos fins;
- Os meios e os fins forem socialmente aceitos.
- Após a exposição de todas estas vertentes, o autor conclui o texto com um pensamento que vale ser exposto: Uma ação social, para ser tão plenamente racional quanto possível, deve compreender a previsão, pelo sujeito da ação, das consequências da mesma sobre a realidade em que atua.
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A respeito do texto, o considero útil e simples, trazendo clareza e uma conceituação concisa e lógica do termo. O emprego do termo racional nas áreas de economia e administração demonstra como o utilizamos, mesmo que sem intenção, erroneamente, e por conta do que o texto se dispõe a fazer, acredito que ele cumpre seus objetivos e ajuda numa melhor compreensão do assunto.
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